Quando o assunto são os esportivos fora-de-série, em uma época de proibição de importados, os carros da Puma são os primeiros que vem à nossa mente. Com um desenho inconfundível e bastante populares, a maioria usava motores da Volkswagen refrigerados a ar.

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Porém um carro, em especial, chama muito a atenção e, talvez, o nobre e amigo leitor não se lembre: o Puma Al Fassi. Feito em 1989 a pedido do pugilista Muhammad Ali, quando esteve no Brasil representando o Sheik Mohammed Al-Fassi, o conversível é raro.

Baseado no cupê P-018 - "P" de projeto e "018" o número do projeto, o Al-Fassi teve apenas três unidades fabricadas para aprovação e assim poder dar continuidade e exportar 400 veículos a pedido do Sheik. No entanto, por questões burocráticas sauditas, a encomenda acabou sendo cancelada. Tal fato, colocou a Araucária Veículos (detentora dos direitos da Puma na época), em xeque, pois essa havia investido muito dinheiro no projeto para adaptação dos moldes e matéria prima para dar início ao conversível. Segundo o site Puma Classic tal fato contribuiu para o encerramento das atividades da empresa.

Assim como o P-018, o Al-Fassi também trazia consigo a boa e velha receita do motor boxer oriundo dos VW: um 1.600 com dupla carburação Solex 40 e refrigeração a ar cuja cilindrada fora aumentada para 1,7 litro. Acoplado a uma caixa de câmbio de câmbio de relações longas do VW SP2. A receita garantia bons 92 cv disponibilizados a 5.200 rpm enquanto o torque ficava na casa dos 15 kgfm a partir das 3.200 rpm.

Imagem: Ateliê do Carro/Reprodução

No entanto as semelhanças param por aí, pois de resto, no Puma Al Fassi era tudo diferente em relação ao modelo que o originou. A começar pelo conjunto óptico que no conversível foram adotados, acreditem, os da moto Honda CB400. A carroceria, ainda que lembre muito ao cupê, é mais larga, assim como o para-brisa com maior campo de visão e tampa do motor ampliada - exigências do Sheik.

O exemplar das fotos faz parte do único sobrevivente existente no Brasil desta versão, pois as outras duas na época foram levadas à Arabia Saudita. De acordo com dados extraídos do Puma Classic, este sobrevivente das fotos foi montado em 2009 pelos mesmos profissionais que fizeram os dois primeiros protótipos. Foram dois anos de trabalho para deixar o Al Fassi nº 003 rigorosamente igual aos dois remanescentes que embarcaram para a Arabia Saudita.

Incrivelmente conservado, os únicos detalhes que não são originais são o jogo de pneus que tiveram de ser substituídos devido ao tempo, bem como a bateria, logicamente, além do sistema de som mais atualizado e com CD player. De resto, tudo está como no projeto original, como a capota de lona em perfeito estado de conservação e o painel sem trincas ou manchas que ostentam os detalhes do acabamento do tablier em madeira laminada.

Atualmente, o modelo vermelho apresenta apenas 4 mil km originais, conforme o anúncio da loja Ateliê do Carro, que está oferecendo por R$ 190 mil. Essa é a sua chance de ter o único Puma Al-Fassi existente do Brasil. Pagaria essa conta?

Imagem: Ateliê do Carro/Reprodução

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Puma Al-Fassi

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