Kombi "Corujinha" rodou pouco e custa quase dois Polos Highline TSI 0 km
Icônica van da VW nunca foi restaurada e não tem sequer tem um retoque de pintura
Comente e compartilhe
Cada vez mais cobiçadas e disputadas até fora do Brasil, as nossas unidades da Kombi fabricadas em São Bernardo do Campo (SP) transformaram-se em uma espécie de galinhas dos ovos de ouro, principalmente se for da série “Corujinha”, fabricada entre 1957 e 1975 pela Volkswagen.
VEJA TAMBÉM:
- VW Kombi Safari: a versão aventureira; assista ao vídeo
- VW Kombi e ID.Buzz: um encontro histórico; assista ao vídeo
Esse lindo exemplar da VW Kombi de encher os olhos pertence ao último ano-modelo 1975/1975. Trata-se do modelo Standard, o qual diferenciava das demais por ter pintura única (sem a tradicional combinação de duas cores conhecida como saia-e-blusa), além de ser isenta de frisos cromados, entre outros detalhes. Entre as cores mais populares, havia a branca, a bege e a azul como a deste exemplar das fotos.
Batizada de Azul Caiçara, a pintura nunca foi retocada, assim como a tonalidade branca dos para-choques que combinaram muito bem com o conjunto. Internamente, os bancos em vinil preto parecem que nunca foram tocados de tão preservados, e o volante branco de plástico, incrivelmente intacto, dispensa apresentações.
Interior bem simples e original
Imagem: Reprodução / O Acervo
Bem ao centro do painel, o velocímetro é grande e conta com escala até 120 km/h. Concentrado a ele, há um odômetro inferior que exibe orgulhosamente 13 mil km originais. Ao lado esquerdo, um pouco mais distante, há um pequeno medidor de nível de combustível, cuidadosamente emoldurado por um aro cromado.
O motor boxer 1.5, ou 1500 como era conhecido, (1493 cm³) refrigerado a ar de quatro cilindros rende a potência de apenas 52 cv e um torque de 9,1 kgfm, graças à ajuda do câmbio manual de quatro marchas.
Dados de desempenho propiciavam ao veículo a velocidade máxima de 100 km/h, nada muito além considerando que é um veículo pensado para trabalho e uso na cidade. Em compensação, seus 970 kg de transporte de carga útil era uma mão na roda para fazer pequenas mudanças ou entregas.
De acordo com a loja O Acervo, a Kombi foi adquirida do primeiro dono que a guardou com muito zelo por quase 50 anos. Seu preço é de R$ 250 mil, equivalente à soma de duas unidades do VW Polo Highline TSI 2025 0 km - R$ 120.790 cada um.
A origem das primeiras Kombis no Brasil
Imagem: Reprodução / O Acervo
O nome de batismo do Tipo 2, Kombi, vem de Kombinationsfahrzeug, que no idioma germânico significa veículo combinado ou combinação do espaço para carga e passeio e foi assim que o público brasileiro conheceu um dos veículos mais populares da história da indústria automobilística. Por aqui, as primeiras unidades vieram importadas no ano de 1949.
Graças ao sucesso de vendas, quatro anos mais tarde, a matriz alemã resolveu instalar uma filial no Brasil em parceria com a Brasmotor, que também foi representante da americana Chrysler e proprietária da Brastemp na época. Nela, eram montados, distribuídos e vendidos modelos da Kombi e do Fusca. Em 1956, o grupo GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) e a Volkswagen iniciaram a construção da fábrica na cidade paulista de São Bernardo do Campo.
Em 1957, saíram as primeiras unidades da “Velha Senhora” da VW que já contava com 100% de índice de nacionalização. Praticamente idêntica a versão alemã, a nossa Kombi contava inicialmente com motor de 1.192 cm³ e 36 cv a 3.400 rpm, contando com a velocidade máxima de 100 km/h.
Até o ano de 1975, a Kombi contava com 3 milhões de unidades produzidas, encerrando esta linha de carroceria. Até esta data, a van teve diversas versões interessantes, tanto de carroceria, quanto acabamento. Entre algumas delas: Furgão, Picape, Standard, Luxo, Turismo, Especial.
As opções Luxo e Standard, além da Lotação, lançada em 1967 eram as versões mais populares. Curiosamente foram lançadas com seis portas sendo duas para cada fileira de bancos. Este modelo ficou popularmente conhecido como Corujinha devido a sua frente estilizada que se assemelha com o pásssaro. Hoje um raro modelo, disputado por colecionadores.
A série Corujinha da Kombi foi até 1975, pois no mesmo ano, a Volkswagen já introduziu a Kombi renovada, conhecida como Clipper.
Imagem: Reprodução / O Acervo
Siga o AUTOO nas redes: | | | |
Comente e compartilhe
Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.