Honda Civic Type R: nada por perto com tanto fôlego
Modelo com tração dianteira mais potente do mundo ?um verdadeiro unicórnio entre os esportivos no Brasil
Ah, os esportivos, não os fingidos, mas os verdadeiros. É nesse segundo grupo que está o Honda Civic Type R (R$ 429.900), considerado o carro com tração apenas dianteira mais potente do mundo fabricado em série hoje em dia. No Brasil, com o a gasolina com 27% de etanol (25% na podium), a fabricante resolveu reduzir a potência máxima de 320 cv para 297 cv.
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Mesmo assim, ainda tem fôlego de sobra sob o capô recortado milimetricamente para encaixar a saída de ar funcional que ajuda o 2.0 turbo respirar, com duplo comando de válvulas com variadores de fase da admissão e escape e podendo girar até 7.000 rpm, uma obra prima da engenharia automotiva e que leva toda a experiência da fabricante nas pistas de corrida, inclusive na Fórmula 1.
Já dirigi todas as gerações do Civic Si que passaram pelo Brasil,mas nenhuma delas se compara ao Type R quando o assunto é desempenho. O carro é feito para pilotos que curtem um track-day no fim de semana e inspira esportividade pelas ventas. Tudo foi pensado para o máximo de eficiência, com entradas de para refrigerar os freios e aerofólio traseiro com base de alumínio que aumenta a pressão aerodinâmica na traseira em altas velocidades.
Ao sentar nos bancos vermelhos do tipo concha e assumir o volante, a magica acontece. O acerto é perfeito para entrar na pista e liberar litros de adrenalina pelo corpo, mas não recomendo andar com o Type R no dia a dia, pricipalmente pelas ruas de São Paulo, a menos que goste de se sentir uma celebridade e não liga para os solavancos causados pela suspensão rígida e pelos pneus de perfil ultrabaixo 265/30R 19 Michelin Pilot Sport 4S.
Focado e viceralmente sério
Impressiona a precisão com que funcionam os freios a disco perfurados com pinças Brembo, assim como o câmbio manual de seis marchas, com alavanca de alumínio anodizado. E não pense que para um carro com 42,8 kgfm de torque máximo a meros 2.600 rpm terá que fazer bastante força para acionar o pedal de embreagem. O sistema funciona bem e com boa leveza. Pise fundo no acelerador, engate a primeira, acione o modo "Type R" no console central e, no sinal verde, solte o pedal da esquerda.
Vai ter que controlar de certa forma o ímpeto esportivo do Type R na arrancada. O controle de tração ajuda, mas, mesmo assim, não há como evitar que as rodas dianteiras girem em falso, afinal são meros 4,9 kg/cv de relação entre peso e potência. Se tiver saído como manda o figurino vai conseguir chegar no tempo de 0 a 100 km/h declarado pela fabricante: 5,4 segundos, com máxima de 275 km/h, se a pista e seu juízo permitirem.
Na comparação com as demais versões do Civic, o Type R tem rigidez torcional 38% maior, capô de aluminio e porta-traseira 20% mais leve. No eixo dianteiro, a barra de torção é 60% mais rígida. Tudo parece altamente focado e visceralmente sério... E as partes importantes – assento, volante revestido de alcântara, alavanca de câmbio – são uma alegria tátil. Como um bom Porsche, a posição de dirigir é perfeita.
Pelo sistema multimídia é possível acompanhar e analisar dados da pilotagem e pegar dicas para aperfeiçoar o desempenho, com pontuação. De série, o Type R vem com carregador de celular por indução, ar-condicionado digital de duas zonas, som premium da Bose com 12 alto-falantes e pedais de alumínio. O que não falta é equipamento. Há até subwoofer e GPS nativo.
Este Type R é o Honda de alto desempenho mais completo em muito, muito tempo. Um carro ergonomicamente bem resolvido e, para algo com um foco tão intransigente, é abençoado com faixa verdadeiramente ampla de usabilidade. Pena que o preço seja tão alto e que as 100 unidades que devem ter chegado ao Brasil já estejam todas vendidas.
Entre os principais rivais do Honda Civic Type R podemos citar o Mercedes CLA 35 AMG (R$ 471.900), o BMW M235i XDrive Grand Coupé (R$ 364.950) e Audi RS 3 (R$ 429.900). Mas nenhum deles tem a combinação de câmbio manual e tração apenas dianteira.
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