Renault confirma SUV Bigster no Brasil enquanto repensa investimentos
Chefão da marca francesa afirmou que busca melhor "retorno" nas operações nacionais, o que deve incluir demissões
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Não é mais segredo que as grandes montadoras estão fugindo dos segmentos de entrada e buscando fatias do mercado com maior lucratividade. A Ford já estava nesse caminho antes mesmo de fechar suas fábricas no Brasil, passando a construir apenas SUVs e picapes, além do esportivo Mustang. A Renault deve ser a próxima a adotar uma estratégia similar também no Brasil, pelo que deu a entender o novo chefão da montadora.
Em entrevista ao site , o CEO da marca francesa, Luca De Meo, afirmou que, para o mercado brasileiro, “estamos buscando um melhor ponto de equilíbrio financeiro”. Uma das estratégias propostas pelo executivo para a região da América Latina seria a de apostar cada vez mais nos SUVs, mesmo que isso signifique dar menos espaço para os modelos de entrada da empresa, como o Sandero e o Logan.
Inicialmente , o SUV conceitual Bigster foi confirmado por ele como um produto para o Brasil. "Vamos redirecionar os recursos em modelos como Bigster e Duster, para que possamos elevar o ticket médio das vendas, seguindo os exemplos da Volkswagen e até da Fiat, que passou a investir em modelos da Jeep e fez muito sucesso”.
O Dacia Bigster foi apresentado como conceito no início de fevereiro. Trata-se de um utilitário esportivo maior e mais refinado que o Duster atual, mas vendido pela Renault do Brasil com fabricação local a partir da plataforma CMF-B da francesa. Com 4,60 m de comprimento, um possível Renault Bigster poderia posicionar a marca de uma forma bastante competitiva no segmento liderado pelo Jeep Compass aqui no Brasil, segmento este ganhará nos próximos meses os importantes acréscimos do VW Taos e do Toyota Corolla Cross.
Por outro lado, De Meo fez uma previsão preocupante a respeito do nosso mercado no curto prazo. "A meta da Renault no Brasil era de vender 300.000 unidades, chegando a 10% de participação no mercado. Então vendemos 200.000, 150.000 e 80.000. Para chegarmos a um ponto de equilíbrio mais baixo, vamos precisar cortar um turno da fábrica e, infelizmente, demitir mais de 800 pessoas”. Por conta do volume de vendas mais baixo e uma menor capacidade nas linhas de montagem brasileiras, o executivo da Renault diz que a estratégia para nosso mercado será de “congelar os investimentos no curto prazo".
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Thiago ?jornalista do setor automobilístico desde 2008 e possui pós-graduação em Gestão Automotiva