Hyundai Creta Limited: tentamos entender por que este SUV vende tão bem
Versão intermediária tem bom pacote de equipamentos e desempenho razoável, mas o consumo?
Não vou dizer aqui se o Hyundai Creta é bonito ou não. Estética é subjetiva e você, leitor, é quem vai saber se ele cabe no seu gosto. Mas, convenhamos, esta segunda geração do SUV compacto é, no mínimo, exótica. Ame ou odeie, ninguém fica indiferente ao ver um nas ruas.
E nem nas lojas, afinal, só nos quatro primeiros meses deste ano, 18.935 Creta foram emplacados no Brasil. O SUV mais vendido é o Volkswagen T-Cross que está só um pouco à frente, com 19.082 vendas.
Então o que faz o Hyundai Creta vender tão bem? Fui tentar entender isso com a versão Limited, a intermediária, segunda mais barata da linha da segunda geração. Vale dizer aqui que parte dessas vendas vem da versão Action, que mantém o visual da primeira geração, menos… polêmico.
Pois bem, comecei vendo o carro pela frente. Faróis divididos e entre eles uma grade em forma de trapézio pintada de cinza. Um pouco estranho. As laterais são abauladas, com linhas bem marcantes nas caixas de rodas e uma faixa cinza contorna a parte de cima das portas e enfeita a última coluna do carro.
A traseira tem lanternas com a mesma temática dos faróis, com três partes que se acendem, inclusive um pequeno quadrado solto ali no meio. Bom, como disse, não estou aqui para julgar.
Mas vamos lá para dentro. A versão Limited tem chave presencial e é só chegar perto do carro que as portas destrancam e os espelhos retrovisores se abrem. É um charme para um carro que custa R$ 154.690 e ficou R$ 2.000 mais caro na última semana.
O visual interno não conversa com o externo (ouvi um “ainda bem”?). O desenho do painel é mais conservador com os instrumentos em tela digital e alguns ponteiros analógicos, central multimídia no console e ar-condicionado digital com botões físicos e carregador de celular por indução. Há um bom volume de porta-objetos e um porta-luvas bem espaçoso que, vou lhe dizer, é raridade hoje em dia.
Quem vai atrás também tem bom espaço para as pernas, cabeça e ombros. O Creta tem 2,59 m de entre-eixos, o que garante essa comodidade. Os três passageiros vão encontrar bons porta-objetos nas portas, um porta-celular no console e saídas de ar-condicionado. Só vão ter que rodiziar a única porta-USB do tipo B.
O porta-malas tem 422 litros de capacidade, mas poderia ter mais. O assoalho é alto por causa do estepe e a base não tem ajuste de altura. Com isso, fica um bagageiro fundo, mas baixo, o que não impede de acomodar bem várias malas pequenas, mas um volume maior vai exigir a retirada do tampão.
Bom desempenho; consumo alto
A versão Limited do Creta usa o motor 1.0 de três cilindros turbo flex de 120 cv e 17,5 kgfm de torque. Não é um desempenho de tirar o fôlego, mas suficiente para andar na cidade e na estrada. Uma ultrapassagem, porém, exige que você coloque o câmbio em modo sport ou troque manualmente nas borboletas atrás do volante para andar de verdade
De tirar o fôlego é o consumo. Em nosso teste, com pouco mais de 250 km rodados entre estrada e cidade, o Creta marcou uma média de 7 km/l com etanol. É bastante coisa para um SUV 1.0 turbinado e bem diferente do prometido pela medição do Inmetro, que é de 8,3 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada. Com gasolina esses números melhorariam para 11,9 km/l e 12,6 km/l respectivamente.
Mas, tirando o consumo, o Creta é um bom carro. Espaço e desempenho na medida, bom conforto e acabamento de razoável para bom, dentro da média da categoria. Acho que isso explica porque o SUV é vice-líder em sua categoria tão perto do primeiro colocado. Se você gosta do visual, vá em frente, prometo de novo que não vou julgar.
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