Por que a Chevrolet Montana tem vendas mornas um ano depois do lançamento?
Picape chegou em janeiro de 2023 como uma ameaça ao reinado da Fiat Toro, mas tem ficado longe disso
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O segmento de picapes abaixo das médias e acima das leves ainda não amadureceu no Brasil, mesmo após quase oito anos do lançamento da Fiat Toro, a líder disparada em vendas. Com ares de SUV, desenho arrojado e novas soluções, o modelo ainda não teve nenhum concorrente que o incomodasse.
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Umas das promissoras a chegar perto da Fiat Toro em vendas é a Chevrolet Montana, lançada em janeiro do ano passado. A GM se esforçou para isso, mas pelo menos até agora sua picape tem mostrado um desempenho no mercado aquém do esperado.
Conforme os dados da Fenabrave, fechou 2023 com 30.018 unidades vendidas, o que garantiu o 5º lugar no ranking do ano de comerciais leves, mas bem atrás da Fiat Toro, que não teve muitas novidades na linha 2024 e, mesmo assim, terminou o ano com 51.303 unidades. O que será que não tem dado certo para a Montana?
Logo em meados de 2023, a GM resolveu lançar uma nova versão da Montana, a RS, com certo apelo esportivo e mais equipamentos, depois de ter captado em pesquisas que a maioria dos clientes da picape queriam um carro mais equipado e que tivesse mais sofisticação.
Mas o que conseguiram colocar a mais na picape, com a chegada da Montana RS, não parece ter sido o suficiente para o aumento no volume de vendas necessário. Entre outros itens, a nova versão vem com rodas exclusivas de aro 17 com pintura diamantada, detalhes pintados de preto brilhante e interior com filetes e costuras vermelhas apenas para citar os principais.
Ainda longe da rival da Fiat
Como a GM resolveu atacar a Toro com preços mais convidativos, deixou de rechear sua picape com itens com maior valor agregado, mesmo na versão topo de linha, como regulagem elétrica do banco do motorista, GPS embutido na central multimídia, limpador de para-brisa automático, alertas de colisão frontal e de frenagem de emergência, assistente de farol alto, entre outros.
Além disso, o porte da Montana é um pouco menor que o da Toro, que tem 4,95 m de comprimento por 1,85 m de largura e 3 metros de entreeixos, ante 4,72 m, 1,80 m e 2,80 m, respectivamente. O tamanho da caçamba da Toro também é maior, com 937 litros, ante 874 litros da Montana, que foi lançada originalmente como a picape do Agile e, depois, do Corsa.
O máximo de força que a GM conseguiu colocar na Montana, no caso da versão RS, foi o motor 1.2 turboflex, que rende 132 cv e 21,4 kgfm de torque a 2.000 rpm. Enquanto isso, a Fiat Toro 1.3 turboflex chega nos 180 cv e 27,5 kgfm a 1.750 rpm. Há também as versões turbodiesel, algo que a GM também não tem. Essas contam com 170 cv e nada desprezíveis 35,7 kgfm a 1.750 rpm.
Portanto, a imagem de picape arrojada, forte e espaçosa da Fiat Toro prevaleceu até agora na comparação com a da Chevrolet Montana, que vai enfrentar uma nova concorrente a partir de 2026, quando chega a Volkswagen Tarok, fabricada no Paraná, provavelmente com conjunto propulsor híbrido flex. Pelo visto, a vida da picape da GM não vai ser nada fácil no mercado.
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Jornalista há mais de 20 anos, já acelerou várias novidades, mas não dispensa seu clássico no final de semana