Picape média pode ser tão confortável quanto um carro? Ram quer mostrar que sim
Marca vai estrear no Brasil um tipo de picape há muito tempo explorado nos EUA
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A estreia ainda vai demorar para ocorrer em nosso mercado, sendo esperada para ocorrer dentro de dois a três anos, mas a aguardada picape média que a Ram vai produzir no Brasil é um modelo que deverá mexer profundamente com o segmento aqui no Brasil.
O grande diferencial da picape inédita será a construção monobloco, uma receita que há muito tempo já é adotada nos EUA em modelos como a Honda Ridgeline. Hoje em dia, todas as picapes médias mais vendidas no Brasil e região adotam a clássica combinação de carroceria sobre chassi, solução que inegavelmente traz mais robustez para o conjunto e favorece o uso off-road, mas cobra a conta com um rodar pouco confortável sobre imperfeições do piso e uma dinâmica que exige mais atenção quando comparada a um automóvel de passeio.
A evolução dos aços e processos de conformação hoje já permitem que a indústria automotiva ganhe bastante flexibilidade para desenvolver veículos de elevada integridade estrutural. Um bom exemplo é a Fiat Toro, que é capaz de transportar 1 tonelada de carga em suas versões diesel, número semelhante ao de picapes médias convencionais.
O principal trunfo que as novas estruturas monobloco mais sofisticadas conseguem entregar, como é visto na Toro, fica por conta da combinação entre a suavidade ao rodar de um automóvel de passeio preservando a disposição para o transporte de carga. No caso da picape média nacional da Ram, deverá ser usada como base para a projeto a mesma plataforma (Small Wide) que hoje figura nos modelos produzidos pela Stellantis em Goiana (PE), no caso a própria Fiat Toro, além dos Jeep Compass, Renegade e o inédito SUV 7 lugares.
Considerando que as picapes médias são muito procuradas atualmente em suas versões topo de linha, sendo que algumas delas são até mesmo adquiridas por consumidores que residem nos grandes centros urbanos, é fato que a inédita picape média da Ram produzida por aqui deverá atender esse público com muito mais objetividade. Ao preservar o tamanho, a imponência e a generosa altura em relação ao solo das picapes médias que encontramos hoje no mercado, porém sendo um veículo bem mais agradável na hora de dirigir, é muito provável que grande parte dos consumidores que hoje em dia optam por modelos como Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger, VW Amarok, entre outras, passe a considerar como uma possibilidade viável migrar para a futura representante da Ram produzida no Brasil.
Vale destacar que a Ram terá essa “exclusividade” no segmento por um bom tempo. Até onde sabemos, as novas gerações de Ford Ranger (confirmada para estrear no Brasil em 2023) e Toyota Hilux, por exemplo, deverão seguir a concepção atual de carroceria sobre chassi. Por outro lado, talvez caberá ao time da Ram um trabalho maior para elucidar aos consumidores desse tipo de veículo que a estrutura monobloco da picape média será tão robusta quanto a velha receita presente nos modelos que conhecemos há tanto tempo.
Talvez um ponto em comum com as picapes médias mais tradicionais que a Ram não deverá abrir mão (até para permitir uma migração mais amena para os donos de modelos atuais) é a presença da motorização turbodiesel. Hoje em dia a Stellantis tem no catálogo o 2.0 presente nas versões mais caras de Toro, Renegade e Compass, o qual pode ser retrabalhado para entregar mais potência e torque. Aliás, esses aprimoramentos para o 2.0 turbodiesel podem estrear neste ano em conjunto com o SUV 7 lugares da Jeep, modelo de maior porte e que, naturalmente, deverá demandar essa atualização. Algo a conferir na medida em que o projeto da Ram avançar. Vamos acompanhar de perto!
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O "Guru dos Carros", César Tizo se juntou ao time este ano e está à frente dos portais AUTOO e MOTOO. É o expert em aconselhar a compra de automóveis