Honda Accord: como ?o sed?de luxo com consumo de carro 1.0
Eficiência no gasto de combustível ?compensado pelo preço alto e pela falta de equipamentos
Como pode um luxuoso sedã com quase 5 metros de comprimento fazer até 18 km/l sem entregar um desempenho pífio? Essa devia ser a pergunta do milhão no centro de desenvolvimento da Honda quando criaram a 11ª geração do Accord, seu sedã mais luxuoso à venda hoje. E a resposta de quem chegou à solução foi correta, porque é exatamente isso o que ele faz.
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Para comprovar essa eficiência toda, fui buscar o carro e logo me impressionei com o visual. Era o primeiro contato com o carro, afinal é muito difícil vê-lo nas ruas. Apenas 56 unidades foram vendidas neste ano em todo o Brasil.
Para começar, o capô ocupa grande parte dos 4,97 metros de comprimento. São também 2,83 m de entre-eixos, 1,46 m de altura e 1,86 m de largura. A frente com faróis finos de LED tentam dar uma cara invocada e tirar o ar de “carro de tiozão” que o Accord sempre carregou desde que chegou ao Brasil em 1992.
As laterais com uma caída cupê foram amenizadas em relação à geração anterior, mas ainda estão lá. O terceiro volume, o do porta-malas, está mais definido como um sedã mesmo. As rodas de 18 polegadas combinam com o desenho do carro. A traseira tem uma lanterna inteiriça e escurecida com luzes de LED. Lembram as peças usadas pela Volkswagen no T-Cross e no Nivus.
Por dentro, quem já viu o Civic não vai ter muita novidade. O interior bem acabado traz painel digital de 10,2 polegadas e difusores de ar escondidos atrás de uma faixa preta que sai do lado do motorista e atravessa até a porta do passageiro. O ar-condicionado é automático com duas zonas de temperatura.
No alto está a central multimídia de 12 polegadas que se conecta aos sistemas Android Auto e Apple Carplay sem necessidade de cabo. Para carregar o celular, tem uma plataforma por indução ou quatro portas USB do tipo C, sendo duas na frente e duas para os passageiros de trás que também contam com saídas de ar-condicionado.
Pela tela central é possível ver bússola, informações de consumo e imagens da câmera traseira e lateral, que aciona automaticamente quando o motorista aciona a seta para a esquerda ou a liga pelo botão da haste atrás do volante. É possível desativar essa função na própria central multimídia. Faz falta, no entanto, um sistema de câmeras para dar visão 360º.
O console central tem bastante espaço para dois porta-copos, a alavanca de câmbio tradicional e o seletor de modos de condução, que pode ser Sport, Eco ou Normal. O freio de mão é elétrico.
Os bancos são confortáveis e revestidos de couro. O do motorista tem ajustes elétricos com memória para a posição dos assentos e espelhos. O do passageiro também pode ser ajustado elétricamente, mas não na altura. Como o carro é baixo, pode haver reclamações. Falando nisso, outra falha nos equipamentos para um carro tão caro e luxuoso: não há ventilação ou aquecimento nos bancos.
Há espaço para cinco pessoas viajarem com conforto, aliado ao bom ajuste da suspensão e ao isolamento acústico que deixa o interior silencioso. Silêncio interrompido somente pelo sistema de som premium assinado pela marca Bose.
Além de espaçoso, o Accord tem um belo porta-malas com 574 litros com abertura interna, mas o fechamento não é elétrico. Tudo bem, a tampa é leve para puxar no braço mesmo.
Além desses itens já citados, o Accord vem com piloto automático adaptativo com frenagem de emergência e assistente de manutenção em faixa, oito airbags (frontais, laterais, de cortina e para joelhos) e teto solar, entre outros itens.
Como consegue ser econômico?
A resposta à pergunta lá de cima veio através da eletrificação. Quem acertou foi que sugerir que a Honda instalasse um motor 2.0 aspirado a gasolina com 146 cv e 19.2 kgfm, e dois elétricos, sendo um de tração com 184 cv e 34.1 kgfm, e outro gerador de energia para abastecer a bateria de 1,05 kWh. A potência combinada é de 207 cv, mas o torque não foi divulgado.
Ele funciona na maior parte do tempo como um carro elétrico. O motor a combustão entra de vez em quando para recarregar a bateria e quando o carro está em altas velocidades. Dessa forma, ele acaba gastando pouco combustível mesmo.
No modo elétrico, o sedã não apresenta um desempenho de tirar sorrisos, mas é suficiente para andar na cidade sem problemas. Se quiser um pouco mais de velocidade, no modo Sport o Accord funciona com os dois motores juntos. A Honda não informa o 0 a 100 km/h, mas o sedã é rápido e faz até um ronquinho gostoso de escutar dentro da cabine. É um raro momento que se escuta algo do próprio carro quando se está dirigindo.
De acordo com dados do Inmetro, o Accord roda 17,8 km/l em ciclo urbano e faz 16,1 km/l na estrada, sempre com gasolina. Durante o nosso teste, chegou a marcar mais de 18 km/l, mas fechou a média final com 14,9 km/l em 225 km rodados. Um bom número levando em conta que foi um misto de cidade e estrada com um carro que anda tão bem.
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A questão é: vale os R$ 332.400? Levando em conta o que ele oferece e a economia de combustível, o carro é mesmo tentador, mas um BMW Série 3 sai por R$ 322.950. Não tem a mesma eficiência, mas é o sedã mais vendido da categoria de luxo e é de uma marca premium. Decidir entre eles? Fica aí outra pergunta do milhão.