BMW resgata o Série 8 na Europa

Modelo ostenta belas formas e ter?opções de motores diesel e gasolina
Acima a nova geração do BMW Série 8

Acima a nova geração do BMW Série 8 | Imagem: Divulgação

Não tem jeito melhor de falar do novo BMW Série 8 2018 sem antes mencionar seu antecessor dos anos 1990, o BMW 850i, que foi apresentado em 1989 no Salão Internacional de Frankfurt. Um belo cupê de grandes proporções que se destacava por alguns diferenciais estéticos como os faróis escamoteáveis, portas que não continham moldura dos vidros e nem coluna central B, tornando seu perfil ainda mais esportivo. Grade fina, que lembrava o mítico M1, eram um dos grandes pontos altos do desenho da frente do 850i original. O modelo, que foi um dos primeiros carros desenvolvidos pela BMW utilizando softwares de desenho industrial, conseguiu unir beleza e traços dinâmicos como raros modelos conseguem.

O investimento na criação do sucessor do M6/635CSI, foi alto, em torno de US$ 1 bilhão de dólares, em valores atuais, mas pode se dizer que cada centavo gasto valeu a pena. O 850i do século passado veio com tudo o que a BMW dispunha de mais moderno e inovador. Ele foi o primeiro modelo da marca a usar a suspensão traseira do tipo multibraço, bem como trouxe também os controles de tração e estabilidade – algo inédito para carros desse porte. Foi o primeiro a utilizar acelerador eletrônico, que auxiliava nos modos de condução, e um dos primeiros modelos a utilizar um ar-condicionado de duas zonas. Seu coeficiente aerodinâmico era fenomenal, de apenas 0,29. O cupê também trazia um enorme V12 de 5 litros, vindo do BMW Série 7, que entregava 300 cavalos e 42 kgfm de torque, algo realmente impressionante para um cupê dos anos 90. Com isso, o 850i acelerada de 0 a 100 em 6,8 segundos e tinha velocidade máxima limitada eletronicamente em 250 km/h.

Mesmo tendo quase duas toneladas, o modelo era bom de guiar. Em 1992, a marca bávara apresenta o 850 CSi, que também pode ser chamado de M8, já que os engenheiros da M que deram o toque final. Agora o motor tinha 380 cavalos, sendo um 5.5 litros com 56,1 kgfm de torque, que o empurrava até 100 km/h em 6 segundos cravados. Mas como nem tudo são flores, o modelo teve poucas vendas, por conta da Guerra do Golfo (1990-1991), alta dos preços de combustíveis e alta do dólar, o modelo foi descontinuado em 1999, após mais de 30 mil unidades vendidas.

Agora, de volta ao século XXI, a BMW apresentou no fim de semana passado, em Le Mans, a nova geração do BMW Série 8 cupê, que, assim como seu antecessor, é carregado de tecnologia, conforto e motores potentes. Não é por acaso que a marca está mostrando o novo Série 8 na cidade francesa, já que ela vai aproveitar o evento para mostrar também a versão de pista da novidade, no caso a M8 GTE. O novo Série 8 cupê é belíssimo em qualquer ângulo que seja observado. Vincos fortes e pronunciados, linha de cintura baixa, o caimento do teto, o formato elegante das lanternas e do para-choques, tudo ali evoca emoção e dinamismo. Com 4,84 metros de comprimento, 1,90 m de largura, 1,34 m de altura e entre-eixos de 2,82m, ele com certeza é um “cupezão”.

Na nova gama de motores o novo BMW Série 8 não deixa a desejar, começando por um 3.0 V6 turbodiesel na versão 840d xDrive que entrega de 320 cavalos e 69,3 kgfm de torque. Ele impulsiona o cupê de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e a velocidade é limitada em 250 km/h. Na versão mais potente do novo BMW Série 8 Cupê , no caso a 850i xDrive, faz o bom uso do 4.4 V8 biturbo a gasolina de 530 cavalos, 76,5 kgfm de torque, potência e força suficientes para levar o Série 8 cupê de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos. A velocidade máxima também é limitado eletronicamente em 250 km/h.

Dotado da suspensão inteligente e do famoso sistema de tração integral xDrive, o Série 8 Cupê, não decepciona. Ainda na parte tecnológica, o modelo conta com modos de condução semi-autônoma, onde, na estrada, basta programar a velocidade desejada que o conjunto se encarrega de mantê-la e também o carro dentro da faixa de rodagem. Também estão presentes recursos como os alertas de ponto cego e mudança involuntária de faixa, dentre vários outros.

No interior, refinamento é a palavra de ordem. O quadro de instrumentos é 100% digital com tela de 10,25 polegadas, totalmente personalizável. O modelo conta também com uma central multimídia nova, de 12,3 polegadas, que pode ser controlada por toques ou por comandos de voz. O novo Série 8 cupê conta ainda com alavanca de câmbio feita em vidro. Com cerca de 420 litros de porta-malas, o modelo comporta bagagens de seus passageiros tão bem quanto um sedan compacto, mas quem compra um carro desses não está se importando muito com isso, não é mesmo? As vendas oficiais começam em novembro deste ano na Europa, mas os valores ainda não foram divulgados. Para o Brasil, ficaremos na expectativa de encontrar o modelo no Salão de São Paulo, que ocorre em novembro deste ano.

Kleber Smith

Kleber Smith

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