Em 2016, nenhum Rolls Royce foi vendido no Brasil!
Crise entre os bilionários: marcas de alto luxo também experimentam quedas significativas nas vendas
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Marca mais aristocrática do mundo e que está oficialmente no país desde 2012 com uma loja em São Paulo, a Rolls Royce ocupa uma posição nada nobre no ranking de vendas no Brasil: é a última colocada entre as quase 50 marcas que atuam em nosso mercado.
Até aí não chega a ser novidade afinal a marca inglesa tem boa parte dos automóveis mais caros e exclusivos do mundo. O problema é que nenhuma unidade foi emplacada em 2016. É isso mesmo que você leu: zero. Até maio não apareceu um mísero cliente na loja paulistana, bem diferente das cinco unidades emplacadas no ano passado, já em meio à crise da economia, e distante das oito limusines vendidas em 2014 – que não impediram a R-R de figurar na última colocação no ranking.
Fim da bolha?
O caso da Rolls Royce não é isolado. Os tempos de vendas magras que atingiram os veículos populares também chegaram aos supercarros. A Lamborghini, por exemplo, conseguiu apenas em maio sua primeira venda, uma unidade do Huracán que custa perto de R$ 2 milhões.
A Bentley, rival histórica da Rolls Royce, também não tem do que se orgulhar: apenas duas unidades foram comercializadas em 2016, nada comparado aos 14 veículos de 2014.
E acrescentem nesta lista a Aston Martin, a Maserati e a gloriosa Ferrari. A mítica marca de esportivos italiana, que chegou a vender quase 60 deles em 2011 este ano amarga apenas seis macchinas em seu ‘talão’ de vendas.
Essa realidade contrasta com a impressão geral de que a crise só afetou o consumidor mais humilde, dependente de financiamentos longos para levar um carro zero para casa. É claro que para um bilionário, mesmo num momento não tão favorável, comprar um veículo acima de R$ 500 mil não chega a ser o drama de um comprador de carro 1.0, mas quem em sã consciência pagaria uma fortuna por um modelo importado cujo preço é calculado em moeda estrangeira?
"O cliente de automóveis como esses até tem dinheiro para comprá-lo, mas diante da situação do país não fica bem chegar na empresa com um carrão enquanto promove cortes", explica o representante de uma dessas marcas de luxo.
Há cinco anos, quando a Ferrari se esbaldava por aqui, o dólar valia R$ 1,58. Hoje ,ele custa 115% a mais, ou seja, numa conta simplória, qualquer um desses veículos luxuosos deveria sair por mais do que o dobro do preço.
É aquela situação em que quem quer comprar não tem coragem e quem quer vender não tem como. O jeito é esperar um horizonte mais propício para trocar seu ‘velho’ Phantom por um novinho em folha.
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