Frankfurt: carros que não veremos
Eles estão distantes do nosso país, mas nem por isso deixam de ser interessantes
Vê-los ao vivo só se você viajar para outro país ou contar com a sorte de um funcionário de embaixada resolver importar algum deles. Os lançamentos que estão em Frankfurt e que não tem a mínima chance de serem vendidos no Brasil causam uma certa revolta na gente, mas não custa conhecê-los. Quem sabe uma mudança de planos não torna isso realidade?
Se há um segmento que desanima o brasileiro ele se chama hatch médio. Nosso gosto por esse tipo de carro é praticamente o mesmo do europeu, o problema é que lá esses modelos estão cada vez mais sofisticados e caros. O resultado é que modelos desejados aqui, como o Golf e o Astra, pararam no tempo em nosso mercado. Em Frankfurt a Volkswagen mostrou o Golf R, o mais potente da história com nada menos que 272 cv e capaz de ir de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos. A Opel apresentou pela primeira vez o novo Astra que, apesar da crise da marca, ficou belíssimo e muito equipado. Nenhum dos dois, contudo, têm a mínima chance de vir para cá.
Existem também modelos que por causa de um fator ou outro não valem a pena atravessar o Atlântico, mesmo que isso pareça um bom negócio. O Abarth 695 Tributo Ferrari, por exemplo, apesar do apelo, não vem porque a Fiat decidiu não comercializar a marca esportiva no Brasil.
Já a Kia, que tem ao menos dois produtos com grande potencial em nosso mercado – o hatch Cee´d e a minivan compacta Venga – simplesmente não conseguiria praticar os bons preços de outros modelos já que eles são produzidos no leste europeu e custam caro.
Elétricos desplugados
Outra decepção chama-se Prius. O mais célebre híbrido do mundo já chegou à 3ª geração e passa longe do Brasil. Quer dizer, ficará por perto já que a Toyota venderá o modelo na Argentina a partir de novembro. É uma situação preocupante afinal os carros elétricos devem ser uma vertente importante do futuro e nosso país praticamente virou as costas para qualquer outra tecnologia que não o motor flex e o biodiesel.
Por outro lado, três marcas mantêm seu ambíguo status de existir no Brasil no papel, mas terem desaparecido das ruas. A Alfa Romeo, a Seat e a Lexus constam muitas vezes de estatísticas de suas montadoras-mães sem nem vender um exemplar no país. A Lexus ainda aparece vez ou outra com o emplacamento de dois sedãs de luxo, mas é só. A Alfa e a Seat saíram daqui sem sair. Boatos que elas voltariam não param de surgir, no entanto, nada confirmado.
Enquanto isso, vemos um belo desfile de modelos interessantes delas sem a mínima chance de serem exibidos em show-room no Brasil. A Alfa trouxe o MiTo com motor MultiAir, a Seat, o Ibiza Concept IBZ, que dará origem ao Ibiza ST de série, e a Lexus o belo hatch LF-Ch, o primeiro híbrido da marca japonesa a ser lançado na Europa.
E pensar que o Brasil já é o 5º maior mercado do mundo.