Com a nova geração do Peugeot 2008, agora produzido na Argentina, a marca francesa tem a grande chance de entrar com mais força na acirrada briga dos utilitários esportivos compactos, liderada pelo Volkswagen T-Cross. Pelo o que já nos disseram, o SUV da fabricante do leão está indo bem nas vendas e tem até uma fila de espera. 

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Passamos uma semana com o novo Peugeot 2008 e, no cômputo geral, tivemos uma boa impressão do carro, que tem entre os principais trunfos a relação entre custo e benefício. Na versão GT, sai por R$ 149.990 e tem vários itens de série, mas ficaram ressalvas e dúvidas sobre o SUV. Umas delas é: até quando a fabricante vai conseguir segurar este preço sem aumentos? 

Além disso, entre as ressalvas está a ausência de alguns itens importantes em um SUV que beira os R$ 150 mil, como saídas de ar para quem vai sentado no banco traseiro, retrovisor interno fotocrômico, apoios de braço para quem vai sentado no banco traseiro e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo ("piloto automático"), equipamentos que são encontrados na lista do rival Honda EX-L (R$ 166.650). 

Peugeot tem pegada mais esportiva

Em contrapartida, o Peugeot 2008 conta com equipamentos que não são tão essenciais, mas deixam uma imagem de sofisticação, como leitor de placas de trânsito, teto solar panorâmico, sensores de estacionamento nos dois para-choques e câmera com visão de 360 graus.

Como, pelo menos por enquanto, é mais em conta que o Honda, com uma diferença que supera dos R$ 15 mil, o 2008 ainda fica interessante, mas a marca francesa já precisa pensar em providenciar esses itens que estão faltando no carro.

Afora a questão dos equipamentos, o Peugeot 2008 consegue ter um conjunto mecânico um pouco mais eficiente, consumindo quase o mesmo que o Honda EX-L e ainda com um desempenho melhor. Considerando o uso apenas de gasolina, o modelo da marca japonesa faz 12,7 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, praticamente igual ao concorrente (12,3 km/l e 13,7 km/l). 

Pisando fundo no acelerador, o Peugeot consegue acelerar de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos, ante 11,8 do Honda, que tem máxima de 175 km/h, menos que os 194 km/h do 2008, que vem com motor 1.0 turboflex, de 130 cv e 20,4 kgfm a meros 1.750 rpm, uma boa dose de força desde as primeiras marcações do contagiros, algo que o HR-V não tem. Seu motor 1.5 aspirado rende 126 cv e apenas 15,8 kgfm a altos 4.600 rpm, pedindo fôlego em baixas rotações. 

O isolamento acústico do Peugeot poderia ser mais caprichado, assim como é o do Honda,que mostra boa qualidade de fabricação e solidez em movimento. Se for pegar algum trecho de terra, o 2008 tem uma distância livre do solo maior que do HR-V (22,7 cm ante 18,5 cm), mas apenas o Honda tem assistência que ajuda a segurar o carro em aclives (Hill Holder). Porém, ambos têm freio de estacionamento eletrônico, com acionamento por botão. 

Na hora de viajar com a família, os dois mostram que são bem parecidos quando o assunto é espaço interno, com a mesma distância entre-eixos (2,61). No porta-malas, o Peugeot é ligeiramente maior (374 litros ante 354 litros) e os dois também contam com encostos dos bancos traseiros bipartidos em 1/3 e 2/3, embora o HR-V conte com sistema de bancos mais versátil na hora de dobrar, além de assoalho plano e as saídas de ar que o 2008 não tem.

A posição de dirigir do Peugeot é diferente do Honda. Nesta versão topo de linha GT, existem hastes para trocas de marchas sequenciais, além de cluster digital 3D e volante que tem tanto a parte de cima quanto a de baixo achatadas. Com isso, consegue dar um ar de esportividade a mais na comparação com o HR-V, que não é tão ousado, mas mantém todos os ajustes necessários.

Fica claro a questão da qualidade do Honda, que tem boa ergonomia, inclusive por ter os comandos de climatização físicos, no painel, todos digitais e bem fáceis de serem regulados. No 2008, a Peugeot escolheu (por uma questão de redução de custos) concentrar os controles do ar-condicionado na central multimídia, que está mais fácil de ser usada, mas ainda requer algum tempo de adaptação para poder ser manuseada com facilidade.

Veredicto

O Peugeot 2008 sai com uma vitória bem apertada diante do Honda HR-V, sustentada pela relação entre custo benefício um pouco melhor, pelo menos enquanto os preços de lançamento forem mantidos. Além disso, consegue gastar quase o mesmo combustível que o rival e ter um desempenho melhor, principalmente nas ultrapassagens, o que é importante na hora de viajar. 

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