Rival coreano do Gol, Hyundai HB ?flagrado por leitor

Cotado para ser batizado com o nome i15, hatch ser?fabricado e vendido no Brasil no 2?semestre de 2012

Hyundai HB (suposto i15) ?flagrado no ABC paulista | Imagem: Vinícius Prado

Se o novo Palio é a ameaça mais próxima ao como carro mais vendido do Brasil, o HB é o grande temor não só da Volkswagen, mas de todas as montadoras que vendem carros populares por aqui. Nem tenha o trabalho de gravar essa sigla porque o carro da foto ao lado deverá ser batizado provavelmente com o nome i15. Sim, ele é um Hyundai. E mais: um Hyundai nacional, desenhado especialmente para o nosso mercado – pelo menos num primeiro momento.

E foram dois protótipos do “HB” que o leitor Vinícius Prado fotografou nesta quinta-feira, 27, indo de São Bernardo do Campo para Santo André, no ABC paulista. Os Hyundai já estão até virando figurinhas fáceis na Grande São Paulo: com as placas EHE-1906 e 1907, eles já foram flagrados diversas vezes nas últimas semanas. A cidade que consta nas placas é reveladora: Piracicaba.

A cidade interiorana, que fica distantes 150 km da capital paulista foi a escolhida para abrigar a primeira fábrica da Hyundai no Hemisfério Sul. Em fase de construção, ela será capaz de produzir 150 mil unidades por ano na primeira fase não só do modelo hatch como também um sedã e um crossover, como mostrou o AUTOO.

Design em alta

Mas, afinal, o que a Hyundai busca com o HB? Aquilo que várias marcas recém chegadas ao Brasil não conseguiram ainda: fazer frente aos modelos nacionais produzidos por Fiat, VW, GM e Ford. A montadora coreana é otimista: acha que será a 4ª força do mercado nacional assim que estiver com a produção a pleno vapor em Piracicaba, ou seja, desbancando a Ford dessa posição.

É uma meta ousada, mas basta observar a velocidade com que a Hyundai cresce em nosso país para dar um voto de confiança para ela. Mesmo como importadora, ela já causa estrago nos segmentos de hatches médios (i30), crossovers (Tucson e ix35) e sedãs grandes (Azera). E certamente vai incomodar Corolla e Civic com o novo Elantra, que chega ao Brasil em setembro.

Hyundai HB
AUTOO

O HB será o primeiro carro da Hyundai desenvolvido para atender o público da América do Sul

A receita para repetir a façanha entre os consumidores de Gol, Uno, Palio e Celta é oferecer um carro espaçoso, bem equipado e, acima de tudo, belo e ousado. É o que se deduz das formas do HB. Sua carroceria com linha cintura crescente e estilo semelhante ao do ix35 e do Sonata foge do comum. Para se ter uma ideia do seu visual final, vale conferir a versão crossover que publicamos anteriormente.

Para se ter uma ideia do avanço dos coreanos, basta ver o que a Toyota está preparando para o Brasil neste momento. O hatch Etios que será fabricado numa nova planta em Sorocaba, SP, é extremamente convencional para não dizer feio. Poderá compensar isso com robustez, economia e bom acabamento, mas os japoneses não conseguiram resolver a equação que inclui uma pitada de atração estética.

Mecânica é um mistério

O que ainda está pouco claro é qual motorizações e transmissões o HB receberá. A mais cotada é o motor 1.0 de três cilindros que a Kia lançará em agosto no novo Picanto. Já flex, o motor tem potência generosa – 86 cv com etanol – e promessa de economia de combustível. Seria a escolha lógica nesse sentido, o mesmo se pode dizer, em um menor grau, do 1.6 flex do Kia Soul, que já é vendido no Brasil.

Hyundai HB
AUTOO

Ainda em fase de testes de rodagem, os primeiros protótipos foram flagrados em Piracicaba (SP)

Se um câmbio manual de cinco marchas também parece óbvio, uma opção automática para a versão com motor 1.6 é dada quase como certa, graças ao crescimento do interesse do brasileiro por esse recurso. E é bem provável que a Hyundai opte por uma caixa genuinamente automática – como fazem Renault, Citroën e Peugeot – e não um sistema com embreagem automatizada, solução mais barata oferecida por Volkswagen e Fiat, entre outros.

Os trabalhos em Piracicaba estão em ritmo acelerado para permitir que o HB (ou i15) seja lançado na época do Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2012. Depois dele, o mercado de populares nunca mais será o mesmo no Brasil. De preferência, para melhor.

Agradecemos o leitor Vinícius Prado pela contribuição.

Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis

VEJA TAMBÉM