Chevrolet Corsa Sedan usado é nota 10 em custo-benefício, além de espaçoso
Sedã da segunda geração evoluiu, mas regrediu em alguns pontos cruciais
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O Chevrolet Corsa Sedan da segunda geração surgiu em 2002 e trouxe algumas melhorias, além do visual atualizado e do espaço interno melhorado. A opção para o nosso mercado se restringia diretamente à motorização: 1.0 VHC de 71 cv ou 1.8 de 102 cv. Assim como no modelo Hatch, o Sedan também a opção pelo raro sistema de embreagem automática AutoClutch, oferecido só para a 1.0.
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Em 2003, chegou a versão flex (FlexPower) para o propulsor 1.8 que rendia até 109 cv quando abastecido com etanol e 105 cv com gasolina. Em 2004, já como linha 2005, a família viria distinguida por três versões: a mais simples Joy, a intermediária Maxx que podia receber direção hidráulica e ar-condicionado (1.8) e a topo de linha Premium com freios ABS e airbag para motorista e passageiro.
Ainda em 2005, o motor 1.8 ganhou mais potência passando para 114/112 cv. No final de 2005, chegou o motor flex 1.0 FlexPower de 79/77 cv e, com isso, a opção só a gasolina deixava de ser ofertada. Para 2007 (linha 2008), a novidade ficou por conta do motor 1.4 Econo.Flex, o mesmo do Prisma e que equipou somente as versões Maxx e Premium, mas a 1.8 restringiu-se apenas a esportiva SS (Super Sport) e Premium, enquanto a 1.0 só para a Joy.
Com o fim dos motores 1.0 e 1.8 em 2009, o Corsa Sedan seguiu até o fim de sua trajetória, em 2012, com o 1.4 FlexPower e poucas mudanças estéticas. No entanto, o antigo Corsa Sedan que desde 2004 passava a se chamar apenas de “Classic” permaneceu como um sedã de entrada da marca até 2016.
PONTOS CRÍTICOS PARA CHECAR COM ATENÇÃO
Imagem: Divulgação
- Acabamento
Assim como ocorre com o Corsa hatch, o Corsa Sedan não fica atrás com relação ao excesso de ruídos internos do acabamento de portas. Dependendo do caso, trocando as presilhas plásticas internas e aplicando feltro adesivo nos principais pontos de atrito podem sanar o rangido. Quanto ao tecido que reveste as portas, ele costuma se descolar e, por isso, vale a pena fazer um orçamento com um tapeceiro. Os preços costumam ficar, em média, R$ 400.
- Motor VHC
No caso das versões VHC, a queixa é quanto às famosas batidas de pino, solução que pode ser resolvida com uma verificação da sonda lambda - considerada o “coração” da injeção eletrônica, e mede a quantidade de oxigênio que há nos gases de escape. Segundo mecânicos especializados, é aconselhável também a troca do jogo de velas que, as melhores para este modelo, em específico, são os jogos de “velas frias”, modelo NGK BR6ES.
- Mangueiras
É comum ver a insatisfação dos donos por conta do ressecamento prematuro das mangueiras - mesmo quando o carro ainda era novo - tendo como consequências o vazamento de água. Para resolver isso, não há outra solução a não ser a troca do componente de borracha por outro de melhor qualidade. E vale sempre ir observando qualquer anormalidade que possa intervir futuramente.
- Caixa de direção
Não se esqueça de dar atenção para folgas nas caixas de direção. Os sintomas são os indesejáveis barulhos metálicos, mais percebidos em ruas com pavimento ruim. Além disso, demora ou imprecisão na resposta do volante, falta de reação das rodas ao esterçar, direção inconstante são algumas das outras consequências do problema.
- Parte elétrica
Na parte elétrica, cheque todos os comandos dos vidros e travas, funções e luzes como o ABS quando disponível que costuma acender sem que o sistema esteja com problemas. Outra reclamação frequente em fóruns e sites especializados é quanto à queima prematura de lâmpadas e fusíveis. Qualquer problema parecido, leve até um eletricista especializado para poder averiguar o que está acontecendo.
QUAL VERSÃO VALE MAIS A PENA
Imagem: Divulgação
O Corsa Sedan da segunda geração pode ter ficado menos tempo no mercado brasileiro, mas nem por isso é um carro inferior ao sedã da primeira geração. Muito pelo contrário… O conforto é um ponto positivo, assim como o espaço interno melhor aproveitado. E o que dizer do porta-malas então? Com 432 litros, ou 42 l a mais ao Corsa Sedan da geração anterior, ele consegue acomodar bastante bagagem sem ter de sacrificar o habitáculo.
No entanto, os braços da tampa continuaram ao arcaico sistema “pescoço de ganso” que acaba invadindo o nicho do compartimento traseiro. Por falar nisso, a cabine é suficientemente boa para cinco adultos, ainda que o passageiro do meio tenha de brigar com o túnel central. São 4,14 metros de comprimento (16 cm a mais), 1,64 m de largura (4 cm a mais), 1,43 m de altura (5 cm a mais) e 2,49 m de entre-eixos (5 cm a mais) que resumem a evolução no tamanho. Estacioná-lo também é fácil, e cabe em qualquer vaga mais apertada.
Em contrapartida, a qualidade do acabamento do Corsa Sedan da segunda geração caiu bastante, ainda que tenha mantido a forração em tecido. O revestimento plástico risca com muita facilidade. O volante é feito de uma borracha revestida que descasca com facilidade, mesmo quando o modelo era mais novo. O mesmo se aplica à forração dos bancos cujo tecido perdeu a incomparável qualidade dos veludos dos modelos da primeira geração.
Ao comprar o seu Corsa Sedan, dê preferência aos modelos mais equipados, principalmente com direção hidráulica e ar-condicionado. Ainda que difícil de encontrar, fuja das versões com sistema AutoClutch.
Semelhante ao Citymatic da linha Fiat Palio/Siena 1.0, ele tinha como propósito acionar a embreagem automaticamente, sem a necessidade do uso do pedal, bastando apenas trocar de marchas. Por conta da manutenção cara e pouco apelo no mercado, não foi para a frente e, até hoje, é um verdadeiro mico no mercado de usados.
Se você dá preferência à economia de combustível para o uso no dia a dia, pode optar pela 1.0, mas não espere muito quanto à agilidade no trânsito, sobretudo com o ar-condicionado ligado. Outra dica é optar pelos modelos flex, surgidos a partir de 2003, com motor 1.8, e 2005, com propulsor 1.0. Ainda que seja até 5% mais econômico, é melhor dar atenção para o 1.8 que responde melhor ao peso extra da carroceria sedã.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.