BYD Dolphin Mini e Renault Kwid E-Tech: briga dos elétricos mais baratos
Dupla não gasta uma gota de combustível, mas ambos mostraram uma série de limitações no dia a dia
A questão dos carros elétricos já passou por alguns capítulos e, agora, as dúvidas sobre o que vai acontecer com eles estão começando a ser esclarecidas. Depois de uma semana com os dois modelos do segmento mais em conta do Brasil, o BYD Dolphin Mini (R$ 115.800) e o Renault Kwid E-Tech (R$ 99.990), consegui ter mais algumas constatações na prática.
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Uma delas é que ainda não é nada fácil ter um carro elétrico no Brasil, a menos que você tenha um carregador em casa que funcione bem. Isso implica em uma instalação que exige o trabalho de especialistas e de aprovação do condomínio em assembléia, no caso de quem mora em um conjunto de prédios.
Sem o tal carregador doméstico, sua vida vai ficar um pouco mais complicada. Já existem alguns pontos de recarga nas principais cidades do país, mas a quantidade ainda está longe de ser o suficiente e nem sempre os carregadores estão funcionando direito, ou não estão mais lá, como tem acontecido ultimamente, como constatou nosso colunista Marcos Rozen.
Rodando como Kwid E-Tech, que tem menos autonomia (apenas 185 km),depois que o nível de carga baixa da metade qualquer trajeto precisa ser bem calculado e planejado para não correr o risco de ficar sem carga pelo caminho. Além disso, o modelo da marca francesa surpreendeu no exagero de simplicidade. Já começa que a partida não é por botão, mas girando a chave no contato,como no Kwid 1.0 a combustão.
Superioridade do BYD justifica diferença de preço
Aliás, existem vários pontos em comum entre o Kwid flex e o elétrico, que deixa a impressão de ser uma adaptação,como se o carro tivesse sido convertido. Pois bem, para saber se o carro está funcionando ou não depois de girar a chave, aparece um discreto sinal verde no cluster dando o "ok" para engatar Drive ou Ré e seguir.
O freio de estacionamento também é convencional no Kwid E-Tech, que tem bancos de tecido estreitos revestido de tecido, sem comandos do som no volante e uma ergonomia que precisa melhorar, o que inclui comando dos vidros das portas no painel. Além disso, o nível de acabamento e o espaço interno apertado não são nada animadores.
Passando para o BYD Dolphin Mini, as coisas começam a melhorar. O carro é bem mais estiloso e tem melhor qualidade que o rival da Renault, embora custe quase R$ 16 mil a mais. Boa tarde do que senti falta no Kwid E-Tech encontrei no Dolphin Mini, partida por botão, boa ergonomia (botões todos ao alcance das mãos e fáceis de serem acionados), bancos revestidos de cour confortáveis e boa lista de equipamentos.
Assim como no Dolphin convencional, no Mini a tela da central multimídia é giratória e tem bom tamanho (10,1 polegadas). O volante tem base achatada e conta com os principais comandos, inclusive do sistema de som. Além disso, tem um carregador de celular por indução que fica bem perto das mãos e o acabamento é bem mais caprichado.
Ao acelerar o BYD Dolphin Mini, a experiência é um pouco melhor pela maior sensação de segurança e conforto. Mas embora seja mais potente que o Renault (75 cv ante 65 do rival), a relação peso/potência do Kwid E-Tech é ligeiramente mais favorável (15 kg/cv ante 16,5 kg/cv do BYD). Em contrapartida, o Dolphin Mini tem quase 100 km a mais de autonomia (280 km, contra apenas 185 km do Renault), o que dá uma boa diferença.
Sim, alguns elétricos aceleram bem, mas essa dupla é bem mais modesta. O BYD Dolphin Mini faz de 0 a 100 km/h em 14,9 segundos, ante 14,6 s do Renault Kwid E-Tech, então, esqueça a questão do desempenho. Ambos são feitos para andar devagar, de preferência em trechos urbanos. Até os porta-malas apertados desestimulam pegar a estrada (290 litros no Kwid e 230 l no Dolphin Mini).
Veredicto
Não resta dúvida de que vale a pena pagar os quase R$ 16 mil a mais pelo BYD Dolphin Mini, que tem uma lista maior de itens de série, mais autonomia, estilo, segurança e conforto, apesar de não ter limpador do vidro traseiro.
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