Teste: Ford Edge ST 2020
Modelo na faixa de R$ 300 mil oferece uma interessante combinação de um SUV familiar com um esportivo de mais de 300 cv
Certamente você já se deparou com aquela situação nada fácil de ter que escolher entre uma coisa ou outra na hora de comprar um produto. No caso de uma roupa, se a cor lhe agrada, o tamanho pode não ser o certo... enfim, o que não faltam são exemplos. No universo automotivo esse tipo de questão é ainda mais frequente. Determinado modelo pode oferecer um bom porta-malas, mas a cabine é pequena. Outro entrega ótimo desempenho, mas consome muito combustível. É fato que conciliar tudo em um carro só muitas vezes pode exigir algumas concessões (ou custar muito caro).
Tudo isso serve para ilustrar como a proposta do Ford Edge ST é bastante singular. Encontramos no SUV médio-grande um carro tão versátil e espaçoso para o uso familiar quanto um modelo com muita disposição na hora de acelerar, agradando quem não abre mão de um nível de desempenho mais extremo e precisa de um automóvel maior.
Obviamente tudo isso tem um custo e, no caso do Edge ST, ele é de exatos R$ 299.000. É caro, mas tudo isso lhe dá direito a um motor 2.7 V6 biturbo sob o capô acompanhado de uma transmissão automática de 8 marchas e sistema de tração integral. O conjunto leva o Edge ST de 0 a 100 km/h em rápidos 6,2 segundos e até 209 km/h de velocidade máxima, números que merecem destaque em especial já que estamos falando de um carro de 2.116 kg, portanto longe de ser leve.
Quando solicitado, o motor V6 biturbo despeja seus 335 cv e 54,5 kgfm de força com vontade no solo, trazendo aquela sensação esportiva que só encontramos em modelos com essa faixa de potência e torque.
Primeiro SUV da marca a passar pelas mãos da Ford Performance, o Edge ST traz uma suspensão esportiva e freios especiais para lidar com todo o ímpeto do V6 biturbo. Na prática, o modelo mostra um conjunto muito acertado. Mesmo com suas rodas de liga leve aro 21”, que favorecem o comportamento dinâmico mas poderiam cobrar a conta no conforto, o Edge ST apresentou um rodar muito satisfatório no uso urbano. Sem dúvida um feito e tanto considerando nosso asfalto muitas vezes longe do estado de conservação ideal.
Andando de forma moderada, é possível registrar consumo médio na casa de 7,5 a 8 km/l na cidade e 10 a 11 km/l na estrada ao volante do Edge ST, valores bastante aceitáveis levando em consideração sua proposta.
Mas, para transportar seus 5 passageiros com muito conforto e ainda ter espaço para 600 litros de bagagem no porta-malas, o que o Edge ST não consegue disfarçar muito é o seu porte.
Por mais que os técnicos da Ford Performance tenham feito o máximo em termos de ajustes dinâmicos para o modelo, na hora de dirigir o Edge ST deixa claro que você está no comando de uma máquina de 4,79 m de comprimento e 2,84 m de entre-eixos.
Claro que, para quem busca um esportivo nato, essas dimensões roubam uma parte da agilidade que o Edge ST poderia entregar ao volante, porém, como dissemos no começo deste texto, é uma escolha que você vai precisar fazer para oferecer muita comodidade a toda a família.
Além do espaço interno padrão norte-americano, o Edge ST justifica parte do s R$ 300 mil pedidos por ele com um invejável pacote de tecnologia. A opção topo de linha do SUV conta com assistente de estacionamento, piloto automático adaptativo, sistema de som premium com 12 alto-falantes, ajustes elétricos para os bancos dianteiros e coluna de direção, um gigantesco teto solar panorâmico que cobre quase toda a área superior do veículo, 8 airbags e até mesmo um prático sistema de DVD voltado para os passageiros do banco traseiro, uma ótima ferramenta para distrair a garotada em deslocamentos mais longos. E isso é apenas uma parte da vasta lista de recursos de série que o Edge ST oferece.
Considerando que a linha Ford aqui no Brasil será cada vez mais focada em utilitários esportivos, a fabricante começa a arrumar a casa por aqui a partir deste ano com o lançamento do Territory, modelo posicionado acima do EcoSport e que vai atuar na faixa dos R$ 100 mil. Entre os SUVs médios mais sofisticados, a Ford também estuda a importação ao mercado brasileiro do Escape híbrido (também conhecido como Kuga em alguns países), SUV que seria uma interessante alternativa ao Toyota RAV4 por aqui.
Logo, com essa nova estruturação da gama Ford por aqui, o Edge ST fica com a missão de figurar como um produto de nicho, destinado a atender um tipo de cliente bastante específico. É claro que, pelo valor cobrado no SUV avaliado aqui, você pode considerar alguns utilitários esportivos de marcas premium, porém o Edge ST ainda consegue se diferenciar pelo pacote de equipamentos e o nível de desempenho superiores.
Para dizer que não há pontos em que o Edge ST poderia melhorar, vale a pena citar que a atual segunda geração do SUV, revelada em 2015 no exterior, denota os sinais da idade na cabine. O encaixe de peças e a escolha dos materiais para o revestimento de portas e bancos é muito bom, mas o design geral da parte interna precisa de uma atualização para encantar mais os olhos, sobretudo levando em consideração o preço do Edge ST.
Em resumo, o SUV esportivo da Ford é o típico modelo que raramente encontramos nos portfolios das grandes montadoras. Pensado para um nicho de mercado, ele não tem a missão de trazer grandes volumes de vendas para a marca, mas é um modelo que cativa por mostrar que um veículo pode mesclar muito bem conforto, amplo espaço interno e tecnologia sem deixar de lado uma dose bastante elevada de esportividade. Se é isso que você deseja encontrar em um automóvel, tem no Edge ST uma excelente escolha.
Ficha técnica
Ford Edge 2020 ST 2.7 24V gasolina automático integral 4p | |
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Preço | R$ 299.000 (12/2019) |
Categoria | SUV grande |
Vendas acumuladas neste ano | 90 unidades |
Motor | 6 cilindros, 2694 cm?/td> |
Potência | 335 cv a 5550 rpm (gasolina) |
Torque | 54,5 kgfm a 3250 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,796 m, largura 1,828 m, altura 1,736 m, entreeixos 2,849 m |
Peso em ordem de marcha | 2116 kg |
Tanque de combustível | 70 litros |
Porta-malas | 600 litros |