Engenheiro e jornalista especializado desde 21 de agosto de 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix na TV Tupi (RJ e SP) at?1980
Análise: picape Ford Maverick surpreende pela agilidade de automóvel
Fernando Calmon analisa a estreia da picape rival da Fiat Toro em nosso mercado
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O mercado de picapes no Brasil cresceu ao longo do tempo e se diversificou. Passou também por evoluções. De cabine simples para estendida e dupla; de duas, três e quatro portas; compacta, intermediária, média e pesada. Em 2021, pela primeira vez, o veículo mais vendido foi uma picape, a compacta Strada, em suas várias versões. Em ano atípico de escassez de chips semicondutores, o modelo teve oferta firme e o reconhecimento de sua versatilidade.
A Fiat lançou a primeira picape derivada de automóvel (o 147), em 1978 e a primeira intermediária (Toro), em 2016. Esta manteve-se sem concorrentes, mas agora estreia a Maverick que a Ford importa do México. A proposta dos dois modelos assemelha-se: ambas têm construção monobloco. Enquanto a Toro oferece nove versões, a Maverick apenas a de topo, Lariat, com motor a gasolina turbo de quatro cilindros, 253 cv/38,7 kgf.m, câmbio automático de oito marchas e tração 4x4 permanente. Preço: R$ 239.990.
O modelo da Ford tem mesma base do Bronco Sport, porém a distância entre-eixos é bem maior: 3,08 m. Isso já garante espaço interno, de fato, generoso. Na frente, do banco ao teto 1,02 m e atrás, 1 m. Também há bom espaço longitudinal para pernas atrás: 0,94 m. Quatro pessoas viajam com conforto, enquanto a posição central do banco traseiro é mais adequada para crianças em razão do túnel da árvore de transmissão e do console que inclui duas portas USB (A e C).
Uma característica interessante da Maverick é o rebatimento para trás (90 graus) do assento do banco traseiro. São 73 litros de espaço adicional, de fácil higienização e permite transportar itens molhados.
A posição de guiar é a melhor deste segmento com ajustes elétricos do banco do motorista e regulagem de altura e distância do volante. O apoio de braço central inclui bom nicho para pequenos objetos. Tela multimídia de 8 pol. com Android Auto e Apple CarPlay, duas portas USB (A e C), integração ao aplicativo Fordpass Connect e abertura elétrica do vidro traseiro corrediço da cabine.
Do lado de fora é possível abrir as portas por meio de um teclado de combinação numérica, exclusividade da Maverick. No lugar da alavanca do câmbio automático há um botão giratório, fácil de operar. No console estão seis botões: freio de estacionamento eletromecânico, auto-hold, controle de tração, controle automático de descida, seletor dos modos de direção e liga-desliga.
São cinco modos de condução: normal, lama/terra, areia, rebocar/transportar e escorregadio. Pacote de segurança inclui sete airbags, frenagem autônoma com detecção de pedestre e ciclista até 50 km/h, farol alto automático e câmera de ré. Faltou sensor de estacionamento dianteiro.
Caçamba tem bons 943 litros, tampa de acionamento leve, três ângulos de abertura, trava elétrica e capaz de suportar 250 kg. A capacidade total de carga é de 617 kg e de reboque, 499 kg.
Numa primeira avaliação, chamam a atenção o fácil acesso à cabine, a precisão com que a direção responde e o desempenho. A fabricante indica aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 7,2 s. Passa a sensação bem agradável de, mais do que uma picape, parecer um sedã grande com caçamba pelo modo como se comporta em curvas, acelera e freia.
Renegade reestilizado ganha bastante em desempenho
Sete anos depois de ser lançado e liderar o segmento de SUVs compactos, o Renegade 2022 apresenta mudanças estilísticas e novo conjunto mecânico agora apenas com o motor turbo flex (versão Diesel foi extinta). Embora a Jeep não o tenha apresentado como segunda geração, as alterações atingiram o objetivo de atualização.
A frente recebeu para-choque e faróis de neblina redesenhados, grade um pouco maior, enquanto os faróis principais agora são de LED em todas as versões e com elementos internos diferenciados. As rodas de liga leve de 17 até 19 pol. são novas e as carcaças dos retrovisores também mudaram. Atrás, para-choque e lanternas evoluíram. Por qualquer ângulo dá para identificar o que mudou.
Internamente o volante agora é igual ao do Compass. Carregamento por indução para celulares tem resfriamento por uma saída do ar-condicionado. Frenagem autônoma de emergência pode evitar ou mitigar colisões, mas não identifica pedestre e ciclista. Também há monitoramento de ponto cego e aviso de tráfego traseiro em manobras de ré. Comutador automático de farol alto e assistência para estacionar são de série nas versões de topo. Há seis airbags de série (sete, nas versões 4x4).
O Renegade é a nova referência em termos de desempenho, na sua categoria e até superiores, graças ao motor de 1,3 L, 185 cv (E)/180 cv (G) e 27,5 kgf.m de torque. A fabricante informa aceleração vigorosa de 0 a 100 km/h em 8,7 s com etanol. Consumo, referência Inmetro: etanol 7,7 km/l (cidade) e 9,1 (estrada); gasolina, 11 km/l e 12,8 km/l, respectivamente. Os preços vão de R$ 123.990 a R$ 138.990 (4x2, câmbio automático de 6 marchas). Tração 4x4 e automático de 9 marchas, R$
163.290.
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