Por R$ 35 mil, Ford Fiesta Hatch usado ainda tem estilo e ?bem equipado
Importado do México em 2011, o compacto premium concorre com VW Polo, Citroën C3 e Fiat Punto
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Você está atrás de um carro barato, mas é exigente. Quer que ele seja bem completo, confortável e ainda tenha visual moderno. Assim é o Fiesta importado do México, conhecido como “New Fiesta”. Entre os concorrentes, ele tinha o VW Polo, Citroën C3 e Fiat Punto. Além do sedã, que foi importado primeiro, o hatch chegou um ano depois - em outubro de 2011 - sendo o mais procurado por quem não exige tanto espaço, mas quer um hatch com visual bonito e esportivo, cujo estilo foi batizado pela Ford de Kinetic.
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Apesar de passados mais de 10 anos, o modelo ainda tem visual atual e é bem cotado no mercado de usados pelo seu excelente custo-benefício. Vamos começar pelo motor. No caso, o único oferecido na época de seu lançamento era o conhecido Sigma 1.6 16V Flex todo feito em alumínio, capaz de render 115/110 cv de potência e 16,2/15,8 kgfm de torque com etanol e gasolina, na ordem. Nesse ano, a opção de câmbio era somente manual de cinco velocidades. Aqui vai a primeira vantagem. Por ter conjunto motriz produzido em Taubaté, SP, as peças e a manutenção são mais baratas.
De série, a versão mais simples já vinha vem com ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas e espelhos elétricos, rodas de liga leve de 15 polegadas, CD-player/MP3 com seis alto-falantes, computador de bordo e alarme, mas não trazia freios ABS e nem airbags, presente só na intermediária. Esta trazia controle de estabilidade, assistente de partida em rampa e sistema multimídia. Se você quiser 7 airbags (dois frontais, dois laterais, dois tipo cortina e um para os joelhos do motorista), bancos de couro e rodas de liga leve de 16 polegadas, só a partir da mais completa.
A partir de 2013, a linha passou a ser fabricada no Brasil nas versões S, SE e Titanium, além de ganhar novas opções de motores: a 1.5 16V flexível de 111/107 cv e 1.6 16V de 130/125 cv e opção do câmbio automatizado Powershift de dupla embreagem de seis marchas. Outra novidade na trajetória do Fiesta foi a Sport, lançada em 2015. Na verdade, ela é esportiva só no visual, pois tinha como base a SE e o mesmo motor, portanto. Vale lembrar que na Europa, a variante esportiva deles (ST) contava com um 1.6 turbo de 180 cv e 24,5 kgfm de torque.
Por falar na motorização turbo, para nós, essa opção só chegaria a partir da linha 2017, mas no EcoBoost 1.0 (opcional para a Titanium Plus) junto à reestilização na linha. Importado da Romênia, este propulsor só era movido a gasolina e conseguia extrair bons 125 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 17,3 kgfm a 1.400 rpm. Disponível somente com a polêmica caixa automatizada Powershift, essa opção equipou só estreante SEL. Nesse mesmo ano, o motor 1.5 deixava de ser oferecido.
A linha ficou marcada também com a estreia da Style, disponível com acabamentos SE e SEL, e que trazia acessórios exclusivos de aparência esportiva. Prestes a sair de linha, em 2018, a Ford decretava o fim da polêmica transmissão automatizada de dupla embreagem Powershift.
PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO
Frente baixa
Estes modelos de Fiesta têm a fama de rasparem com facilidade a frente, devido ao formato mais bicudo do para-choque, além da altura em relação ao solo, notadamente. Por isso, a regra é verificar possíveis danos que podem ir além da parte estética, e afetar também o cárter de óleo. Peça para o dono levar até um elevador de posto de combustível para olhar por baixo. Caso esteja tudo em ordem, vale a pena prevenir e pedir a instalação de um protetor de cárter que custa entre R$ 150 e R$ 250 pelo site do Mercado Livre.
Pneus
Originalmente, o New Fiesta usa pneus nas medidas 195/50 de aro 16 que trazem mais esportividade e aderência. Por outro lado, por ser de perfil baixo, sofre mais com o péssimo pavimento brasileiro. Dessa maneira, olhe com atenção junto a um especialista de confiança (e evite centros automotivos, a maioria só quer ganhar em cima) o estado dos quatro pneus e também do conjunto da suspensão que também costuma ser castigado.
Câmbio Powershift
Presente em algumas unidades do New Fiesta a partir do ano 2013, a transmissão Powershift foi bem recebida com a promessa de aliar desempenho superior e menor consumo. Tudo isso graças ao uso de sistema de dupla embreagem em vez de um conversor de torque, em relação às caixas automáticas tradicionais. No entanto, inúmeros problemas - até casos de travamento do câmbio teve - acabaram gerando reclamações “obrigando” a montadora a ampliar a garantia do Powershift para 10 anos.
Recall 1
Em outubro de 2012, a Ford convocou 27.687 unidades dos modelos Hatch e Sedan, equipados com air bag lateral do tipo cortina para atualização do software do módulo de controle do sistema. Segundo a fabricante, o equipamento pode não inflar em caso de acidente, mas apenas se o banco dianteiro direito estiver desocupado. Com o número do chassi em mãos, o interessado pode ligar para o telefone 0800-703-3673 ou pelo site www.ford.com.br. O serviço é gratuito.
Recall 2
Fique de olho se a unidade em vista já passou pelos recalls da substituição dos quatro trincos da fechadura das portas cuja campanha se iniciou em julho de 2015. Segundo a Ford, há a possibilidade de quebra do guia da mola do trinco da fechadura das portas dos veículos envolvidos, resultando em dificuldade de fechamento e travamento das portas, em condições normais. Como risco, há a possibilidade de abertura involuntária com o veículo em movimento podendo causar acidentes. Vale ressaltar que com o encerramento da produção da Ford no Brasil, muitas autorizadas fecharam as suas portas. Portanto, caso a unidade ainda não tenha passado pelo chamamento, você terá de agendar o serviço com uma loja mais próxima da sua cidade ou Estado. Para mais informações, acesse www.ford.com.br.
MELHORES E PIORES UNIDADES PARA COMPRAR
A primeira regra é fugir das unidades equipadas com a temida transmissão automatizada de dupla embreagem conhecida como Powershift.
Faz questão de ter o New Fiesta, mas não abre mão do conforto das trocas automáticas? Então, procure pelas versões SE Plus 1.6 ou SEL 1.0 Turbo, lançadas a partir de 2017, que passaram a contar com a opção automática de verdade (com conversor de torque, no lugar da dupla embreagem) de seis marchas.
Elas são vendidas com preços médios de R$ 55 mil a R$ 60 mil e são bem recheadas com direção elétrica, ar-condicionado e trio elétrico, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, chave de segurança My Key, alarme, computador de bordo, cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros e sistema Isofix para cadeiras infantis, entre outras infinidades de itens de série.
O orçamento está apertado para você? Não faz mal, pois os primeiros modelos importados em 2011 podem ser encontrados com preços bastante convidativos, na faixa de R$ 35 mil. Eles costumam ser bastante recheados, mas evite os sem airbags e freios ABS que costumam ter menos saída.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.