Previsto para o Brasil: Mustang Mach-E GT impressiona pela velocidade
Ingleses da Autocar avaliam o esportivo 100% elétrico, que entrega 480 cv e torque instantâneo de 87,6 kgfm
Comente e compartilhe
O Mustang Mach-E causou polêmica quando estreou nos Estados Unidos em 2019. E não foi à toa: associar um SUV elétrico a um nome tão forte como Mustang fez muita gente torcer o nariz sem nem conhecer o carro.
A revista inglesa teve a oportunidade de dirigir o Mach-E. Logo de cara, a publicação diz que “mais um crossover 100% elétrico não geraria tanta expectativa”, mas pode não ser o caso de um carro “que entrega mais torque do que um Mercedes-AMG GT Black Series, supera o Porsche 911 GT2 da geração 997 em uma prova de arrancada e, claro, leva mais pessoas do que os dois carros juntos”.
Oferecido exclusivamente com tração integral, o Mach-E GT entrega 480 cv e torque instantâneo de 87,6 kgfm. São números muito impressionantes para um SUV, e que forçaram a Ford a tomar uma série de medidas para domar a fera.
Além de uma calibragem mais cautelosa do controle de estabilidade, a marca trouxe um sistema de freios com discos Brembo de 385 milímetros na dianteira. Importante lembrar que o SUV pesa nada menos do que 2.198 quilos.
Outras providências foram aumentar a cambagem negativa nos eixos e reduzir a altura de rodagem em 10 milímetros. Isso pode até soar estranho para um SUV, mas a Autocar destaca que essa característica faz com que o Mach-E tenha um visual inconfundível, juntamente com elementos como a grade inteiramente pintada de preto e o spoiler frontal.
Agilidade nas acelerações agrada
Ao volante, o Mach-E impressiona pela velocidade. A revista afirma que ele pode “não ser um modelo daqueles que gruda suas costas no banco, mas é rápido o bastante para deixar esportivos como VW Golf R e Mercedes-AMG A45 para trás acima dos 100 km/h”. Antes disso, é bom lembrar que bastam 3,7 segundos para o SUV partir da imobilidade e chegar aos 100 km/h.
Os ingleses também destacaram as respostas rápidas no acelerador. “A entrega de torque é colossal e os motores elétricos se encarregam disso apenas 0,5 segundo depois de você pisar no pedal da direita”, escreveram.
Eletrônica atrapalha
A estabilidade é garantida pelas assistências eletrônicas em situações mais críticas. No entanto, a reportagem destaca que a intervenção do ESP poderia ser mais “suave” e afirma que um ajuste mais fino permitiria ao motorista estar no controle da situação na maior parte do tempo, mesmo quando o veículo sai de traseira.
Em velocidades baixas e curvas lentas, o Mach-E apresenta forte tendência a sair de frente. A Ford sabe disso, tanto é que a eletrônica entra em ação de forma incisiva pelo sistema de vetorização de torque, que aciona os freios para tentar impedir que o veículo saia da trajetória.
Neste caso, a Autocar afirma que as versões do Mach-E com tração traseira possuem um comportamento mais “natural” e sem tanta interferência.
É por isso que a publicação diz que, apesar de “entregar o DNA da Ford na dirigibilidade”, “o GT pode não ser a configuração mais divertida de guiar”. A conclusão é que o Mach-E GT “não entrega tudo aquilo que poderia”, mesmo com números tão impressionantes.
Segundo antecipou o colunista Fernando Calmon, a importação do Mustang Mach-E ao Brasil pode ser considerada certa, porém sem um prazo de quando ela poderá ocorrer.