Aceleramos o Corolla GR em Interlagos. Confira como foi a experiência
Versão esportiva do Toyota vem com motor de 304 cv, câmbio manual de seis marchas e tração integral
Bom saber que na era da eletrificação ainda sobrou um ou outro esportivo "raiz". Um deles é o Toyota Corolla GR (a partir de R$ 416.990), que a reportagem de AUTOO teve a oportunidade de acelerar por apenas uma volta no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Antes de entrar na pista, durante a apresentação do carro no estande da marca japonesa, o sorriso do chefão Akio Toyoda, no vídeo que mostrou como foi o desenvolvimento da novidade, foi um bom indício do que me esperava depois do sinal verde.
Não deu outra, depois da largada, o motor 1.6 turbo parecia bem maior, tamanho ânimo com que empurrou meu corpo contra o encosto do banco com largos apoios laterais. E sim, o câmbio é manual, de seis marchas, mas a embreagem não chega a ser pesada como antigamente. Antes de espetar a terceira, o velocímetro já estava beirando os 100 km/h e o S do Senna se aproximava rapidamente.
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A leveza de um legítmo esportivo é o ponto chave do comportamento exemplar desse samurai das pistas, que faz lembrar porque o pessoal da Toyota Gazoo Racing não está para brincadeira, tanto que venceu as tradicionais 24 Horas de Le Mans por cinco vezes seguidas. Para uma relação entre peso e potência de apenas 4,9 kg/cv, só mesmo uma tração integral bem acertada seria capaz de manter o carro sob controle o tempo todo.
Teto de fibra de carbono (na versão Core), rodas BBS forjadas, selos na carroceria de alumínio (para aumentar ainda mais a rigidez torcional), discos de freio perfurados, fluxo de ar sob o piso, dutos de ar no capô e laterais, entre vários outros itens fazem parte da receita campeã. Os números falam por sí. São 304 cv, 37,7 kgfm de torque a meros 3.000 rpm, aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 5,5 segundos e máxima de 230 km/h.
Mas o que os números não falam o coração sente. Os pneus Michelin 235/40R 18 cantam de alegria nas curvas à medida com que o GR vai engolindo o asfalto com apetite de gente grande. Aqueles largos apoios laterais sobre os quais falei no começo mostram sua utilidade ao evitar que fique dançando demais de um lado para o outro.
O ronco do GR é bem afinado, mas discreto, apesar das três saídas de escape da traseira. Fica claro que todo acerto da parte eletrônica prioriza o desempenho. Basta encostar no acelerador que a resposta é imediata, sem hesitar. Freios e direção também trabalham com maestria, transmitindo segurança em qualquer situação. Para quem procura um hatch esportivo de verdade, esse Corolla é bem diferente da versão sedã com câmbio CVT, acredite.
Quando quiser ir mais devagar com o andor, porém, poderá curtir equipamentos como a central multimídia com tela de 7 polegadas, ar-condicionado digital, controle de cruzeiro adaptativo e faróis de led. No caso da verão topo de linha Core (R$ 461.990), ainda há head-up display, alerta de ponto cego e carregador de celular por indução.
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Mas é claro que, por este preço, o Toyota Corolla GR é um modelo literalmente para poucos. Serão importadas apenas 99 unidades ao Brasil e uma delas foi vendida por Rubens Barrichello, que nos deu tantas alegrias na Fórmula 1 e se tornou bicampeão de Stock Car no ano passado.
Enquanto a Volkswagen não trouxer oficialmente o Golf R, um rival que se aproxima do Corolla GR é o Honda Civic Type R (429.990), mas com tração apenas dianteira e motor 2.0 tubo, de 297 cv e, também, com câmbio manual de seis marchas, quem diria, em tempos em que até as caixas automáticas estão ameaçadas de extinção, com a iminente invasão dos carros 100% elétricos.
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