Testamos o Mitsubishi Eclipse Cross 2023 na terra, cidade e estrada
Renovado, SUV mostrou suas qualidades durante avaliação em um trajeto misto de 200 km
O Mitsubishi Eclipse Cross nem sempre é lembrado como uma das opções no segmento dos SUVs médios. Até por isso a marca japonesa optou por fazer uma reestilização no modelo, que se concentrou principalmente na traseira, adicionando uma tampa de porta-malas mais convencional. Mudanças na dianteira e nos equipamentos também foram promovidas, conforme o AUTOO descreveu no dia do lançamento do carro.
Na última segunda-feira (11), tivemos a oportunidade de conhecer de perto e andar no modelo por alguns quilômetros. O ponto de encontro foi na capital paulista, de onde saímos a bordo do carro até a cidade de Amparo, no interior do estado. Durante todo o trajeto, estive a bordo do Eclipse Cross HPE-S S-AWC, versão topo de linha de R$ 232.990 e a única equipada com tração integral.
Por conta desse diferencial, a ideia da Mitsubishi foi oferecer um roteiro um pouco diferente do habitual. Dessa forma, além do trecho de rodovia, passamos por estradas de terra e com cascalho solto, de modo que fosse possível analisar o comportamento do carro nesses diferentes terrenos.
Sistema de tração
Todas as versões do Eclipse Cross 2023 contam com o motor 1.5 turbo de 165 cv e 25,5 kgfm de torque, movido apenas a gasolina. O câmbio automático CVT, que simula até oito marchas, completa o conjunto mecânico.
Como já dito, a versão mais cara do modelo ainda conta com o sistema de tração integral. Por isso, durante o trajeto nas estradas de terra e com cascalho, a orientação passada pela marca foi colocar o sistema na opção Gravel, mais indicada para esses terrenos.
Esta configuração faz o diferencial central ficar atento às solicitações do carro, dosando a quantia exata de força para o eixo traseiro, além de mudar o funcionamento do ABS (travando mais a roda e oferecendo melhor aderência). Os controles de tração e estabilidade também passam a contar com uma atuação mais controlada.
Além do modo Gravel, existe o Normal, que prioriza a tração dianteira e só direciona o torque para as rodas traseiras em caso de necessidade. Já o modo Snow, que é voltado para o uso em neve, também é útil para locais com grama molhada, por conta da perda de aderência que esse terreno produz.
Durante nossa avaliação, foi possível sentir as mudanças no comportamento do carro quando o sistema sai da posição Normal para Gravel. Por meio de um gráfico no painel de instrumentos, é possível ver a atuação do conjunto, e, ao volante, é facilmente detectável o momento em que a atuação da tração traseira se faz necessária. Por mais que o Eclipse Cross não tenha uma vocação para aventuras extremas, ter uma tração integral nesses terrenos mostra-se bastante útil.
Porém, nem só de desafios é feito o Eclipse Cross. O modelo entrega bom nível de conforto, já que a suspensão tem curso próximo ao ideal e não alcançou o fim de curso em nenhum momento mesmo em estradas esburacadas.
Na rodovia o modelo também apresentou ótima desenvoltura, sendo firme nas curvas de alta e entregando um bom pacote de conteúdo.
Destaque para o piloto automático adaptativo (ACC), que é um recurso sempre bem-vindo em rodovias, já que mantém a velocidade e a distância segura do veículo à frente, sendo capaz de realizar frenagens de emergência, caso necessário.
E já que a parte mecânica do carro está em pauta, vale mencionar o conjunto motor e câmbio. Ambos trabalham bem, com o propulsor turbo funcionando de forma elogiável com a transmissão CVT. No entanto, o Eclipse Cross demora um pouco para ganhar velocidade, não sendo um dos SUVs mais ágeis do segmento.
Além disso, talvez falte para o SUV reforçar a conectividade. A central multimídia da JBL de sete polegadas é boa, mas o carro conta com apenas uma pequena tela para o computador de bordo no painel de instrumentos, enquanto alguns concorrentes contam com um display digital configurável. Ao menos há o head-up display no Eclipse Cross, um recurso digno de carro esportivo e bastante útil para manter os olhos na estrada enquanto se vê a velocidade.
Agora vai?
É inegável que a traseira do modelo melhorou com a reestilização. A dianteira, que já era bastante imponente, agora está ainda mais chamativa e moderna. Bonito o Eclipse Cross é, tem uma boa lista de equipamentos, oferece bom espaço interno e ainda tem o DNA 4x4 da Mitsubishi. Resta saber como o mercado irá receber essa nova fase do modelo.
Quem busca uma opção diferente no segmento, pode encontrar no Eclipse Cross uma boa alternativa. Pena que a tração integral fique restrita ao modelo mais completo, já que é um sistema excelente e que com certeza atrairia mais clientes caso fosse oferecida em versões mais em conta.