Menos de R$ 28 mil: veja os prós e contras antes de comprar um Nissan March usado
Primeiramente importado do México e depois feito no Brasil, hatch concorria com Fiat Uno, Toyota Etios e VW Gol
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Você está atrás de um hatch compacto que caiba no seu orçamento, mas precisa ser econômico, ter bom espaço interno e o principal, oferecer um bom custo-benefício? Pois então o Nissan March pode ser uma pedida interessante.
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As primeiras unidades começaram a ser importadas do México no final de 2011. Além da básica (com ar-quente, banco do motorista com regulagem de altura, conta-giros, computador de bordo, dois airbags), havia a S (com direção elétrica, ar-condicionado, abertura e fechamento das portas e porta-malas por controle remoto e travamento automático das portas com o veículo em movimento como destaques). Ambas compartilham a mesma motorização, a flexível 1.0 16V de 74 cv (etanol e gasolina) de origem Renault. O câmbio é de cinco marchas.
Ainda no mesmo ano, a Nissan lançou a SV (equipada com acionamento do alarme perimétrico por controle remoto, rodas de liga leve de 15” e pneus 175/60 R15, quatro alto falantes e rádio CD Player com função MP3 e entrada auxiliar) e a SR (com toque mais esportivo com adesivos, rodas de liga leve de 15” na cor titanium e pneus 175/60 R15, ponteira de escapamento cromada saias laterais, spoilers dianteiro, traseiro e aerofólio). Essas duas opções contam com propulsor 1.6 flex 16V de 111 cv (etanol e gasolina) e também com transmissão manual de cinco velocidades.
Para se preparar para os futuros concorrentes como Hyundai HB20, Toyota Etios e Chevrolet Onix, a partir de agosto de 2012, a Nissan lançou a versão 1.6 16V SR com o pacote Premium, que vinha: sistema de som com Bluetooth e conexão para iPod, volante com comandos de som e telefone celular, faróis de neblina, bancos revestidos em dois tons (preto e cinza), maçanetas externas na cor da carroceria e freios ABS com assistência de frenagem (BA). Por falar no sistema de travagem antibloqueio, a partir da linha 2014, todas as versões com motor 1.6 16V passaram a vir de série com ele.
Em 2014, o hatch, já com a reestilização de meia-vida, passaria a ser feito na recém-inaugurada planta brasileira da Nissan em Resende (RJ). Entre as principais mudanças, havia: faróis, grade frontal e para-choques redesenhados, além do novo acabamento interno. Apesar dessa novidade, a antiga carroceria também era ofertada e produzida no Brasil, porém com o acréscimo do nome Active.
Com o fim de sua trajetória se aproximando (09/2020), o hatch ainda ganharia o motor 1.0 12V de três cilindros de 77 cv no etanol e na gasolina, tecnologia Flex Start, que dispensa o reservatório de partida a frio (2015), caixa automática CVT para as versões com motor 1.6 16V e série especial Rio 2016 com motor 1.6 limitada a 1.000 unidades (2016).
PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO
Pintura
Assim como ocorre com Hyundai HB20 e Chevrolet Onix, com o March há várias reclamações quanto à qualidade da pintura, conforme relatos no site Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br). Um exemplo vem da publicação - feita em julho de 2022 - de um cliente de Esteio (RS), que reclamou que seu March SL 1.6 2014/2015 começou a descascar a pintura em diversos pontos do carro (capô, portas, teto, porta malas, para-choques).
Barulhos
Além da suspensão que batem facilmente no fim do curso, alguns donos reclamam de barulhos, mesmo em exemplares mais novos, conforme relatados em sites e fóruns como Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br) e Nissan Clube (www.nissanclube.net.br). Por falar em ruídos, o hatch padece também de um isolamento acústico e do carpete de baixa qualidade fazendo com que qualquer rangido se passe facilmente para a cabine do veículo.
Painéis de porta
Além de ser outra fonte de rangidos, em alguns casos, parte da forração do painel lateral que reveste a porta pode se descolar, conforme relatado por um dono que alegou ser um veículo novo e com menos de 20 mil km. Por isso, veja se todas as peças como forração em tecido, maçanetas, travas entre outros componentes estão bem presos.
Câmbio manual
Outro dos assuntos mais comentados é a questão do câmbio que apresenta rigidez nas trocas, bem como os indesejáveis barulhos durante as trocas, mesmo em unidades mais novas e com baixa quilometragem. Ao fazer o test drive, avalie se todas as trocas estão sendo passadas suavemente e sem ruídos. Na dúvida, leve um mecânico de confiança que poderá auxiliá-lo melhor.
Lembre-se 1
Em dezembro de 2014, a Nissan convocou os proprietários dos modelos fabricados no México e no Brasil entre 07/2011 e 09/2014 para a troca do airbag do motorista. Foram 4.723 unidades afetadas que na ocasião a empresa justificou: “Devido à montagem incorreta de um componente interno de determinados geradores de gases do airbag, em caso de colisão frontal com deflagração das bolsas, a ativação do sistema resultará em uma pressão interna excessiva, podendo acarretar em abertura inadequada do equipamento”. Para mais informações, basta acessar www.nissan.com.br/proprietarios/recall.
Lembre-se 2
Em setembro de 2018, o recall foi referente a 1.426 unidades do Nissan March, produzidos entre março e novembro de 2017, para a inspeção e, se necessário, a substituição do interruptor do sistema de ignição. De acordo com a fabricante, há a “possibilidade de ocorrer danos superficiais na mola do sistema do interruptor de ignição, devido a uma não conformidade no processo de fabricação”.
Ainda segundo a montadora, há o risco de desligamento do motor, na pior das hipóteses “ocorrer acidentes com lesões físicas graves, ou até mesmo fatais, aos ocupantes e/ou terceiros”. Na dúvida, com o número do chassi do veículo em mãos, acesse www.nissan.com.br/proprietarios/recall e veja se ele está incluso na lista das unidades com o problema.
MELHORES E PIORES UNIDADES PARA COMPRAR
Apesar dos pontos mencionados acima, é fato que o hatch também traz as suas virtudes - e não são poucas - e podem ser uma boa escolha se você tem família pequena.
Por menos de R$ 28 mil, já é possível adquirir as primeiras unidades importadas com motor 1.0 16V. Dê preferência para os modelos mais equipados com o pacote Plus que possui com limpador e desembaçador traseiros, regulagem interna dos retrovisores externos e calotas integrais, e o Pacote Conforto que inclui ar-condicionado, direção com assistência elétrica e volante com regulagem de altura. São itens mais valorizados na hora da compra.
A partir de R$ 35 mil, tem também o tricilíndrico 1.0 com 12 válvulas que ficou mais eficiente e praticamente com o mesmo consumo: 8,8 km/l com etanol e 12,9 km/l com gasolina na cidade e 10,3 km/l (etanol) e 15,1 km/l (gasolina) na estrada. A antiga 1.0 16V de quatro cilindros faz 8,9 km/l com etanol e 12,6 km/l com gasolina no ciclo urbano, enquanto que na estrada faz 10,4 km/l (etanol) e 15 km/l (gasolina).
Já se você faz questão de mais agilidade no trânsito, a dica é optar pelas versões com motores 1.6. Saem com preços médios de R$ 30 mil. No consumo, na cidade, faz 8,2 km/l (etanol) e 12 km/l (gasolina) e na estrada, 9,5 km/l (etanol) e 14 km/l (gasolina) Se quiser com a opção CVT, lançada a partir da linha 2017, você vai pagar na faixa de R$ 50 mil.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.