Executivo da Peugeot decreta fim da Hoggar
No Brasil, picape nunca decolou nas vendas e família 207 vai mal; Em contrapartida, segunda geração do cupê RCZ foi confirmada na Europa
“Alguns modelos, como uma picape vendida no Brasil, irão desaparecer” disse Maxime Picat, diretor executivo da Peugeot ao site holandês . Obviamente, trata-se da morte decretada da Hoggar, modelo que foi lançado no Brasil em 2010 e que nunca viu suas vendas decolarem.
Ano passado, questionada sobre boatos de que a picape teria saído de linha, a Peugeot não só negou o fato, mas disse que o modelo teria a produção retomada com novidades. Isso não aconteceu. Com 747 unidades vendidas em 2013 e apenas 271 até maio deste ano, o comunicado do executivo da Peugeot só veio confirmar o que prevíamos, que sua carreira não iria muito longe.
A assessoria da marca, todavia, informou ao AUTOO que a picape continua disponível na rede de concessionárias da marca. Consultamos três lojas, duas delas confirmaram que não possuem, nem receberão mais o modelo, pois ele não é mais fabricado. Em apenas uma das lojas, havia ainda duas unidades para venda, na versão Active por R$ 33.800. O vendedor, obviamente negou. “Pode comprar sossegada, que ela não vai morrer, não”, garantiu nos oferecendo um desconto de R$ 2.800 caso quiséssemos levar a picape para casa.
Outro modelo da Peugeot que parece estar na corda banda é a versão sedã do 207. Embora a marca afirme que suas vendas seguem normalmente, algumas publicações já decretaram sua morte também. O modelo, que vende cada vez menos, recebeu recentemente a série especial In Concert, equipado com rádio multifuncional para atrair consumidores, mas a iniciativa não tem surtido o efeito esperado. A versão hatch também não vai bem, o compacto abriu o ano de 2014 (mês de janeiro) com vendas menores do que seu pior mês de 2013, quando vendeu 477 unidades. Após a chegada do 208 suas vendas caíram bem, um reflexo que também foi visto na Europa. Por lá, a Peugeot preferiu descontinuar o 207- (que não é o mesmo 207 vendido no Brasil), projetando futuras ações da divisão nacional da marca.
RCZ de segunda geração
Na entrevista para o site holandês, Picat comentou sobre o futuro de outros modelos, como o esportivinho RCZ. Segundo o executivo, o cupê é importante para a imagem da marca e teve permissão para ficar, garantindo uma segunda geração, mas ainda sem data prevista de lançamento. O modelo irá dividir a plataforma com 308.
A reestruturação pela qual a marca tem passado recentemente foi a medida adotada pelo grupo PSA Peugeot Citroën para tentar reverter a queda nas vendas, causada sobretudo pela crise financeira na Europa. No Brasil, os lançamentos estão acompanhando de perto o calendário europeu e o grupo optou por mudar a imagem de suas marcas, dando a Citroën um ar mais jovial – salvo a linha premium DS - enquanto a Peugeot assume uma postura mais sofisticada.
Em paralelo às ações isoladas fora da Europa para tentar alavancar as vendas, o grupo recebeu recentemente investimentos da montadora chinesa Dongfeng. A empresa francesa vendeu 14% de suas ações ao conglomerado chinês por 800 milhões de euros. O governo da França também adquiriu outros 14% da PSA para ajudar a montadora francesa a sair da UTI.