Carro francês mais vendido da história, Clio completa 26 anos

Compacto da Renault chegou ao Brasil na década de 90 e deve encerrar carreira no país este ano
Renault Clio: um quarto de século de história

Renault Clio: um quarto de século de história | Imagem: Divulgação

Ao contrário de países como o Brasil, o automóvel é um substantivo feminino na França. E ‘uma’ dessas ‘automobiles’ está completando 26 anos este mês, o (a) Clio. O modelo da Renault é o carro francês mais vendido da história, com mais de 13 milhões de unidades vendidas pelo mundo. Não é à toa que seu nome signifique ‘musa’ em grego.

Apresentado no Salão de Paris de 1990, o Clio substituiu o Renault 5 e fez sucesso logo de cara, sendo eleito carro do ano da Europa no ano seguinte. O modelo logo chegou ao Brasil, com a abertura das importações, em 1996, importado da Argentina. Três anos depois, passou a ser fabricado em São José dos Pinhais na segunda geração.

É este modelo que está em produção até hoje, ultimamente apenas na Argentina, mas ao menos por aqui sua história deve se encerrar em 2016 ao dar lugar para o novo Kwid, um modelo desenvolvido sobre a plataforma do Logan e que estreou primeiro na Índia – ele deve chegar ao Brasil no início de 2017.

Airbags de série

Nas duas décadas que esteve à venda no Brasil, o Clio teve altos e baixos. Ao estrear a versão nacional, a Renault decidiu diferenciá-lo ao antecipar a tendência dos compactos ‘premium’ ao investir em mais equipamentos de série incluindo o até então pouco conhecido ‘airbag’, as bolsas de ar infláveis que elevavam o nível de segurança passiva.

Mas o diferencial não pegou: o público não viu nisso uma vantagem do Clio e a Renault acabou sacando o equipamento da lista de série nos anos seguintes. O hatch conseguiu ter uma presença razoável no mercado, mas sofreu com a chegada do seu rival francês, o Peugeot 206. Mais atraente, o concorrente superou o Clio em vendas e com a ‘ajuda’ da Renault, que fornecia os motores 1.0 litro para a Peugeot.

Em 2000, o Clio ganhou uma versão sedã de visual bem estranho, mas que trouxe como vantagem um novo motor 1.6 com 16 válvulas e 110 cv de potência. Três anos mais tarde veio o primeiro facelift, que melhorou a frente até então pacata do veículo – o Clio também passou a ser vendido com 2 portas, algo que fazia diferença na época.

Carro mais econômico do Brasil

Para dar lugar ao Logan e posteriormente o Sandero, a Renault decide transferir a produção do Clio para a Argentina em 2005. Nesse ano, o Clio III estreia na Europa, porém, o alto custo de produção inviabiliza sua introdução na América do Sul.
Após a chegada dos modelos derivados da Dacia, o Clio perde status na linha e passa a ser carro de entrada da Renault. Curiosamente, foi nessa época que o carrinho voltou a ter vendas mais robustas. Em 2010, por exemplo, foram mais de 30 mil emplacamentos no total e a 32ª colocação no mercado.

Menos famosa, a versão sedã dá lugar ao Symbol, uma reestilização profunda do próprio Clio e que teria vida ainda mais curta.

Em 2012 veio a última reestilização. O Clio ganhou um visual semelhante ao do Clio IV, que chegava ao mercado europeu na mesma época e que conseguiu devolver ao modelo a boa imagem da primeira geração.

No final da sua carreira, o Clio latino-americano conseguiu a proeza de ser o carro mais econômico do Brasil e este ano ainda preserva uma certa notoriedade nas vendas, com a 35ª colocação no ranking geral. Praticamente sozinho entre os carros abaixo dos R$ 30 mil, o Clio vive um ocaso respeitoso prestes a dar lugar ao menos nobre Kwid. E com os airbags de volta a lista de série.

Renault Clio: um quarto de século de história

Renault Clio: um quarto de século de história

Ricardo Meier

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