A idade fez bem ao Punto
Apesar de estar no mercado h?quase seis anos, hatch da Fiat melhorou com o tempo. ?o caso da versão Sporting
Não é comum, mas alguns automóveis melhoram com o passar do tempo. E o Punto é um deles. O hatch “premium” da Fiat chegou ao mercado em 2007 trazendo como trunfo o fato de ter ressuscitado a marca na Europa.
Seu design minimalista era inspirado na Maserati e logo serviu de base para outros modelos da marca no Brasil. O Punto só sofreu de um problema por aqui, os motores inadequados disponíveis na época, um 1.4 fraco para o que o carro poderia fazer e um 1.8 beberrão, vindo da parceria com a GM.
Essa situação foi resolvida em 2010 quando a Fiat começou a produzir os motores 1.6 e 1.8 E.torQ na antiga fábrica da Tritec, no Paraná. Com 16 válvulas e torque elástico, os dois casaram muito bem com o Punto, modelo que foi o primeiro a contar com eles neste mesmo ano.
Por fim, no ano passado, o Punto recebeu sua primeira reestilização que trocou a simplicidade das linhas por adornos mais esportivos. O bom projeto original provou sua longevidade e pode se dizer que hoje o Punto é melhor que quando nasceu. O interior, por exemplo, evoluiu significativamente com um painel mais bem acabado e bem distribuído. Pena que a Fiat ainda veja necessidade de oferecer uma versão com motor 1.4 que, embora seja melhor que o primeiro, ainda deixa a desejar em relação ao desempenho.
Talvez uma das razões para o sucesso do carro é essa variedade de opções. Hoje o cliente pode levar para casa, além do 1.4, uma versão 1.6 que é a que melhor combina custo-benefício, uma esportiva com motor 1.4 turbo e o Sporting, que utiliza o motor 1.8 e tem um certo tempero esportivo para quem não quer gastar muito.
Ronco para ser percebido
Com 132 cv de potência e quase 19 kgfm de torque, o motor 1.8 e.TorQ consegue acelerar o Punto 3 segundos mais rápido que o 1.4 e apenas 1,3 segundo mais lento que a versão T-Jet, que tem 20 cv a mais. Com etanol no tanque, o Sporting vai de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, uma marca considerável que poderia se melhor se o câmbio manual do Punto tivesse trocas mais rápidas.
Além das boas respostas, o Punto Sporting também quer ter sua esportividade percebida. Para isso, a Fiat deixou o escapamento propositadamente mais ruidoso, o que deve agradar em cheio os fãs de carros mais apimentados.
Mesmo com os pneus mais baixos e a direção hidráulica um pouco pesada, o Punto Sporting é prazeroso de dirigir, sem o desconforto de algumas versões esportivas. Parte desse resultado vem da ergonomia acima da média como no volante com boa empunhadura e a posição de dirigir equilibrada – que contrasta com alguns outros carros da Fiat, geralmente artificiais nesse sentido.
Comparado aos novos rivais que chegaram há pouco tempo, como o New Fiesta e o Sonic, o Punto reestilizado não fica atrás, apesar da idade. Há recursos desejados como o sistema Blue&Me e sensor de estacionamento (opcionais) e outros que a concorrência ainda não oferece como transmissão com acionamento por borboletas, além do motor mais forte e visual específico.
E até no preço o Punto sai bem mais em conta que seus novos concorrentes. Por R$ 47.330, o Punto Sporting é cerca de R$ 5 mil mais barato que o Sonic LTZ e, embora, R$ 2 mil mais caro que o New Fiesta, o Fiat traz bem mais itens como airbags duplos, ABS e rodas de liga aro 16 contra aro 15 do Ford.
Um bom termômetro do acerto da Fiat no Punto é que o carro se transformou no seu 5º modelo mais vendido no Brasil, atrás apenas dos “populares” Uno, Palio, Strada e Siena e tem vendas crescentes nos últimos tempos. Nada mal para um modelo que está no mercado há quase seis anos.
Ficha técnica
Preço | R$ NaN (10/2019) |
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Vendas acumuladas neste ano | 1 unidades |