Saiba mais sobre o Nissan March

Hatch será o primeiro popular japonês no Brasil e concorrerá com o líder Gol com preços atraentes e boa lista de equipamentos
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Nissan March 2012 | Imagem: Ricardo Meier

Nem Toyota nem Honda. O primeiro carro popular japonês a ser vendido no Brasil será o March, da Nissan, que desembarca no país em outubro. Mas, ao contrário do Etios, que a Toyota produzirá numa nova unidade em Sorocaba, interior de São Paulo, o hatchback do porte de um Gol virá do México, paraíso dos carros com preços mais baixos por conta da isenção de impostos de importação.

E essa pode ser a explicação para a expectativa de uma estratégia de preços agressivos do modelo – a Nissan garante que ele custará menos de R$ 30.000 e há quem diga que o preço da versão de entrada ficará em torno de R$ 27.000, valor mais baixo que o do novo Uno 4 portas e bem mais em conta que o do Gol 1.0 da geração 5, ambos os principais rivais do carrinho nipo-mexicano.

AUTOO teve contato com o March recentemente, num test-drive curto, apenas para conhecer algumas características do modelo. A Nissan realiza uma pré-apresentação do veículo no Brasil com unidades mexicanas equipadas com motor 1.6 a gasolina – a versão vendida aqui será flex tanto 1.0 quanto 1.6.

O March chamou a atenção pela solidez de construção, com encaixes bem montados e isolamento superior para um carro básico – detalhe: o test-drive foi feito numa pista de terra batida e com muita poeira. Mas o Nissan precisará de muitos argumentos racionais para compensar o quase inexistente apelo visual.

Ex-Micra

O March é uma evolução do Micra, um compacto criado para o mercado europeu (arraste a foto abaixo para comparar as duas gerações). No entanto, a Nissan decidiu simplificá-lo para poder vendê-lo em mercados emergentes, ao mesmo tempo em que ampliou o espaço interno. Se comparado ao antecessor, o March melhorou o design consideravelmente, mas perto dos hatches nacionais, o japonês fica bem aquém: a frente, se não chega a ser ousada, até é harmoniosa, porém, a traseira lembra os compactos da década de 1990.

antes
depois

Por dentro, o March também não enche os olhos do consumidor. Abusa do uso de plásticos – como todos os rivais – e também do aproveitamento de componentes de outros Nissan. Basta reparar nos botões dos vidros, no rádio de série e nas hastes do volante.

No curto trecho que pudemos acelerar (apenas uma força de expressão), o March nos pareceu bem ajustado para as ruas brasileiras. Tem suspensão firme, bom torque e direção leve, que usa um sistema elétrico de alívio de esforço. A lista de equipamentos é honesta e inclui também ar-condicionado, computador de bordo e airbags duplos.

Os clientes mais altos gostarão do teto elevado, mas três pessoas sofrerão no banco traseiro – o March passou a impressão de ser bem estreito. No México, o hatchback tem até versão automática com quatro marchas e um modelo esportivo, certamente, apenas no nome.

Com o March, a Nissan quer virar gente grande no Brasil: de pouco mais de 2% de participação nas vendas, a montadora japonesa quer saltar para 5%, o que significa muito. Embora mexicano, o March pode ser “naturalizado” brasileiro no futuro – a marca acaba de anunciar que construirá outra fábrica no país e o modelo é um dos fortes candidatos, juntamente com um inédito modelo com preço na casa dos R$ 20.000.

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