Redução do IPI não deve alavancar vendas de carros, diz estudo
Levantamento mostrou que a diminuição do imposto ?pequena, e que a guerra na Ucrânia e outros aspectos da economia nacional devem frear o crescimento
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O cenário do mercado automotivo do Brasil não deve melhorar tão cedo. Ao menos é que prevê um estudo realizado pela S&P Global, cuja análise levou em consideração alguns aspectos nacionais e mundiais para traçar a previsão de que a indústria deverá seguir em baixa.
Primeiramente, a redução do IPI não tem refletido em grandes reduções nos preços dos carros. Além disso, o Brasil tem tido uma alta nos juros para tentar frear o avanço da inflação, o que também restringe o acesso ao crédito. Esses fatores somados ao baixo poder aquisitivo da população brasileira, resultam em uma combinação que irá frear o crescimento da indústria em 2022.
Além desses aspectos, há ainda alguns problemas globais. É o caso da guerra na Ucrânia e a falta de semicondutores, problema que tem se agravado desde o começo da pandemia e já fez diversas montadoras pararem suas linhas de produção no Brasil.
Juros em alta
De acordo com o levantamento da S&P, as altas da taxa Selic impulsionaram o crédito para a compra de automóveis para a casa dos 27% ao ano. Como o preço dos carros em si disparou, essa alta do juros acaba contribuindo ainda mais para que as vendas dos carros não tenha um crescimento grande em 2022.
Com esse cenário, a expectativa é que o Brasil feche o terceiro ano seguido com vendas abaixo das 2 milhões de unidades. Segundo a S&P, o mercado brasileiro deve fechar 2022 com 1,99 milhão de unidades vendidas, enquanto que para 2023 a previsão é subir para 2,18 milhões.