Obituário dos carros: quem se foi em 2018

Após muitas despedidas em 2017, tivemos um ano com poucos veículos saindo de cena
Veja os carros que estão se despedindo do Brasil

Veja os carros que estão se despedindo do Brasil | Imagem: Divulgação

Com o reaquecimento do mercado brasileiro em 2018, as marcas evitaram tirar modelos de cena como em outros anos. Parte disso já é reflexo de uma ampla renovação nos últimos tempos, mas também significa que alguns carros acabaram tendo uma sobrevida graças a essa retomada nas vendas. Veja a seguir quem se despediu este ano ou está prestes a sair de cena.

Kia Mohave, o jurássico

O Mohave sempre foi um estranho no ninho da Kia. SUV mais caro da marca, o veículo sempre teve vendas pequenas, mas desde 2013 ele despencava no mercado. Este ano apenas um foi emplacado contra 11 em 2017. Fato é que o Mohave era tão antigo que nem tinha recebido atenção de Peter Schreyer, o designer-chefe da marca que saiu da Kia neste ano.

Fiat 500 com série de despedida

Em 2012, o 500 teve seu melhor momento no Brasil com quase 16 mil unidades vendidas. Era o ápice de um período em que os minicarros de luxo estavam em alta por aqui. O dólar subiu, a graça do 500 se foi e a Fiat passou a apenas esgotar seus estoques. Depois de ficar um ano sem importação, ele voltou em versão única na linha 2017 mas foi só. A marca, no entanto, ainda tem esperança de retomar sua importação um dia.

Nacional pero no mutcho

O Celer e sua versão sedã foram os primeiros carros da Chery a serem nacionalizados quando a marca chinesa abriu sua fábrica em Jacareí – embora o índice de nacionalização permanecesse muito baixo. Compactos com um design mais aceitável, eles no entanto nunca agradaram, apesar do acerto mais “brasileiro” que chinês. Desde que a CAOA assumiu a operação as vendas do Celer só eram feitas com veículos em estoque. Desde 2013, mais de 9 mil unidades foram vendidas, uma frota até que respeitável.

Lifans sem fãs

Por falar em marca chinesa, a Lifan é outra que está mudando o portfólio, mais focado em SUVs. Por isso o sedã compacto 530 foi descontinuado sem deixar grandes lembranças. Na esteira dele também o utilitário Foison sai do mercado para a chegada dos novos SUVs da marca.

Focus no passado

É sem dúvida a despedida mais triste e dolorosa: o Focus, tanto na versão hatch quando sedan, sairá de produção no início de 2019. Com isso, haverá alguns meses com vendas bastante reduzidas até o modelo médio sumir das lojas. Uma pena: trata-se de um dos carros mais atuais e globais vendidos no Brasil, mas que perdeu espaço para os SUVs compactos. A Ford deve lançar no futuro justamente um utilitário esportivo acima do EcoSport para suprir essa lacuna.

A turma dos zumbis

Além de automóveis cuja saída do mercado está confirmada ou mesmo implícita há também alguns modelos que permanecem à venda embora de forma tão discreta que é difícil entender a razão disso.

Aqui mesmo no nosso obituário já “matamos” o Tucson da primeira geração, mas o SUV ainda aparece como assombração em alguns meses. O mesmo ocorreu com o Dodge Journey, outro utilitário esportivo que já deveria ter partido, mas segue à venda quase sem nenhum interessado. Segundo relatos no exterior, o modelo ainda deve sobreviver na linha 2019 por algum tempo, mas certamente ele está nas últimas.

Por falar em falta de clientes, a grande pergunta é saber por que a Peugeot insiste em oferecer a dupla 308 e 408 no Brasil. Os hatch e o sedan devem fechar 2018 com o pior desempenho de sua história, mas não há sinal ainda de que a montadora francesa vá anunciar suas aposentadorias.

Outro “zumbi” no Brasil é a van Vito. A Mercedes-Benz a produz na Argentina e a divulga em seu site, porém, não há quase emplacamentos. Em 2018 foram somente 51 até novembro contra 440 em 2017. Uma pena porque se trata de um veículo bastante interessante, mais confortável e moderno e que pode ser guiado por quem tem carteira de habilitação B. A não ser que a montadora esqueceu de tirar a página dela do ar.

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O Fiat 500 est?dando um tempo no país, mas pode voltar

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O Celer foi o primeiro modelo nacional da Chery, mas não agradou

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Após duas décadas, o Focus vai se despedir do Brasil

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A Lifan tentou participar do segmento dos sedans compactos com o 530 mas não deu

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O Mohave nunca teve a mesma identidade visual dos outros modelos da Kia

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Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis

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