R$ 130 mil: Ford Del Rey "0 km" ?venda ?um dos mais novos do Brasil
Sed?fabricado em 1990 tem apenas 560 km e conta com o cobiçado motor AP 1800 da Volkswagen
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A Ford tinha planos para aposentar o seu sedã mais luxuoso Galaxie/Landau com seus enormes motores V8. Mas qual modelo à altura poderia substituí-lo sem que o investimento saísse tão alto e fosse mais econômico? A solução veio de um projeto baseado no antigo Corcel, um sedã médio produzido pela filial brasileira de 1968 a 1986: o Del Rey.
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Lançado em 1981, inicialmente veio em duas versões, a básica e a topo de linha Ouro que contava com itens de luxo como vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, ambos nunca utilizados até então em um carro produzido no Brasil. O estilo era inspirado nos modelos da Ford europeia como o Granada MKII, produzido na Inglaterra e o Taunus, na Alemanha.
O raríssimo exemplar GL dourado das fotos de 1990 é um dos poucos sobreviventes que ainda podemos dizer, por força de expressão, é 0 km. Afinal, nunca foi usado, apesar dos irrelevantes 560 km usados para funcionamento e manutenção do seu motor AP-1800 e do câmbio manual de cinco marchas.
Motor 1.8 do VW Santana e acabamento caprichado
Aliás, o conjunto motriz é o mesmo do VW Santana, graças à parceria entre as duas montadoras que originou a Autolatina, de 1987 a 1996. Mais moderno e eficiente em relação ao antigo CHT, este propulsor rendia a potência bruta de 87 cv e torque máximo de 14,28 kgfm.
Na prática, isso resultava em uma aceleração de 0 a 100 km/h em plausíveis 13,9 segundos e velocidade final acima de 150 km/h. Abastecido com gasolina, seu consumo médio da época era de pouco mais de 9 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada.
Porém, o que realmente impera até hoje no rei - ou melhor, Del Rey - é o inigualável espaço interno, conforto de sobra e do esmerado acabamento. Quem não se lembra do aconchegante veludo monocromático ou de itens como o cobiçado relógio digital de teto ou ainda do aroma característico dos carros da Ford dos anos 1990?
Outro detalhe que chama a atenção são as enormes portas da configuração de duas portas - ele também tinha a opção com quatro portas - que facilitava o acesso aos bancos traseiros sem que para isso precisasse ser um bom contorcionista.
Por todo esse saudosismo e pelo excelente estado excepcional tanto da parte externa e interna sem detalhes, o preço da raridade é de R$ 130 mil, uma viagem ao tempo que certamente para muitos colecionadores não tem preço.
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.