Guia de compra: o que saber antes de comprar um Jeep Renegade usado

SUV traz várias vantagens por menos do que custa um popular novo, ao redor dos R$ 65 mil
Jeep Renegade 2018

Jeep Renegade 2018 | Imagem: Divulgação

Se você sempre sonhou em ter um representante da marca Jeep, saiba que a chance é agora. No mercado de usados, o Renegade é figura carimbada. É anunciar e vender!

O SUV é o primeiro Jeep produzido na fábrica do grupo FCA em Goiana, (PE) e, em 2015, quando foi lançado no Brasil, foi oferecido com motores 1.8 16V flex de 132/130 cv com câmbio manual de cinco marchas, ou automático de seis, além de ter tração 4x2 ou 2.0 turbodiesel, de 170 cv, com caixa automática e tração 4x2 ou 4x4, dependendo da versão.

A mais simples Sport já traz de série: direção elétrica, conjunto elétrico, freio de estacionamento elétrico, controle eletrônico de estabilidade (ESC), airbags frontais, freios ABS, distribuição eletrônica de frenagem (EBD), sistema de assistência à frenagem (BAS), sistema anticapotamento (ERM), auxílio de partida em rampas (HSA), entre outros recursos.

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A intermediária Longitude agrega o ar-condicionado digital automático de duas zonas, sistema multimídia com tela sensível ao toque de 5″ (opção com motor flex) ou 6″ (opção a diesel), GPS Bluetooth, USB, comandos por voz, racks de teto, rodas de liga aro 17″, tração 4x4 (4WD Low, com primeira reduzida, e permanente 4WD Lock), sistema Selec-Terrain com quatro ajustes conforme o tipo de piso e controle automático de descida (HDC).

Jeep Renegade 2018
Interior da versão Limited vem com volante multifuncional, partida por botão e mostrador digital no centro do cluster
Imagem: Divulgação

A topo de linha Trailhawk, por sua vez, acrescenta além do visual mais “off-road”, os seguintes itens: tela de 6,5″, ganchos para reboque, racks de teto, lanterna removível, sensor crepuscular, sensor de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, suspensão off-road, tração 4x4 e rodas de liga aro 17″ com pneus especiais.

A partir da linha 2017, o motor 1.8 flex dava lugar ao atualizado 1.8 E.torQ (139/135 cv) que estreou na Fiat Toro em 2016. Na prática, ele deu mais agilidade além do menor consumo, que caiu 10%, segundo a montadora. No mesmo ano, a versão Limited foi lançada e se diferenciava das demais pelo acabamento em couro, faróis de xenon, acionamento automático por sensores de faróis e limpador do para-brisa, rebatimento elétrico dos retrovisores, espelho interno fotocrômico e chave de presença Keyless Enter’n Go.

Após essas mudanças, as últimas se concentraram na leve reestilização ocorrida na linha 2019 e, no final de 2021, na “aposentadoria” dos motores 1.8 flex e 2.0 turbodiesel para dar lugar ao moderno 1.3 turbo flex de 185/180 cv para todas as versões.

Jeep Renegade 2018
Jeep Renegade Limited pode ser encontrado com tração 4x4 e motor turbodiesel e luz de neblina embutida no para-choque
Imagem: Divulgação

Pontos que merecem atenção

  • Altura livre do solo

Apesar de se tratar de um modelo da Jeep, não vai se aventurar no “terreno” que você não conhece. A altura do para-choque dianteiro ao chão é baixa e, portanto, qualquer lombada ou valeta são inimigos do Renegade. Ao ver a unidade, atente para raspões ou trincas no para-choque e demais componentes como cárter, e proteções de plásticos presas no assoalho que podem estar trincadas. No site do Jeep Renegade Clube (www.jeeprenegadeclube.com) há relatos de donos que só de passar por poças de água, tiveram a proteção plástica arrancada.

  • Desempenho e consumo

O motor 1.8 16V da família E.torQ quando associado ao câmbio automático de seis marchas é alvo de reclamações quanto ao desempenho e consumo. Com potência de 132/130 cv e torque de 19,1/18,6 kgfm, os dados de consumo são 6,5 km/l na cidade e 7,6 km/l na estrada (etanol) e 9,5 km/l no perímetro urbano e 10,9 km/l no ciclo rodoviário (gasolina), segundo o Inmetro. Na aceleração de zero a 100 km/h, os dados oficiais são 11,1 segundos e a velocidade final é de 182 km/h.

  • Câmbio automático

Alguns donos relatam problemas no câmbio automático que travam, dão trancos ou param de funcionar, fato este que está relacionado tanto às caixas de nove marchas com motor 2.0 diesel quanto às de seis velocidades ligadas ao motor 1.8 flex. Através de uma publicação de 2016 da revista Quatro Rodas (Autodefesa: transmissão de problemas no Renegade), após a ter enviado as reclamações à Jeep, a mesma disse que “havia prestado o atendimento aos clientes identificados e que não há problema crônico nos câmbios do Jeep Renegade”.

“Trata-se de inconvenientes pontuais e sem correlação entre si, já que são modelos, versões e motores diferentes”, disse a fabricante na época.

  • Coluna de direção

A coluna de direção do Renegade costuma fazer barulhos no momento que se esterça o volante, sendo que algumas delas foram trocadas ainda na garantia, conforme relatos de donos do SUV. Vale ressaltar ainda que, em alguns dos casos, os modelos não tinham nem 9 mil km rodados, ou seja, tratava-se de um carro relativamente novo. Os casos em comum foram relatados em revistas, fóruns e sites de reclamações contra empresas sobre atendimento, compra, venda, produtos e serviços como o Reclame Aqui.

  • Recalls

Ao escolher a unidade, veja através do número do chassi se o modelo já passou pelo atendimento de alguns recalls como, por exemplo, atualizações do software da central eletrônica e do airbag e trocas do módulo do airbag frontal do passageiro e do cabo do freio elétrico de estacionamento. 

Na dúvida, assim que tiver o número do chassi em mãos, consulte as possíveis pendências de serviço pelo . 

  • Melhores e piores unidades para comprar

Apesar dos problemas crônicos e características que podem não agradar a todos, como é o caso do porta-malas pequeno (260 litros, mas a partir de 2018 passou para 320 litros com a adoção do estepe temporário), o veículo da Jeep também tem lá suas qualidades e não são poucas. Uma delas está no excelente nível de equipamentos de série, tanto de conforto, quanto de segurança, conforme citados no começo desta reportagem.

Com relação às melhores unidades para comprar, as raras com câmbio mecânico podem ser uma saída para driblar o baixo desempenho e alto consumo. São vendidas com preços a partir de R$ 65 mil, do ano e modelo 2015/2016, sendo a mais barata de toda a gama Renegade.

Se o orçamento for maior, as versões turbo flex 1.3 são mais econômicas, ou menos beberronas, como quiser. Segundo o Inmetro, são 7,7 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada com etanol e 11 km/l e 12,8 km/l, nessa ordem e abastecido com gasolina. Essas opções lançadas a partir da linha 2022 têm preços iniciais de R$ 116.400, que é o caso da versão Sport T270 1.3 turbo 4x2 Flex AT.

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Fernando Garcia

Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.

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