Há quem diga que os sedãs logo vão desaparecer do mercado no Brasil, substituídos por crossovers, como os SUV com jeito de cupês. De qualquer forma, hoje em dia, conforme os dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), a participação dos sedãs compactos é de 7,7% de janeiro a setembro de 2024, menos que os 8,6% do ano passado.

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As vendas de sedãs estão em queda, mas ainda despertam o interesse de um público fiel que não gosta muito de SUVs. Pensando nisso, reunímos o recém-lançado Nissan Versa SR (R$ 125.190), e o Volkswagen Virtus (R$ 134.990), na versão Comfortline. O modelo da marca japonesa tem apenas leve toques de esportividade entre as novidades, já que o conjunto mecânico é bem conhecido.

São apenas pequenos detalhes que diferenciam a nova versão SR do Versa das demais, como o discreto defletor de ar na tampa do porta-malas, bem como a sigla "SR" na traseira e na grade frontal. Há também detalhes pintados de preto brilhante por fora e de vermelho por dentro. Porém, a lista de equipamentos de série é menor que a do Virtus.

Virtus vem mais equipado

Entre os itens que o Virtus tem e o Versa não, a lista inclui alarme, faróis de LED, monitoramento da pressão dos pneus, saídas de ar no banco traseiro, hastes para trocas de marchas no voilante, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo ("piloto automático"), bancos revestidos e couro e até luz no porta-luvas.

Portanto, no quesito equipamentos, o sedã da Volkswagen já fica na frente do rival. E não é apenas isso que justifica os quase R$  10 mil a mais que custa em relação ao preço sugerido do concorrente da Nissan.

O Virtus também mostrou um conjunto mais bem acertado, capaz de ter melhor desempenho e consumir menos combustível, além de ser mais confortável, entre outros fatores, pelo baixo nível de ruído.

O motor do Versa é o 1.6 flex, de 113 cv e apenas 15,3 kgfm de torque a altos 4.000 rpm, cujo rendimento fica abaixo do 1.0 turboflex, de três cilindros do Virtus, com 128 cv e bem melhores 20,4 kgfm a meros 2.000 rpm que funciona com câmbio automático, de seis marchas, com conversor de torque, ante o CVT do rival.

Na prática, dirigir o Virtus é uma experiência mais prazerosa e segura, uma vez que o carro se mostra mais ágil e silencioso em qualquer situação.

No Versa, quando é preciso fôlego para ultrapassagens, a única alternativa é pisar mais forte no acelerador, quando o nível de ruído sobe bastante, mas sem efeito proporcional no desempenho. O Nissan faz de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos, ante 9,9 s do rival. 

Consumo dos dois é quase igual

Então, não se iluda. A sigla SR está bem longe de qualquer pretensão esportiva. A pegada do Versa é de um sedã para andar sem nenhuma pressa. A maior prova disso é a relação entre peso e torque bem mais favorável ao Virtus (59,5 kg/kgfm ante 73,3 kg/kgfm do Nissan). Isso explica a agilidade muito maior do Volkswagen nas retomadas. 

Se o Versa anda menos, poderia ser mais econômico, certo? Não é bem assim. De acordo com o Inmetro, com gasolina, na cidade, o Nissan faz 11,8 km/l ante 12,1 km/l do Virtus. Na estrada, gasta um pouco menos (15 km/l ante 14,4 km/l). 

Com etanol, há um equilibrio. Em trecho urbano, o Nissan faz 8,1 km/l contra 8,3 km/l do VW, que consume quase o mesmo na estrada (10,2 km/l ante 10,5 km/l do Nissan). O que mais incomoda no Versa é a baixa autonomia por causa do tanque pequeno de 41 litros, ante 49 do VW, que pode rodar, teoricamente, até 706 km na estrada, com gasolina, ante 615 km do Nissan, levando em conta os dados do Inmetro.

Quanto ao espaço interno, o que é um fator relevante nos sedãs, o Virtus também fica na frente, com entre-eixos de 2,65 m ante 2,62 m do Versa. Além disso, o VW tem porta-malas de cavernosos 521 litros, ante 482 litros do Nissan, que tem como mérito o revestimento interno da tampa que não deixa a lataria aparente. 

Veredicto

O Volkswagen Virtus Comfortline sai com uma vitória merecida diante do rival Nissan Versa SR, mesmo custando em torno de R$ 10 mil a mais que o rival. Essa diferença se justifica pela maior lista de equipamentos, além de mais espaço, desempenho, segurança e economia de combutível.