Com Ka hatch e Ka+, Ford quer repetir dobradinha de sucesso do Onix e HB20
Duplas de compactos da GM e Hyundai são as que têm mais vendas entre os clientes pessoas físicas. ?nesse mercado que a Ford quer entrar
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Ford Ka 2015 e o inédito sedã Ka+
No papel, o . Mas quando se olha para os números de vendas apenas para pessoas físicas o cenário é completamente diferente. Quem manda nesse mercado são as dobradinhas Onix/Prisma e HB20/HB20S, hatch e sedã da GM e Hyundai, respectivamente.
E é esse público que a Ford quer atingir em cheio com o novo Ka, que ganhou o nome do pequeno modelo, mas que não tem nada a ver com ele. O novo compacto, na verdade, é uma espécie de ‘New Fiesta familiar’, focado no espaço interno e no preço mais acessível. E que agora conta também com uma versão sedã, o Ka+.
Com essa dupla, a Ford quer atingir a casa dos cinco dígitos de vendas mensais, nas palavras de Oswaldo Ramos, gerente-geral de marketing da fabricante. Ou seja, emplacar mais de 10 mil carros por mês, quem sabe até 15 mil, dependendo da receptividade dos dois modelos – essa é a capacidade em teoria da fábrica de Camaçari já que a Ford não abre sua previsão de vendas.
Quando focamos apenas nas vendas ao consumidor final, a realidade do mercado é outra
Três quintos do mercado
O foco nesse segmento se explica por uma conta simples. De cada cinco carros vendidos no Brasil, três são hatches e sedãs compactos. Quem não está nesse mercado não consegue números de vendas volumosos. Não é á toa que os cinco primeiros fabricantes atuam nessa faixa de preços.
Mas a realidade do mercado mudou a ponto de existir rejeição por parte do consumidor de modelos com poucos ou até sem nenhum item importante de série. De fato, os emplacamentos em 2014 mostram que velhos modelos como o Celta, Clio e 207 sumiram das lojas e os veteranos Gol e Palio têm usado do expediente das vendas diretas para locadoras e empresas para continuarem com volumes significativos.
Veja também: compactos ganham conteúdo mas novidades só estão nas versões mais caras
Conforto, economia e conectividade viraram mantras no segmento de entrada. É preciso que esses carros tenham um acabamento minimamente decente, que gastem pouco e sem perder performance, mas sobretudo, que estejam conectados ao mundo. Em outras palavras, Bluetooth e aplicativos que falam com smartphones.
Fórmula do sucesso
A Ford diz que entendeu o recado do consumidor e pautou o projeto do novo Ka em cima dessas premissas. Para isso investiu em tecnologia ao lançar um inédito motor 1.0 de três cilindros que é o mais potente entre os populares. Também inovou ao disponibilizar um sistema ESP, que controla a estabilidade e tração do carro, mas que por ora é item apenas da versão top. Trouxe para o compacto o sistema SYNC, que conecta o celular e oferece algumas funções interessantes, mas não esqueceu que o comprador desse tipo de modelo precisa de espaço.
Por dentro , o novo Ka acomoda bem cinco pessoas e oferece um espaço razoável de bagagem, só conseguido pela adoção de estepe de emergência, que tem menos volume que um pneu comum. Há mais comodidades como direção elétrica, comando satélite no volante e chave-canivete, mas o ponto alto do modelo é o baixo consumo de combustível, obtido sem que o desempenho pague por isso.
Mercado em ebulição
Mas não basta mais lançar um produto e esperar sentado pelo seu sucesso. O mercado de compactos anda apressado e uma vantagem agora logo pode ir para o ralo em pouco tempo. O certo é que os tempos agora são de Onix, HB20, Sandero, que entenderam o recado das lojas e oferecem mais sem cobrar absurdos. O Ka deve entrar nessa seara com a vantagem de agora ser uma dupla, a combinação ideal para o cliente, que encontra mais opções, e para a marca, que reduz custos e abre espaço para mais investimentos.
Novos modelos chegam com mais itens de série e, às vezes, até mais baratos
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