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Após o Ka, quais devem ser os próximos compactos a saírem de linha no Brasil em 2021
Modelo de entrada da Ford teve o fim da produção anunciado nesta semana de forma chocante e deve ganhar a companhia de outros rivais
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O mercado automobilístico ainda se recupera do anúncio do fim da produção de veículos da Ford no Brasil que, embora não tenha surpreendido diante da situação miserável da montadora, chocou pelo fato de ser imediato, sem nem dar tempo para que os funcionários, fornecedores e a rede de concessionárias se preparassem adequadamente para o desaparecimento do EcoSport e do Ka hatch e sedã.
O que dizer então do consumidor, sempre colocado no fim da fila das prioridades da maior parte das fabricantes de veículos no país? O assunto ainda vai render centenas de artigos e análises de todos os tipos, mas fato é que o fim do Ka prenuncia um futuro amargo para os carros compactos no Brasil.
Os modelos populares, responsáveis até hoje pela maior parte das vendas, estão em xeque porque se transformaram em "jabuticabas sobre quatro rodas", veículos que só têm saída no Brasil, com raras exceções. A pandemia do coronavírus, no entanto, tornou esse segmento ainda pior, espremendo margens de lucro e colocando à mostra quais marcas têm uma situação mais sólida e produtos realmente bons.
É aí que a Ford pisou na bola ao oferecer um carro que, se não é de todo mal, não conseguiu atrair um público final suficiente para evitar a perigosa estratégia das vendas diretas, que no ano passado representaram 60% dos emplacamentos no país.
Em 2020, essa participação foi de 36% no Ka hatch e de 59% no sedã, números elevados para um produto que em tese não é básico como o Gol e o Voyage, os “reis do atacado”. Nessas negociações, locadoras e outras empresas acabam conseguindo preços bastante baixos para depois oferecer esses produtos ao consumidor final e desvalorizar ainda mais os modelos no mercado de usados.
Por isso, o panorama tornou-se ainda mais incerto do que antes e pode precipitar outras despedidas durante este ano. Alguns modelos já estavam encaminhados para a aposentadoria enquanto outros podem ter sua sobrevivência repensada diante desse quadro. Veja alguns veículos ameaçados:
Toyota Etios
O primeiro compacto da Toyota no Brasil inaugurou a fábrica de Sorocaba e teve recepção morna no mercado. Tanto é que a marca japonesa acabou trazendo o Yaris para cá a fim de oferecer um produto realmente capaz de disputar o cliente que busca um veículo pequeno mais equipado.
Por conta dessa estratégia, o Etios está desaparecendo aos poucos, com a simplificação do portfólio. Em 2020, apenas 14 mil unidades do dois modelos foram emplacadas, seu pior resultado até hoje. Há quem diga que ele já está abrindo espaço na linha de montagem para o SUV Corolla Cross, inclusive.
Volkswagen up!
Um dos inúmeros erros estratégicos da Volkswagen, o up! cai pelas tabelas desde 2015, segundo ano completo de vendas no Brasil. Pequeno e caro, o hatch é mais uma prova que o brasileiro não é adepto a subcompactos. Como não obedecia à legislação por não oferecer cintos de três pontos e apoio de cabeça no banco traseiro para três passageiros, o up! perdeu capacidade e agora leva dois ocupantes atrás. Para mantê-lo vivo, a Volks lançou a linha 2021 com apenas uma versão, mas ele não deve ir longe.
Citroën C3
A segunda geração completa este ano nove anos no Brasil e durou muito diante das vendas modestas. Em 2020, apenas 968 unidades foram emplacadas, quase nada perto dos 35 mil carros de 2012, ano de seu lançamento. O C3 já é um zumbi circulando no mercado e prestes a dar lugar a uma nova família de compactos que já é vista circulando em testes. A Citroën vai trocar o hatch por um crossover, seguindo a tendência do mercado, felizmente.
Volkswagen Fox
Um dos mais antigos compactos à venda no Brasil resiste de forma heróica no mercado. Mesmo com a Volks renovando sua linha e tendo outros três hatches pequenos em produção, o Fox continua sendo oferecido em duas versões com preços a partir de R$ 57,4 mil. Mas já deixou de ser vendido na Argentina e tinha previsão de sair de produção em dezembro, segundo o colunista Fernando Calmon, mas isso antes da pandemia. Em 2020, apenas 20,4 mil unidades foram emplacadas.
Fiat Siena
A Fiat é a marca que ainda preserva alguns modelos jurássicos em seu portfólio, a despeito de ter aposentado veteranos como a perua Weekend. Resistem na linha de montagem o Doblò, a Strada de primeira geração e o Grand Siena. O sedã foi mantido à venda mesmo com a chegada do argentino Cronos e tem sido uma figura apagada nos emplacamentos, com somente 10,9 mil unidades vendidas no ano passado. Em tempos de cortes de custos, não faz muito sentido ter dois sedãs pequenos e que não vendem bem.
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