Renault Kardian enfrenta Nissan Kicks em uma briga com 'fogo amigo'
Modelos do mesmo grupo ficam lado a lado e mostram quais são os prós e contras de cada um
Será que vale mais a pena levar um moderno Renault Kardian, ou um carro um pouco mais espaçoso, como o Nissan Kicks? Neste comparativo de modelos que fazem parte do mesmo grupo automotivo, o crossover da marca francesa se mostra mais eficiente, embora seja um pouco menor que o SUV. Vamos conferir a seguir quais são os principais pontos positivos e negativos de cada um deles.
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O Renault Kardian acaba de chegar ao mercado e na versão Premiere Edition, como a unidade avaliada, tinha preço sugerido de R$ 132.790 em julho de 2024. É um crossover, modelo abaixo de um SUV compacto e acima de um hatch compacto, como o Sandero. Tem a nova plafaforma CMF-B que será usada em outros modelos da marca francesa, além de um conjunto mecânico caprichado.
Esse capricho também significa eficiência, acima do que é encontrada no Nissan Kicks, que deverá receber algumas mudanças em 2025 e pode até mudar de nome para poder conviver pelo menos por um tempo com a nova geração, que será fabricada em Resende (RJ), em 2025. É a mesma estratégia usada com o Versa e o modelo que passou a ser chamar Drive, antes de sair de linha.
Kardian merece interior mais caprichado
De qualquer forma, o Kardian tem um conjunto mais bem acertado e econômico que o do Kicks. O motor do Renault é 1.0 turboflex, de três cilindros, capaz de render 125 cv e 22,4 kgfm de torque a apenas 2.250 rpm e funciona com câmbio automatizado, banhado a óleo, de dupla embreagem e seis marchas. Com isso, consegue ser mais ágil em qualquer situação se comparado ao Kicks.
O SUV da Nissan vem com o bem conhecido 1.6, aspirado que tem 113 cv e 15,3 a 4.000 rpm acoplado ao câmbio autompatico CVT, que simula até 6 marchas e foi fabricado para dirigir sem muita pressa, priorizando a economia de combustível. A força bem menor que a do Kardian e em rotação mais alta acaba prejudicando a agilidade nas ultrapassagens, levando a pisar mais forte no acelerador, o que aumenta bem os níveis de ruído e de vibração.
Além disso, acelerando mais e com relação entre peso potência menos favorável (10,1 kg/cv ante 9,5 kg/cv do Renault), o consumo do Nissan é um pouco maior, levando em conta os dados do Inmetro: o Kicks faz 11,4 km/l de gasolina na estrada e 13,8 km/l na cidade, ante 13,1 km/l e 13,9 km/l do Kardian, respectivamente.
No quesito agilidade e a parte dinâmica, seja em linha reta ou em curvas, o Kardian também se mostrou melhor, mostrando boa estabilidade, embora ambos os modelos tenham a mesma distância livre do solo de 20 cm e a mesma medida de rodas e pneus (205/55R 17). Conforme dados das fabricantes, o crossover da Renault pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, contra 11,8 km/l do Nissan.
Como os dois também têm a mesma distância entre-eixos, de 2,61 metros, o espaço interno é compatível em ambos. A diferença fica por conta do interior mais moderno do Kardian, com cluster digital e configurável, porta-objetos para quem vai sentado nos bancos de trás e duas entradas USB-C. Mas, no Renault,a central multimídia poderia ser mais moderna e o acabamento mais refinado.
No Kicks, percebe-se que o porta-malas é mais espaçoso (432 litros, ante 368 litros do Kardian), o que não poderia deixar de ser já que é um SUV que fica em uma categoria acima do modelo da Renault quando o assunto é tamanho.
Na versão Exclusive (R$ 148.290), como a avaliada, os bancos de couro se mostraram bem confortáveis, mais do que os do Kardian. Entretanto, o novato da Renault ainda tem um bom tempo de mercado para evoluir.
Veredicto
Entre o crossover Kardian e o SUV compacto Kicks, o Renault sai com a vitória pelo conjunto mais moderno e eficiente com espaço interno compatível, exceto pela capacidade do porta-malas.
Porém, o estreante ainda precisa evoluir em alguns aspectos, como no nível de acabamento e na central multimídia, que poderia ter tela com melhor resolução e mais recursos, por exemplo.
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