Menos de R$ 20 mil: Renault Logan é compra racional de usado bom e barato
Apesar do visual conservador, primeira geração do sedã revela pontos fortes, como o espaço interno
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Após fazer sucesso como um veículo barato e espaçoso no leste europeu, o Logan chegou ao Brasil em 2007, trazendo na bagagem também o visual pouco atraente.
Os preços, no entanto, decepcionaram na época já que a Renault não seguiu sua subsidiária Dacia e seu portfólio mais acessível.
O sedã estreouem três versões: básica Authentique, intermediária Expression (ambas com motor 1.0 16V 77/76 cv) e a topo de linha Privilège (1.6 16V de 112/107 cv).
Dependendo de cada uma, podia vir com ar quente, direção hidráulica, bancos em veludo, vidros elétricos nas quatro portas, computador de bordo entre outros, mas o ar-condicionado era disponível só como opcional para todas as versões. Em outubro do mesmo ano apareceu o 1.6 8V de 95/92 cv.
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A série especial UP surgiu em 2009 que vinha de série com o pacote Pack (opcional na Expression) que incluía ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas das portas e do porta-malas, travamento automático das portas a partir de 6 km/h, alarme, CD-Player com reprodução de MP3 e comando na coluna de direção.
Esteticamente, a diferença ficava por conta das rodas de aro 15, frisos na cor do carro e nova padronagem do tecido dos bancos. Ainda em 2009, a opção com motor 1.6 16V deixou de ser oferecida.
Em 2011, o Logan ganhou a sua primeira reestilização, com destaque para o novo desenho da grade com um filete cromado na parte superior. Internamente, os botões dos comandos dos vidros elétricos saíram do console e foram para as portas, melhorando a ergonomia.
A linha 2012 ficou marcada com a estreia do câmbio automático de quatro marchas para a 1.6 16V e na linha seguinte, a 1.6 8V teve aumento de potência para 106/96 cv.
PONTOS CRÍTICOS PARA CHECAR COM ATENÇÃO
Imagem: Divulgação
- Barulhos internos
Não é difícil os painéis de instrumentos e de portas apresentarem ruídos, devido ao mau isolamento acústico. Se a origem dos barulhos vier de alguma destas partes, a dica é reapertar os parafusos ou, dependendo do problema, aplicar feltro adesivo onde estiver com atrito.
- Marcador de combustível
O marcador de combustível costuma falhar, não dando a precisão da quantidade de combustível correta. Dependendo do caso, pode ser boia com defeito cujo preço da genuína é de pouco mais de R$ 160. Já se o problema estiver na bomba queimada, uma nova sai por mais de R$ 800.
- Bancos
Muitos donos já reclamaram da fragilidade do tecido dos bancos que começam a desfiar, mesmo quando eram mais novos. Por isso, avalie o estado dos mesmos antes de fechar o negócio. A solução que muitos adotam são as capas que podem ser encontradas em lojas de acessórios automotivos.
- Espelhos e maçanetas
Nas versões cujas estas peças não têm pintura, tendem a manchá-las devido à exposição ao sol, mesmo que por pouco tempo, conforme foi reportado em alguns casos. A dica é aplicar sempre um silicone de boa procedência para manter a cor original.
- Recall
No final de 2007 a Renault convocou o modelo para verificação e substituição, se necessário, das rótulas axiais da caixa de direção que, segundo a fábrica, poderiam causar ruído e possível desacoplamento do sistema de direção do veículo. Verifique se o serviço foi feito e aproveite para verificar outros recalls pelo site da marca francesa.
QUAL VERSÃO VALE MAIS A PENA
Imagem: Divulgação
Quando o assunto é o bolso, o Renault Logan entrega mais por menos que um hatch apertado como um Ford Ka duas portas. Com o mesmo espaço de um Toyota Corolla, até quem viaja atrás, não tem do que reclamar. São 2,63 metros de entreeixos e seu porta-malas com 510 litros deixa muitos sedãs maiores no chinelo.
Em contrapartida, não traz rebatimento do banco traseiro para acesso ao compartimento das malas. Se isso realmente faz diferença, o melhor é investir um pouco mais e comprar o Fiat Siena que, ainda que tenha porta-malas com 10 litros a menos, o encosto traseiro é rebatível.
Apesar da má fama de alguns carros franceses, as primeiras unidades do sedã da Renault podem ser boas aliadas para o dia a dia. O projeto de origem da romena Dacia, do grupo Renault, foi pensado para países emergentes e, sendo assim, trouxe várias vantagens como robustez e confiabilidade.
Só precisa verificar se o antigo dono foi fiel às manutenções. Por isso, cheque o estado das suspensões e, principalmente, motor e câmbio. Falando no câmbio, as versões manuais têm engates mais curtos e vão melhor para quem faz uso dele na cidade. Já se você costuma viajar sempre, os automáticos (lançados a partir de 2012) se saem melhor.
De um modo geral, todas as versões têm boa oferta no mercado de usados, mas apesar de óbvio, não custa alertar para fugir das que não possuem ar-condicionado e direção hidráulica, mais difíceis de serem revendidas. Se for possível, dê preferência para as 1.6 com oito válvulas que são mais aceitas no mercado.
Escolhido modelo, verifique o estado geral do carro, principalmente o estado dos tecidos de bancos e portas que são fáceis de apresentar desfiamentos e manchas. Com acabamento mais rudimentar, painéis, maçanetas internas e guarnições de portas e borracha de para-brisa costumam se soltar com facilidade.
Na parte externa, não deixe de olhar o estado das pastilhas de freio que costumam ter durabilidade precoce. Nesse caso, olho vivo nesses detalhes e boa escolha do seu Renault Logan.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.