Os planos da Fiat Chrysler para os próximos 5 anos
Conglomerado ir?eletrificar modelos e concentra atividades em quatro marcas
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Prestes a se retirar da companhia, o CEO da Fiat Chrysler Automobiles, Sergio Marchionne, anunciou nesta sexta-feira (1º) os próximos passos da companhia para 5 anos seguintes a partir de agora, marcando, portanto, seus últimos movimentos no leme do conglomerado ítalo-americano. Marchionne teve um papel fundamental em salvar a Fiat de um grande colapso financeiro após a morte de Umberto Agnelli em 2004 e também conduziu a união da fabricante italiana com a Chrysler após a concordata da empresa nos EUA, uma ação que hoje mostrou-se muito benéfica para as duas companhias.
De acordo com o novo plano quinquenal da FCA, o grupo passa a focar em quatro marcas dentro do conglomerado, no caso a Jeep, Alfa Romeo, Maserati e Ram, não por acaso elas são aquelas que colaboram para a maior lucratividade do grupo. A empresa também passará a operar no azul a partir deste mês, outro feito simbólico para Marchionne, que alcançou a meta de criar um caixa positivo nas finanças da empresa.
Seguindo a tendência de grandes fabricantes globais como a Volvo, o grupo Jaguar Land Rover e a Volkswagen, a FCA também anunciou que vai eletrificar grande parte de sua linha, com opções híbridas e completamente elétricas de alguns modelos, algo que torna-se mandatório para que as fabricantes consigam atender a normas de emissões cada vez mais rígidas no futuro.
Para a marca Alfa Romeo, a FCA preparou novidades muito interessantes. Com a meta de resgatar todo o apelo de esportividade da companhia, a Alfa Romeo irá investir em supercarros, no caso um novo 8C com potência na casa de 700 cv e capaz de acelerar de 0 a 100 km/h na casa de 3 segundos. Mecanicamente sabe-se que o novo 8C terá motorização central biturbo e estrutura de fibra de carbono.
Outro futuro modelo confirmado para a linha Alfa Romeo será o novo GTV, esportivo capaz de acomodar 4 pessoas. O modelo promete ser tão animador quanto o 8C, já que terá cerca de 600 cv de potência e sistema de tração integral.
A gama de SUVs da Alfa Romeo, como era esperado, também vai crescer e será composta por três modelos. Além do já comercializado Stelvio, a linha receberá mais dois utilitários esportivos inéditos, um compacto (provavelmente do porte de Audi Q3, BMW X1, dentre outros) e outro de grande porte (talvez um rival de BMW X5 e cia.).
Com o objetivo de aumentar as vendas na China, a Alfa Romeo também está com planos de lançar sedãs com entre-eixos longo específicos para o país.
É importante destacar que, segundo revelou em uma coletiva prévia o novo presidente da FCA para a América Latina, a volta da Alfa Romeo ao Brasil está nos planos do conglomerado. Certamente com a nova linha e se os contextos políticos e econômicos do Brasil ajudarem, a desejada marca italiana poderá alcançar as condições necessárias para uma operação sustentável em nosso país.
Outra marca que atende o segmento de luxo dentro da FCA, a Maserati prepara as versões cupê e conversível do Alfieri (confira em nossa galeria de fotos), modelo que concorrerá com Porsche 911 e demais modelos da categoria.
A novide contará com três opções de conjuntos mecânicos, contemplando um híbrido e um elétrico capaz de alcançar mais de 300 km/h de velocidade máxima. O Alfieri promete ser a nova referência dentro da Maserati, sendo que sua versão mais rápida deverá entregar uma aceleração de 0 a 100 km/h na casa de 2 segundos.
Por fim, um novo SUV também está programado para a gama Maserati. Trata-se de um modelo de médio porte que apostará no refinamento técnico e construtivo para se destacar no segmento. A Maserati promete um modelo com a plataforma mais leve da categoria, distribuição de peso equilibrada entre os eixos e a melhor relação peso/potência.
Partindo para marcas de atuação mais relevante aqui no Brasil, a Jeep, que hoje tem no Compass o SUV mais vendido de nosso mercado, prepara ao menos 9 lançamentos globais daqui até 2022.
Nos EUA, a Jeep entrará no segmento de SUVs ainda menores que o Renegade, uma tendência em que outras marcas também já apostam. Ainda por lá, o Grand Cherokee passará a contar com uma nova opção 7 lugares e o Wagoneer e o Grand Wagoneer também serão lançados pela marca em um futuro próximo. Além disso, a nova geração do Renegade está colocada nessa conta, bem como uma picape derivada do Wrangler recém-lançado nos EUA além da nova geração do Cherokee.
A ideia é que a Jeep passe a atuar em três segmentos onde hoje não conta com representantes, incluindo os SUVs médios com capacidade para 7 pessoas. Hoje esse tipo de modelo conta com boa representatividade até mesmo no Brasil, vide modelos como o Volkswagen Tiguan Allspace e o Peugeot 5008. Portanto, é bom ficarmos de olho nesse segmento.
A Jeep também anunciou que vai contar com um portfólio totalmente eletrificado por volta de 2022, encerrando a venda de modelos a diesel na Europa. A tendência é que, por volta da data em questão, a gama Jeep conte com 10 versões de modelos com tecnologia híbrida plug-in e quatro modelos com propulsão completamente elétrica.
No longo prazo, a Jeep espera alcançar uma participação global de 20% do segmento de SUVs ao redor do mundo e que, no início da próxima década, de cada 5 SUVs vendidos no mundo, um deles seja Jeep.
Por fim, a marca Ram, especializada em picapes e veículos comerciais, oficializou que vai entrar no segmento de picapes de médio porte, categoria que a Ford vai voltar a atuar nos EUA com a Ranger. Os executivos, contudo, não anteciparam se ela poderia usar o nome Dakota, como o modelo da Dodge que inclusive foi fabricado no Brasil.
Como já noticiamos, são grandes as chances da nova picape média da Ram ser produzida por aqui talvez até com a marca Fiat e utilizando a estrutura da FCA em Goiana (PE). A categoria está crescendo consideravelmente e inclusive ganhará cada vez mais competidores, dentre eles a Renault Alaskan e a Mercedes-Benz Classe X.
Cadê a Fiat e a Chrysler?
Curiosamente as próprias marcas que batizam o conglomerado foram deixadas de fora da apresentação realizada nesta sexta-feira (1º). O motivo é simples de entender já que a Fiat e a Chrysler terão um caráter mais regional daqui em diante. A FCA, contudo, não citou qualquer possibilidade de descontinuar as duas marcas.
Com isso, a tendência é que Chrysler e Dodge foquem suas operações nos EUA, onde ainda contam com grande relevância. O mesmo raciocínio aplica-se à Fiat e a Lancia, por exemplo, que hoje só atua na Itália e conta apenas com um modelo.
Além da Itália, como todos já sabemos, a Fiat possui grande relevância aqui no Brasil e, conforme explicamos, muito do que ela prepara em nosso país já foi vazado na internet.
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O "Guru dos Carros", César Tizo se juntou ao time este ano e est??frente dos portais AUTOO e MOTOO. ?o expert em aconselhar a compra de automóveis