Há muito tempo já estamos falando da renovação da gama Chevrolet na região da América do Sul e, nesta quinta-feira (17), a GM nos deu um indício mais concreto do que podemos esperar para o médio prazo dentro da estratégia da montadora.

A empresa confirmou que prepara o lançamento de 20 novos produtos e mais 10 versões ou novas séries na região do Mercosul até 2022, efetuando, dessa forma, uma renovação completa na gama e criando condições para que o conglomerado mantenha a liderança em vendas por aqui. É bom lembrar que a Volkswagen está com um plano semelhante e também terá uma gama renovada até o início da próxima década.

O comunicado da GM veio acompanhado apenas de uma curta declaração de Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, o qual pontua que “esta é a maior renovação da linha Chevrolet na história da marca na região, reforçando o nosso compromisso em colocar o cliente no centro de tudo o que fazemos. Os novos produtos vão surpreender o mercado com conteúdo e tecnologias inéditas”.

O que podemos esperar?

O anúncio da GM oficializando a renovação da gama coincide com uma análise que publicamos nesta semana aqui no Autoo sobre quais novidades podemos esperar do grande investimento que a empresa fará por aqui.

O “grosso” da renovação da gama GM recai para a nova família GEM, abreviação para Global Emerging Markets, projeto que a GM toca em parceria com sua aliada chinesa SAIC.

Dessa nova arquitetura sairão as novas gerações dos modelos de maior volume da linha Chevrolet oferecida no Mercosul, portanto estamos falando dos novos Onix, Prisma, Cobalt e até mesmo a minivan Spin. Vale a pena destacar que na metade deste ano a Spin ainda estreia uma atualização visual em sua linha 2019 para aguentar mais alguns anos no mercado enquanto sua segunda geração está sendo trabalhada.

Antes um projeto criado pela alemã Opel, agora nas mãos dos franceses da PSA, o sucessor do Tracker também deverá ser mais um modelo oriundo da nova plataforma GEM. Com isso, o Tracker deverá ganhar um porte e uma cabine mais sintonizados com modelos bem mais racionais dentro do segmento de SUVs compactos, como é o caso do Honda HR-V e do Hyundai Creta, produtos com ótima aceitação por aqui.

Ainda no mundo dos SUVs, é bem possível que a GM faça uma leitura de mercado bem parecida com a Volkswagen e mire em segmentos parecidos. Se isso se confirmar, podemos adicionar na conta dos 20 lançamentos um SUV menor que o Tracker, nos moldes do que a VW prepara abaixo do T-Cross, assim como um outro modelo de proposta mais refinada e com alto nível de equipamentos e tecnologia que pode se encaixar entre o novo Tracker e o Equinox. Acima deles pode figurar um substituto para o atual Trailblazer, único SUV com capacidade para 7 pessoas que a marca Chevrolet oferece aqui até o momento. Quem sabe até o norte-americano Traverse, um irmão de projeto do Equinox que se diferencia pelas três fileiras de assentos, não seja uma excelente opção que a GM estuda importar.

Voltando para os carros de passeio, o que pode completar a conta de lançamentos da GM até o começo da próxima década será a chegada por aqui do facelift da linha Cruze para as carrocerias hatch e sedã.

Olhando para a base do mercado, é natural esperar que a GM prepare um modelo capaz de disputar mercado com automóveis na faixa de preço e proposta do Renault Kwid, Fiat Mobi, VW up! e cia. Muito já se foi falado de uma colaboração da GM com a PSA para isso, mas a união dos dois conglomerados para esse projeto, ao que tudo indica, acabou não se concretizando. É certo que o Volkswagen Gol em sua próxima geração tomará um rumo bem parecido, focando na parcela de entrada do mercado, algo que a GM também poderá explorar com um carro inédito dedicado para essa importante missão.

Vamos acompanhar tudo de perto aqui no Autoo e, na medida em que novas informações emergirem, traremos os principais detalhes!

César Tizo

O "Guru dos Carros", César Tizo se juntou ao time este ano e est??frente dos portais AUTOO e MOTOO. ?o expert em aconselhar a compra de automóveis