Nissan Magnite: ''o SUV mais disruptivo do ano'', dizem indianos
Pequeno SUV da marca derivado da plataforma do Renault Kwid impressiona pelo conjunto e também pelo preço
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No final de outubro, a Nissan revelou o Magnite na Índia. Novo SUV subcompacto da marca, o modelo utiliza uma variação alongada da plataforma do Renault Kwid e pode ainda vir a substituir o Nissan March na linha produção da empresa em Resende (RJ). O modelo está começando a chegar às lojas indianas, mas os preços oficiais ainda não foram confirmados. Enquanto isso não acontece, o já avaliou a versão topo de linha do modelo.
O que ele tem?
Enquanto os valores ainda não foram revelados, a imprensa indiana acredita que a novidade terá os preços variando entre 550.000 rúpias (R$ 39,5 mil) e 955.000 rúpias (R$ 69,3 mil). De fato, a Nissan afirma que o Magnite deverá surpreender o mercado indiano por conta dos baixos valores cobrados. A publicação indiana avaliou a versão mais completa do pequeno SUV, a Turbo XV Premium, tanto com câmbio manual quanto com o automático CVT.
Em tal configuração, o Magnite vem equipado com praticamente todos os itens possíveis para menor SUV da Nissan. São de série itens como faróis de LED com projetor, luzes de neblina de LED, tela digital de instrumentos de 7 polegadas, central multimídia com tela de 8 polegadas, pareamento de Android Auto e Apple Car Play sem fios, ar-condicionado automático, saída de ventilação para o banco traseiro, chave presencial, controle de cruzeiro e retrovisores com rebatimento elétrico.
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Opcionalmente, o modelo pode trazer ainda sistema de som da JBL, iluminação ambiente para a cabine, iluminação de cortesia sob os retrovisores e carregador sem fio para smartphones. Em termos de segurança, a versão mais completa do Magnite conta com dois airbags apenas, mas acrescenta itens como câmeras com visão 360 graus, sensor de estacionamento traseiro, monitor da pressão dos pneus, assistente de partida em rampa e os controles eletrônicos de tração e estabilidade.
Nas medidas, a novidade da Nissan tem 3,99 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,57 m de altura e 2,50 m de entre-eixos. O porta-malas acomoda até 336 litros de bagagens. O vão livre em relação ao solo é de 205 mm. Pequeno, o modelo também acaba sendo leve. Mesmo na configuração mais completa e equipada com transmissão CVT, o Magnite não passa de 1.039 kg.
As versões mais caras do SUV da Nissan trazem um motor 1.0 de três cilindros com turbo. Nesta configuração, o propulsor entrega 100 cv de potência, mas o torque varia de acordo com o câmbio. Quem optar pelo manual de cinco marchas, terá 16,3 kgfm. Já para o CVT, o número cai: 15,5 kgfm apenas. Dados do governo indiano para o consumo apontam que a primeira opção consegue fazer 20 km/l em uso combinado entre cidade e estrada, enquanto a segunda chega a 17 km/l.
O que os indianos acharam?
Começando pela carroceria do Nissan Magnite, o Autocar India elogiou o visual do carro, uma vez que combina bem linhas de ângulos fortes com curvas volumosas, que acabam dando uma impressão de que o SUV é maior e mais robusto do que suas dimensões sugerem. O teto em cor contrastante das versões mais caras também foi avaliado como uma boa diferenciação do modelo.
Enquanto a cabine oferecia um bom visual, os indianos avaliaram que a qualidade de alguns materiais da cabine estavam abaixo dos visto em concorrentes tradicionais daquele mercado. No entanto, a tecnologia embarcada com a combinação de central multimídia e carregador sem fio, além do painel de instrumentos com tela digital, deve atrair mais compradores ao Magnite, na opinião da publicação.
Outro fator que surpreendeu os indianos na cabine foi o espaço interno. Mesmo o banco traseiro, tradicionalmente sacrificado em carros mais curtos como o Magnite, oferecia espaço de sobra para pernas e cabeça de ocupantes adultos. A segunda fileira contava ainda com mimos como saída de ar-condicionado e tomada 12V. O porta-malas, segundo os avaliadores indianos, não surpreende pela capacidade, mas seu formato quadrado permite acomodar bem as bagagens.
Em termos dinâmicos, a publicação notou que o propulsor da Nissan é competente para o Magnite, uma vez que o SUV é leve, só não dá para esperar um comportamento esportivo. Com o câmbio CVT, o modelo vai bem na cidade, mas, para retomadas e acelerações, o ideal é utilizar o modo Sport da transmissão para evitar a “gritaria” tradicional do CVT. O manual foi apontado como ideal para quem busca maior desempenho, apesar de a embreagem cansar um pouco pelo longo curso.
Foi apontado ainda que, parado em semáforos, o pequeno tricilíndrico gerava trepidações nos pedais, volante e até nos assentos dianteiros, algo inerente dessa configuração de propulsor. Da mesma forma, notou-se que o 1.0 turbo de três cilindros pede que o condutor mantenha a rotação um pouco mais elevada para não parecer sem fôlego.
Rodando, foi notado que a suspensão do Nissan Magnite é um pouco mais firme que o esperado e acaba por transmitir os trancos de buracos e valetas mais profundos para a cabine. Por outro lado, deixa a condução em altas velocidades mais segura, apesar de a direção ser muito leve e um pouco lenta nas respostas para uma tocada mais esportiva. Em velocidades de rodovia também foi apontado que o SUV deixa os ruídos do motor e dos pneus invadir a cabine.
Na conclusão, o Autocar India aprovou o carro e diz que o Nissan Magnite tem potencial para inaugurar e liderar um novo segmento de SUV, o dos subcompactos, com atributos de sobra. Mesmo com os preços oficiais ainda não revelados, apenas as expectativas de valores já mostram que o modelo terá preços abaixo do comum. Com isso, concluiu-se a novidade deve ser “o SUV mais disruptivo do ano”.
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Thiago ?jornalista do setor automobilístico desde 2008 e possui pós-graduação em Gestão Automotiva