Avaliação: Maverick Hybrid roda 15 km/l na cidade e quer desafiar SUVs e picapes diesel
Versão eletrificada chega com mesmo preço da opção 2.0 turbo com tração integral; saiba mais detalhes
Quem deseja um veículo capaz de combinar a eletrificação do conjunto mecânico com a versatilidade de uma picape passa a ter ao menos uma opção no mercado brasileiro.
A Ford inicia neste mês a comercialização da Maverick Hybrid, que torna-se o primeiro modelo no país a conciliar este tipo de carroceria com a propulsão híbrida.
Em sua estratégia comercial, a Ford optou por lançar a Maverick eletrificada com o mesmo preço sugerido para a versão Lariat FX4 2.0 turbo, ambas, portanto, tabeladas em R$ 244.890.
Com isso, a ideia da marca é disponibilizar no segmento de picapes intermediárias duas soluções, por assim dizer, do mesmo produto.
Quem prioriza eficiência e baixo consumo terá na Maverick Hybrid a escolha ideal, enquanto o catálogo 2.0 turbo convencional preserva como apelos a performance superior e o sistema de tração integral.
É importante explicar que, nos EUA, onde veículos eletrificados contam com incentivos governamentais, a Ford posiciona a mecânica eletrificada como a configuração mais em conta dentro da gama Maverick.
Por lá, a opção híbrida da Maverick tem como função figurar como o veículo de entrada da marca e, para tanto, apela também para as excelentes médias de consumo para cativar os consumidores racionais.
Para conseguir um valor de entrada mais competitivo, ao menos nos EUA, a Maverick Hybrid conta apenas com tração dianteira e o seu conjunto de suspensão traseira é do tipo eixo de torção, layout não tão refinado quanto o multibraço presente na Maverick 2.0 turbo.
Apesar da suspensão traseira não tão sofisticada, a Maverick Hybrid conseguiu preservar a boa qualidade ao rodar observada na irmã 2.0 turbo.
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Ao volante, a nova configuração da picape no Brasil transparece uma inegável sensação de robustez, a qual resulta em uma dinâmica estável e um rodar de alta qualidade. Merece elogio ainda o bom cuidado com o isolamento acústico da cabine.
O trem de força híbrido da Maverick é composto pelo motor 2.5 a gasolina associado ao câmbio automático e-CVT, que reúne ainda o motor elétrico de tração e um alternador-gerador que efetua a recarga da bateria de 1,1 kWh presente na picape.
Todo o conjunto resulta em 194 cv de potência combinada e torque máximo de 21,4 kgfm, números suficientes para impulsionarem a Maverick Hybrid de 0 a 100 km/h em competentes 8,7 segundos.
O melhor mesmo da novidade fica para suas médias de consumo, registrando 15,7 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada. Com tanque para 57 litros de gasolina, a Ford pontua que a Maverick Hybrid consegue superar facilmente os 800 km de autonomia dependendo do cenário de uso.
É fato que a Maverick Lariat FX4 é mais veloz no 0 a 100 km/h (7,2 segundos), porém ela é capaz de percorrer 8,8 km/l em ciclo urbano e 11,1 km/l na estrada.
Alternativa a picapes e SUVs diesel?
Graças aos números competitivos de consumo e autonomia, a Ford pretende posicionar a Maverick Hybrid como uma alternativa para os consumidores de SUVs e picapes a diesel, tais como o Jeep Compass Trailhawk e a Fiat Toro Ultra.
Considerando o atual cenário em que o diesel está com valor acima do praticado para a gasolina, a Ford cita cálculos em que percorrer 800 km com a Maverick Hybrid resulta em uma despesa de R$ 297 considerando o consumo médio (14,7 km/l) da picape.
No caso do Jeep Compass Trailhawk (consumo médio de 11,4 km/l) o custo fica em R$ 390 e, para a Fiat Toro Ultra (média de 11,2 km/l), a conta atinge R$ 397.
Tanto a Toro Ultra quanto o Compass Trailhawk, porém, oferecem tração integral, algo que para alguns clientes pode ser um atributo decisivo na hora da compra. A Toro Ultra, vale salientar, atualmente custa R$ 226.890.
Equipamentos
Assim como ocorre com a Maverick 2.0 turbo, a Ford optou por importar a Maverick Hybrid ao Brasil em seu catálogo Lariat, porém sem o pacote de apelo off-road FX4.
Com isso, a Maverick eletrificada oferece um bom conteúdo de itens de série, merecendo destaque os 7 airbags, alerta de colisão com frenagem de emergência, farol alto automático, central multimídia com câmera de ré, banco do motorista com ajustes elétricos, revestimento interno premium, entre outros itens.
Além de uma cabine com espaço interno em linha com o que encontramos em uma Fiat Toro, a Maverick destaca-se pela ótima ergonomia, a posição de dirigir acertada e a boa oferta de porta-objetos.
Na caçamba, temos na Maverick Hybrid os mesmos 937 litros de capacidade volumétrica da opção 2.0 turbo, porém a picape híbrida carrega até 659 kg contra 617 kg da opção sobrealimentada.
Como dito no início deste texto, a Maverick Hybrid cumpre muito bem a proposta para a qual foi concebida, permitindo que consumidores de olho em um veículo eletrificado possam se beneficiar também de toda a praticidade de uma picape.
Fica a sensação, contudo, de que a Ford deveria adotar uma estratégia de precificação distinta para a Maverick Hybrid, oferecendo a novidade com um preço, na medida do possível, inferior em relação à irmã 2.0 turbo para tornar a nova opção mais interessante do ponto de vista comercial.
Enquanto a concorrência não busca explorar o tema da eletrificação no segmento de picapes, a Maverick Hybrid vai explorar esse nicho com competência e, quem sabe até, poderá aumentar os números de venda do modelo por aqui. Mérito para isso, sem dúvida, ela tem.