Opinião: com City hatch, Honda ter?um forte representante entre os compactos nacionais
Modelo revelado nesta semana mostra credenciais interessantes
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A possibilidade cada vez mais concreta de que o novo Honda City hatchback possa substituir o Fit nacional pode criar sentimentos conflitantes nos donos atuais do monovolume. Não é raro encontrar quem esteja no seu segundo ou terceiro Fit, uma prova de que a bem resolvida proposta do modelo, lançado no Brasil em 2003, colaborou para que ele congregasse uma legião de fãs tanto aqui como nos mais diferentes mercados onde é comercializado.
A Honda certamente tem no Fit um grande trunfo em sua gama nacional, colaborando para fidelizar e trazer novos clientes para a marca uma vez que é o seu automóvel mais acessível por aqui. E é justamente esse o ponto que talvez motive a Honda a repensar de forma drástica sua estratégia para o Fit. Ao que tudo indica, a quarta geração do monovolume, apresentada em 2019 no Japão, pode ter se tornado sofisticada demais para manter a viabilidade comercial de sua montagem no Brasil. O preço do Fit totalmente renovado nas concessionárias também poderia se tornar elevado demais considerando seu posicionamento de mercado no país.
Logo, a solução da Honda para seguir competitiva entre os compactos produzidos no Brasil deverá passar por um enfoque cada vez maior em automóveis concebidos para mercados emergentes. E é aqui que o novo City passa a ter um papel central olhando para o curto prazo na gama brasileira da Honda.
Produto fortemente vinculado com mercados asiáticos, alguns deles com características econômicas próximas ao que encontramos no Brasil, o City tornou-se um modelo mais equipado e até avançou no porte. A medida foi necessária uma vez que, em alguns lugares, como no Brasil, ele terá a dupla função de atender desde os clientes que buscam um sedan mais acessível no portfólio da marca até substituir o Civic no país.
Antecipando-se ao processo de subida de nível do Fit, a Honda precisou criar uma derivação hatchback sobre o projeto do novo City de olho em consumidores que já encontram nos carros compactos a melhor opção para atender de forma plena suas necessidades.
Como você conferiu em nossa cobertura mostrando a apresentação do City hatchback na Ásia, tudo leva a crer que a Honda criou uma excelente alternativa ao Fit, mais barata em relação ao monovolume e preservando as qualidades responsáveis pelo sucesso global do modelo.
Com 4,34 m de comprimento, o City hatchback supera muitos concorrentes diretos, entre eles o Toyota Yaris (4,14 m), VW Polo (4,05 m), Chevrolet Onix (4,16 m), entre outros. Isso deverá conferir ao Honda um ganho no porta-malas, que sempre foi um diferencial para o Fit.
Além disso, com 2,58 m de entre-eixos, o espaço para os 5 passageiros a bordo do City hatch não deverá ser problema. Ponto vital para que ele continue atendendo os fãs do Fit nacional é que o City hatchback incorpora o prático sistema de rebatimento dos bancos traseiros oferecido pelo monovolume. O recurso aprimora consideravelmente a versatilidade do carro e facilita a acomodação de objetos mais volumosos.
Outro acerto da Honda em relação ao City hatchback — e esperamos que ele seja preservado com a nacionalização do modelo — é a presença do motor 1.0 turbo com 3 cilindros, o qual integra uma família de propulsores que se notabiliza pela eficiência. Nos mercados asiáticos, o 1.0 turbo entrega 122 cv e torque pouco acima dos 17 kgfm operando com gasolina. Na configuração asiática, o City hatchback 1.0 turbo conta com câmbio automático CVT para favorecer ainda mais a redução do consumo.
Hoje em dia modelos com destacada penetração no mercado, como é o caso do próprio Chevrolet Onix, o carro mais vendido no Brasil, aposta em um propulsor 1.0 sobrealimentado para equilibrar bom desempenho com o uso comedido de gasolina ou etanol.
Em relação ao próprio Fit atualmente produzido no Brasil, o motor 1.0 turbo com injeção direta presente no City hatchback deverá entregar acelerações e retomadas mais vigorosas em relação ao que obtemos hoje do 1.5 16V aspirado sob o capô do Fit. Portanto, mais um ponto a favor para a opção de carroceria dois volumes derivada do City.
Sempre muito discreta em suas decisões, não temos muitos elementos para saber quando os novos City e City hatchback poderão estrear no mercado brasileiro. De qualquer forma, é fato que muito provavelmente em 2021 o sedan fabricado aqui deverá ser renovado, já que atualmente ele sequer oferece os controles de tração e estabilidade. Será que a variante hatch estreia em conjunto? Vamos dar tempo ao tempo para obter a resposta. De todo modo, a Honda emite sinais de que vai trazer para o mercado uma excelente opção entre os compactos nacionais.
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O "Guru dos Carros", César Tizo se juntou ao time este ano e est??frente dos portais AUTOO e MOTOO. ?o expert em aconselhar a compra de automóveis