Avaliação: Honda City ?o sucessor espiritual dos hatches médios
Hatch ?compacto, mas oferece o conforto e o espaço da categoria recém-extinta
O Chevrolet Cruze Sport6 já não é mais fabricado na Argentina desde o ano passado, mas ainda há cerca de 40 unidades no estoque da marca, segundo o site da montadora. Quando elas acabarem, não haverá mais hatch médio acessível 0 km no Brasil. É o fim de uma categoria que já fez muito sucesso com nomes como Volkswagen Golf, Ford Focus, Chevrolet Astra e Fiat Stilo, entre muitos outros.
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Esses modelos perderam espaço para os SUVs, mas certamente vão deixar alguns fãs que procuravam nesses carros um pouco de conforto, espaço e esportividade sem opção. Mas ainda há uma saída, o Honda City.
Tá bom, já sei que vão dizer que o City não é um médio e de fato não é. Ele tem 4,34 m de comprimento e 1,75 de largura. É um pouco maior que um Volkswagen Polo com seus 4,07 m de comprimento e os mesmos 1,75 m de largura. O Cruze hatch tem 4,45 m de comprimento, ou seja, o City faz justamente esse meio de campo.
O destaque do Honda, ainda falando em dimensões, é a distância entre-eixos bem aproveitada. São 2,60 m entre as rodas dianteiras e traseiras e o resultado disso é um bom espaço interno, principalmente para quem viaja no banco traseiro. Quem se prejudicou nessa foi o porta-malas com somente 268 litros. O Polo tem 300 litros e isso não quer dizer muita coisa.
Mas vamos aos preços. A nova versão LX parte de R$ 113.600. É um pouco mais que um Polo já na versão Comfortline de R$ 111.990. Como briga com os compactos mais caros, tem que vir bem equipado. Já tem seis airbags, central multimídia de 8 polegadas com interface sem-fio para Apple CarPlay e Android Auto, botão de partida do motor, faróis com acendimento automático, rodas de liga leve aro 15” com pintura cinza e superfície diamantada, entre outros.
Mas a versão testada foi a Touring, a top de linha que custa R$ 138 mil. É mais caro que SUVs compactos como Fiat Pulse (R$ 131.990) e até o novo Renault Kardian (R$ 132.790) mais caros. E é claro que a lista de equipamentos é bem farta. Tem faróis Full-LED, partida remota do motor, e o pacote de tecnologias de assistência à condução ADAS, com sistema que auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo detectado à frente (ACC), de frenagem para mitigação de colisão, sistema de permanência e centralização em faixa, sistema para mitigação de evasão de pista e sistema de alternância automática dos fachos baixo e alto dos faróis (AHB).
É claro que faltam alguns requintes que se espera de um carro top de linha dessa categoria. O freio de mão ainda é uma enorme alavanca e poderia ser elétrico. Não há teto solar como no rival Toyota Yaris e nem portas USB para quem se senta atrás. Tem ao menos duas saídas de ar e uma tomada 12V.
O acabamento é de couro e os plásticos usados nos revestimentos internos foram bem escolhidos pela Honda. Dá para notar também uma qualidade superior na construção do carro, como era nos melhores hatches médios. E tudo isso reflete no conforto do carro com bancos que apoiam bem o corpo, bom isolamento acústico e suspensão com bom acerto.
É um carro para andar suave, afinal o motor 1.5 aspirado flex de 126 cv de potência e 15,5 kgfm segue a receita do antigo Fit e da geração anterior do próprio City. Acoplado ao câmbio CVT, não tem um desempenho de arrancar suspiros, mas é competente no uso urbano e rodoviário. As arrancadas são morosas e as retomadas lentas. Dá para ouvir o CVT trabalhando e o giro subindo demais para pouco resultado.
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Mas sim, andando dentro do que se pode esperar de um motor 1.5 sem turbo, com o giro baixo, o conforto fala mais alto. No consumo, com gasolina, o Inmetro fala em 13,3 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada. Com etanol esses números caem para 9,1 km/l e 10,5 km/l respectivamente. Mas fique atento em viagens longas, pois o tanque de combustível é pequeno. Tem capacidade para 39,5 litros.