Chevrolet Opala 1979 mantém a "saúde" de 0 km e custa quase dois Onix Plus
Com s?17 mil km, Comodoro tem pintura impecável e est?pronto para coleção
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Assim como um bom vinho precisa ser maturado para adquirir valor no sabor, o Chevrolet Opala Comodoro que ilustra essa matéria também é um bom exemplo disso. Ele praticamente não foi usado e ostenta orgulhosamente seus 17 mil km e está cada dia mais valorizado. A boa notícia é que ele está pronto para ser guardado na sua adega, ou melhor, na sua coleção.
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Segundo nos contou Sizenando Coutinho Braga, da Garagem Brasil Antigos, o Chevrolet Opala 1979/1979 pertenceu a uma única família de São Bento do Sul (SC) e mantém todos os documentos, desde o primeiro dono. Totalmente preservado, nem a elegante cor metálica marrom Araucária se perdeu no tempo e segue sem nenhum retoque ou qualquer tipo de restauração.
Combinando com a tonalidade da pintura, o interior monocromático na cor marrom clara dá um ar sofisticado e aconchegante. O acabamento primoroso do vinil, o carpete felpudo e a textura sedosa do veludo impressionam pelo cuidado que se davam à época.
O banco dianteiro é inteiriço e traz cintos de segurança subabdominais. A alavanca de câmbio fica na coluna de direção, à esquerda junto aos botões de acionamento do limpador e lavador do para-brisa. O painel de instrumentos é simples - mas bem-acabado - e traz velocímetro à direita e indicador de nível de combustível e temperatura do motor à esquerda e, ao centro, o relógio analógico.
O motor 2.5 (2.474 cm³) de quatro cilindros podia receber desde um carburador de corpo simples (89 cavalos de potência e torque de 18 kgfm a 2.800 rpm) ou de corpo duplo (97 cv e 19,8 kgfm a 2.600 rpm). Havia ainda a linha 4.100 (146 cv e 30,8 kgfm a 2.400 rpm) e 4.100 250S (169 cv e 32,5 kgfm a 2.600 rpm).
Quem for adquirir o Opala Comodoro 1979, levará toda a documentação desde quando foi retirado da Mavel Mafra Veículos, manuais, chave reserva, nota fiscal de compra entre outros detalhes. O preço pedido é de R$ 190 mil, quantia necessária para comprar quase dois Chevrolet Onix Plus no valor de R$ 101.590.
O Opala foi o 1° veículo de passeio da GM do Brasil
Imagem: Reprodução/ Garagem Brasil Antigos
Conhecida pela fabricação de caminhões, a General Motors do Brasil, antiga Companhia Geral de Motores do Brasil S.A., colocou no mercado o seu primeiro projeto de automóvel espaçoso e desenho ímpar, o Opala.
A General Motors do Brasil pensava na fabricação de um carro de passeio, o primeiro nacional fabricado por ela e com os moldes de que o nosso mercado necessitava. O projeto tinha como parâmetro os modelos alemães fabricados pela Opel, o braço direito da General Motors.
O escolhido para servir de base à versão brasileira foi o Rekord C, que teve suas linhas alteradas. O modelo da Opel foi lançado em 1966 e, desde então, provou ser um dos melhores carros de sua era.
Mecânica confiável, suspensão macia e confortável e linhas elegantes "padrão garrafa de Coca-Cola" eram uma tendência do que se evidenciava nos carros de luxo da época. A partir de então, a Companhia Geral de Motores do Brasil, posteriormente chamada de General Motors do Brasil, deu início ao projeto 676. O anúncio foi feito no final de 1966, no Clube Atlético Paulistano, na presença de autoridades e da imprensa.
Apresentação oficial contou com presenças ilustres
Imagem: Reprodução/ Garagem Brasil Antigos
Em 1968, durante a abertura do VI Salão do Automóvel, realizado no palácio de exposições do Anhembi, em São Paulo, o Opala, depois de dois anos de testes exaustivos, finalmente foi desvendado para os brasileiros. Ele "dominava os olhares", conforme noticiava a imprensa da época. Alcançou também o seu sucesso entre os convidados ilustres, especialmente o Presidente Costa e Silva e o Governador do Estado de São Paulo, Abreu Sodré.
O novo Chevrolet tinha a mesma carroceria do Opel Rekord C (cuja marca de origem alemã era o braço direito da matriz General Motors Corporation), com algumas modificações nas partes dianteira e traseira, feitas ao gosto dos brasileiros pelos engenheiros da GM. Inicialmente, a linha 1969 foi oferecida com duas opções de acabamento: a Standard e de Luxo, ambas na opção de quatro portas e variações dos motores de 4 e 6 cilindros.
Eram conhecidos também como Opala 2500 e Opala 3800, respectivamente. A primeira versão vinha com motor de 153 pol3 (2.509 cm³) de 80 cv a 3800 rpm. Já a outra recebia um de seis-em-linha, 230 pol3 (3.768 cm³) de 125 cv a 4000 rpm.
Para o projeto 676, os engenheiros da General Motors desenvolveram um sistema com tração traseira e suspensão independente nas quatro rodas com braços sobrepostos e posterior ao eixo, com molas helicoidais, construção esta que mais tarde seria conhecida como subchassi. Era o mesmo do Opel Rekord.
Ao longo de seus 23 anos e 5 meses de produção contínua, passou por diversos aprimoramentos mecânicos e modificações estéticas, mas sempre mantendo a mesma robustez, valentia e principalmente o charme de suas linhas, as quais praticamente foram intocadas.
Com um milhão de unidades acumuladas em seus 13 anos de existência, o mito Opala se despedia da sua linha de montagem em São José dos Campos em 1992, mais precisamente no dia 16 de abril de 1992, sendo que os últimos deles, foram um Opala Diplomata com transmissão automática e uma Caravan ambulância.
Para encerrar a linhagem, a GM lançou a série especial Collector ou colecionador, com apenas 100 unidades fabricadas. Junto da novidade, o comprador recebia uma fita de vídeo com a trajetória do veículo, mais um certificado e uma chave banhada a ouro.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.