Na faixa dos R$ 182.800 pedidos pelo BYD Yuan Pro você pode escolher um Volkswagen T-Cross Highline (R$ 180.690) com motor 1.4 turbo de 150 cv ou o novo Hyundai Creta Ultimate (R$ 189.990) com o 1.6 turbo de 193 cv, mas não é pelo preço que ele quer ganhar a sua atenção. Estamos falando de um carro elétrico, que pode te livrar para sempre de visitas ao posto de gasolina, mas será que vale a pena?

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Fui conviver com o SUV compacto por uma semana para ver se ele é capaz de encarar seus rivais a combustão e a resposta para isso é uma sucessão de “ses”. O primeiro deles é vale SE você tiver um carregador em casa. Eu não tenho e fui retirar o carro sabendo que sua autonomia prevista é de 250 km, segundo validação do Inmetro.

O nível da bateria marca 100% na pequena tela de 8 polegadas, a mesma do Dolphin, que serve como painel de instrumentos. Ali também aparecem a autonomia, o velocímetro e outros detalhes de computador de bordo. A central multimídia é a tela de 12 polegadas giratória que todo BYD tem.

O acabamento é caprichado para a categoria. A marca chinesa usa materiais macios e uma faixa colorida nas portas e no painel. No caso da unidade testada, a cor era o rosa para combinar com o rosa claro da carroceria. Destaco os bancos de couro estilo concha, que seguram bem o corpo do motorista e do passageiro.

Todos os comandos estão à mão e, apesar do botão de ligar e desligar estar ali no console, basta pisar no freio para a palavra OK aparecer no painel. É sinal de que se pode acionar o belo manche seletor de marcha e começar a dirigir.

Desempenho impressiona

Como todo elétrico, o Yuan Pro impressiona na arrancada. O torque está disponível de imediato e são 29,5 kgfm e 177 cv de potência extraídos do motor elétrico ligado ao eixo dianteiro. Ele é ágil no trânsito e não fica devendo em nada para os rivais a combustão. Ainda na cidade, o painel mostra uma autonomia superior à prevista pelo Inmetro e marca mais de 360 km.

Com o uso, no entanto, os números mudam rápido, tanto o do nível da bateria quanto do alcance. É possível escolher o modo de condução entre o normal, o econômico e o esportivo. Vale lembrar que dentro do perímetro urbano é onde o elétrico gasta menos, afinal, as frenagens ajudam a regenerar a bateria.

Na estrada exige cuidado

Com uma curta viagem marcada para o interior de São Paulo, resolvi arriscar colocar o Yuan Pro em rodovia. É uma situação onde o motor é mais exigido e, com poucas frenagens, a bateria do tipo Blade, de 45,1 kWh gasta mais rápido. Sabendo que encontraria um carregador no destino, andei a 120 km/h, limite da estrada.

Em uma velocidade mais alta é que percebo que a suspensão macia e confortável na cidade não passa uma sensação de estabilidade. O carro parece balançar mais do que o normal e, em curvas, é melhor até tirar o pé, assim como ao passar ao lado de caminhões. O deslocamento de ar move o SUV para o lado de forma bem fácil.

Bom espaço, pouco porta-malas

Nesta pequena viagem foram dois adultos e três crianças no banco de trás. Elas contavam com duas portas USB, uma do tipo A e outra do tipo C, para carregarem seus celulares. O assoalho plano ajuda no conforto, mas faltam saídas de ar-condicionado. No lugar delas, um porta-objetos.

Por sorte era uma viagem curta, sem bagagens, ou eu teria trabalho para acomodar tudo no pequeno porta-malas de 265 litros. Isso porque o carro tem um estepe temporário abaixo do assoalho, roubando espaço das malas.

Veredicto

Com o carro carregado, foi hora de voltar para São Paulo e rodar mais uns dias na cidade. Foram quase 300 km rodados, uma carga completa e outra temporária em um carregador da Volvo, que carros da BYD precisam pagar para encher sua bateria.

E minha conclusão foi de que, se você tem carregador em casa, sim, o Yuan Pro pode ser útil. Tem mais espaço interno, o estilo me agrada mais e tem mais potência que o Dolphin. Se for usar so na cidade, ele é ágil e vai te economizar uma boa grana em combustível. Mas se precisar de um carro familiar, talvez um de seus rivais a combustão seja uma pedida melhor.