Obituário dos carros: quem se foi em 2017
O ano foi de muitas despedidas no mercado brasileiro e at?houve quem voltasse dos mortos
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Esta é a sétima edição do nosso especial sobre os automóveis que deixaram de ser vendidos no Brasil. E neste ano a lista cresceu bastante por culpa de um mercado que anda em ebulição, com novidades a todo o momento e uma mudança no gosto do brasileiro, agora focado em utilitários esportivos. Veja nosso levantamento que mostra as despedidas e até alguns retornos impensados.
“Carrocídio” na Fiat
A aniquilação do portfólio da Fiat já era comentada no ano passado, mas o que se viu neste ano foi uma “matança geral”. A montadora literalmente tirou de linha uma série de modelos conhecidos, mas que perderam relevância nas vendas. A minivan Idea, o sedã médio Linea e o hatch médio Bravo já haviam sido tirados de linha em 2016, mas a despedida oficial veio no começo deste ano. De quebra, o SUV mexicano Freemont também deu seu adeus.
Mas foi a família Palio que causou mais consternação. Preparando terreno para a chegada da dupla Argo e Cronos, a Fiat deixou de produzir o Palio mesmo na versão de segunda geração. O Siena original também foi embora, restando por ora o Grand Siena. Agora, comenta-se que a próxima a morrer é a perua Weekend. Restará por algum tempo a picape Strada, mas até ela deve ganhar uma sucessora afinal.
Eu gosto de SUV
Não tão grande quanto a da Fiat, mas ainda assim significativa foi a mudança de estratégia da JAC. A marca chinesa, que chegou ao país em 2012 focada em modelos compactos, resolveu investir apenas em SUVs. Com isso, os pioneiros J3 e J3 Turin assim como o pequeno J2 saíram de cena. Na esteira deles, os dois primeiros modelos médios, o sedã J5 e a minivan J6 também sumiram do mercado.
Casamento desfeito
Decanos do mercado de utilitários, os furgões Boxer, da Peugeot, e Jumper, da Citroën, deram lugar neste ano aos menores e mais modernos Expert e Jumpy. A boa nova aqui é que se tratam de dois veículos da própria PSA, holding que controla as duas marcas francesas. Os dois modelos que saíram de linha eram versões montadas da Fiat Ducato, que também deixou de ser fabricada, mas que passará a ser importada em nova geração. Já a PSA passou a ter sua própria linha de montagem no Uruguai e pretende ampliar a atuação no mercado de comerciais leves.
“Cross” aposentados
A Volkswagen é outra marca que está em processo de reestruturação de seus modelos. Enquanto prepara a nova safra de veículos baseados na plataforma MQB-A0 (Polo, Virtus, T-Cross e uma inédita picape), a marca alemã vai limpando seu portfólio. As primeiras vítimas foram os aventureiros CrossFox e SpaceCross, derivados do Fox e da SpaceFox. Isso porque com o T-Cross e outros SUVs, a Volks enfim vai poder enfrentar a concorrência com produtos desenhados para esse segmento e não adaptações como no passado.
Vitimados pela mudança do paladar brasileiro
Houve também alguns carros que, embora ainda recentes, acabaram esquecidos pelo público. Foi o caso do sedã Fluence, da Renault. Se nunca vendeu muito, o modelo era considerado um bom carro, mas o segmento é extremamente concentrado nos veículos japoneses. O jeito foi deixá-lo disponível apenas para vendas diretas. Já o hatch i30 é um caso mais notório. Lançado no Brasil em 2009, o Hyundai foi um fenômeno na primeira geração a ponto de ser o importado mais vendido do país e líder num segmento cheio de carros produzidos na região. Mas os hatches médios perderam status e com isso a Hyundai deixou de trazê-lo quando lançou a mais nova geração.
Não agradei
A carreira de alguns veículos não engatou mesmo nos tempos áureos, sinal que eles podem ter sido erros estratégicos de suas marcas. O hatch esportivo Swift, da Suzuki, é um deles. O modelo voltou ao país depois de anos de ausência, porém, não encontrou interessados em sua receita divertida de dirigir. Já o SUV Tiggo de primeira geração ficou anos e anos no mercado, mas com vendas modestas, afinal seu projeto era datado desde o início. Nesse sentido, o novo Fusca foi uma decepção. Baseado no Golf VII, o modelo trazia uma fórmula com pinta de vencedora, mas as vendas não engataram e ele sumiu das lojas este ano.
Merecido descanso
Na outra ponta da tabela também temos alguns carros cuja missão foi cumprida. A GM fez uma troca durante o ano: entrou o SUV Equinox e saiu o Captiva Sport, há quase uma década no país. Mexicano, o Captiva chegou numa época em que o Honda CR-V vendia muito e teve uma boa receptividade entre o público até que a concorrência cresceu e ele parou no tempo.
NA UTI
Outro SUV deve seguir o mesmo caminho, o Journey. Lançado pela Dodge, o utilitário esportivo trouxe uma proposta diferente que misturava características de minivan e emplacou bastante a ponto de a Fiat lançar uma versão própria, o Freemont. Agora o modelo está com os dias contados com o fim da produção no México prevista para o ano que vem. No entanto, as vendas no Brasil caem mês a mês: em novembro foram apenas sete unidades emplacadas aqui.
A volta dos que não foram
O mercado brasileiro não é brincadeira. Até mesmo modelos que deixaram de ser produzidos acabaram voltando ao mercado (basta lembrar do Fusca ressuscitado pelo ex-presidente Itamar Franco). Neste ano quem parecia ter ido embora, mas voltou a ser produzido como linha 2018 foi o “old” Tucson, a primeira geração do SUV da Hyundai.
Com o lançamento do Creta a demanda pelo Tucson caiu brutalmente, mas a CAOA negou que o modelo morreria. No entanto, não produziu a linha 2017 do SUV e ele sumiu das lojas até meses atrás quando uma nova fornada foi entregue. O custo benefício atraente pode até justificar sua permanência em meio a uma concorrência mais jovem mas de porte menor. Ao menos no mercado de automóveis nada é para sempre.
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