Menos de R$ 35 mil: Ford Ka usado é supereconômico e cabe no bolso do brasileiro
Apesar de não ser mais fabricado, o hatch ainda atrai a atenção pelo seu excelente custo-benefício
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Mesmo tendo saído de linha em 2021, o Ford Ka ainda atrai a atenção no mercado de usados e seminovos. Bonito, supereconômico e bem equipado, o hatch continua sendo uma alternativa mais em conta. Só não compre se você costuma usar para passeios em família por conta do espaço restrito na parte de trás. O porta-malas é outro inconveniente, pois só acomoda 257 litros.
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Juntamente com a inédita configuração sedã (conhecida como Ka+), o hatch chegou no final de 2014 com duas opções de motores flexíveis (etanol e gasolina): 1.0 12V (TiVCT) de três cilindros de 85/80 cv de potência e 10,7/10,2 kgfm e a de quatro cilindros 1.5 16V Flex (Sigma) de 110/105 cv e torque de 14,8/14,5 kgfm. Ambas acopladas ao câmbio manual de cinco marchas.
Bem completo, desde a versão mais simples (SE 1.0 ou 1.5), já era possível encontrar: dois airbags (motorista e passageiro), freios ABS com EBD, ar-condicionado, direção elétrica, travas e vidros elétricos dianteiros, rádio com entrada USB e conectividade Bluetooth, chave canivete, direção com ajuste de altura.
Já a topo de linha (SEL 1.0 ou 1.5) vinha com controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, computador de bordo, travas e vidros elétricos dianteiros e traseiros, sistema de som Sync Media com AppLink e Assistência de Emergência. O retrovisor elétrico só passou a fazer parte da SEL na linha 2016, mas ISOFIX (sistema para fixação de cadeirinhas infantis no banco traseiro) vinha em toda a gama.
Com a proposta mais acessível no mercado de compactos aventureiros, em 2017 a Ford trouxe a Trail (1.0 ou 1.5) que diferenciava dos demais pela suspensão elevada, além de rodas de liga leve e pneus de uso misto de 15 polegadas, faixas esportivas nas laterais e traseira, rack de teto, molduras nas caixas de rodas, faróis de neblina, maçanetas e retrovisores na cor cinza, apliques nos para-choques e lanternas traseiras fumê. Por dentro, a diferença estava nos bancos especiais de couro sintético e tecido, pedais de alumínio, soleira protetora na porta e tapetes personalizados.
Com a onda do downsizing se popularizando mundialmente, por aqui, a Ford estendeu o motor de três cilindros para a 1.5 12V em 2018. Com isso, apesar da redução no número de cilindros, a potência saltou para 137/130 cv com etanol/gasolina.
Essas são as principais versões e mais populares que a Ford ofereceu até 2021, mas também não podemos esquecer da linha 2018 na qual a linha ganhou a opção da transmissão automática de seis velocidades. Foi nesse ano que a linha foi levemente atualizada esteticamente, além da estreia das versões Freestyle e Titanium e da série especial 100 anos, surgida em 2019.
PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO
- Acabamento
Um mal que ataca a linha EcoSport e Ka Sedan, o acabamento não é dos melhores, mesmo considerando as opções mais caras. Por conta disso, são comuns os constantes rangidos dos acabamentos internos de plásticos. O melhor caminho é recorrer a empresas especializadas em eliminar estes barulhos. O custo médio pode variar entre R$ 400 a R$ 1.200, dependendo do problema.
- Infiltração de água
Assim como no Ka Sedan, o hatch também sofre do mesmo mal de infiltração de água, explicado pela má vedação entre a tampa do porta-malas e a borracha da guarnição. Por isso, desconfie de odores fortes de mofo que podem ser um indício claro do problema.
- Problemas na partida
A linha Ka da última geração trouxe o Easy Start, recurso de partida eletrônica que dispensa o tradicional reservatório do sistema de partida a frio. Ele é controlado automaticamente e se ajusta para a temperatura e a quantidade de etanol. O fato é que há inúmeros casos em que houve falhas nas tentativas de ligar o motor, seja em dias quentes ou em dias frios.
- Câmbio com barulhos
Um mal que acomete toda a linha Ka são os ruídos no câmbio manual. Há até vídeos mostrando os barulhos durante as trocas, mais frequentes nas passagens da primeira para a segunda marcha e marcha à ré. Dependendo do caso, foi preciso trocar a transmissão. Portanto, verifique se as trocas são feitas normalmente e se perceber qualquer anomalia, fuja desse carro.
- Recall
Atente para o recall da troca dos fechos do cinto de segurança dos veículos dos modelos 2017 fabricados entre 9 de novembro de 2016 até 3 de dezembro de 2016, substituição da armação do volante de direção (modelos 2019, feitos entre 11 de fevereiro de 2019 até 19 de fevereiro de 2019), troca do chicote do sistema de monitoramento da bateria (modelos 2018, de 11 junho de 2018 até 10 de julho de 2018 e modelos 2019, de 11 junho de 2018 até 15 de maio de 2019) e substituição do reclinador manual do encosto dos bancos dianteiros (modelos 2019, de 10 de outubro de 2018 até 1º de junho de 2019 e modelos 2020, de 19 de fevereiro de 2019 até 19 de setembro de 2019).
MELHORES E PIORES UNIDADES PARA COMPRAR
Se a preferência é ter um carro para rodar nos centros da cidade, a opção 1.0 é a mais econômica. Junto a ela, está o câmbio manual de cinco marchas. Segundo o Inmetro, essa opção traz um consumo de 8,9 km/l com etanol e 13 km/l com gasolina na cidade, e 10,4 km/l com etanol e 15,1 km/l com gasolina na estrada.
A pedida inicial é de R$ 35 mil. Só ficar atento com relação a problemas de vedação e barulho desse propulsor de três cilindros. É um problema crônico e, em alguns casos, é preciso fazer a retífica. Os sintomas aparecem também durante a condução, com falta de potência e falhas no funcionamento.
Outra opção interessante é a 1.5 com câmbio manual, de 5 marchas. Dados de consumo do Inmetro apontam: 7,9 km/l com etanol e 11,5 km/l com gasolina na cidade e 9,5 km/l com etanol e 13,6 km/l com gasolina na estrada. O valor médio encontrado é de R$ 40 mil.
Já se você faz questão das versões automática, a 1.5 (3 cilindros), lançada em 2018, tem o consumo de 7,8 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada (etanol) e 11 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada (gasolina), ainda conforme o Inmetro. Seus preços partem de R$ 50 mil.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.