Teste: Jeep Compass Longitude diesel
Pensado para ser uma opção aos SUVs alemães de luxo, versão a diesel do Compass é uma interessante opção de compra
Que a Jeep acertou na receita isso ninguém duvida. Afinal, só no mês passado, o Compass foi a escolha de mais de 3 mil consumidores em um segmento que está longe de contar com representantes com preços acessíves.
Além da opção 2.0 flex, uma das grandes sacadas do Jeep Compass reside na oferta do motor 2.0 turbodiesel, que entrega 170 cv e generosos 35,7 kgfm de torque desde 1.750 rpm, uma das benesses desse tipo de propulsor. Se você quiser levar Compass diesel para casa, a escolha mais em conta reside na versão Longitude, como a avaliada pelo AUTOO neste teste, que tem preço sugerido de R$ 134.990.
Além do moderno e eficiente motor 2.0 Multijet, o Compass Longitude Turbodiesel também brinda seu cliente com atributos como o câmbio automático de 9 marchas e um completo sistema de tração 4x4 com reduzida que pode ser facilmente operado por meio de um teclas no console central. Além das funções tradicionais, se você não é muito chegado (a) ao mundo off-road, também é possível obter a tração ideal para determinado tipo de piso por meio de um seletor rotativo que traz ajustes pré-programados para situações em que você precisa passar por areia, lama, dentre outros. Tudo bem simples e prático para operar.
Fazendo jus ao preço ao segmento do qual participa, o Jeep Compass Longitude diesel também sai de fábrica com central multimídia com tela de 8,4” incluindo câmera de ré e navegador, ar-condicionado automático com 2 zonas, rodas de liga leve aro 18” e chave presencial com partida por botão. O principal deslize da Jeep fica por não colocar o revestimento interno de couro como item de série para o Compass Longitude a diesel, conforto que você pode encontrar no “pacote premium” de R$ 3.700. Só que além do revestimento interno mais nobre, você também é obrigado (a) a levar os sensores de chuva e luminosidade (acendimento automático dos faróis), além do sistema de som especial projetado pela Beats. Nossa sugestão é que vale a pena você colocar o opcional, uma vez que um SUV desse porte sem revestimento interno de couro é mico na certa na hora da revenda.
Fora esses itens, o Compass Longitude também sai da fábrica pernambucana com os controles de tração e estabilidade, incluindo o interessante TSC, que, trazendo a sigla para o português, significa o controle de oscilação de reboque. Um bom recurso para quem tem uma moto, jet ski, ou outro veículo para atividades de lazer e precisa deslocar por aí. Algo que, para um modelo com o perfil do Compass, vêm muito a calhar.
Em um primeiro contato com o Compass, a única (pequena) crítica vai para o tamanho do porta-malas. Para um modelo que claramente servirá ao uso familiar em muitas ocasiões, um compartimento mais espaçoso seria bem-vindo. Durante nosso teste, o porta-malas do Compass se mostrou apenas suficiente para uma viagem longa de duas pessoas, sendo que uma família precisaria pensar bem na quantidade de malas que levará.
Fora isso, o espaço interno do Compass não merece críticas, sendo muito superior ao encontrado no primo Renegade e na média de rivais como o Audi Q3 e o Honda CR-V, por exemplo. Outro atributo positivo do Compass Longitude vai para o acabamento interno bem elaborado e executado, algo relevante em um modelo nessa faixa de preço e que tem a intenção de atrair clientes das marcas de luxo alemãs.
Tudo está ao alcance da mão e funciona muito bem no Compass Longitude, que não comete o erro da versão de entrada Sport com sua central multimídia de tela de 5”, o qual já tornou-se pequeno demais e destoa do conjunto. O visor de 8,4” presente no Compass avaliado aqui confere um aspecto mais sofisticado ao SUV, enquanto o áudio Beats, um “brinde” do pacote premium, cria uma boa ambientação na cabine. A bordo do modelo você, de fato, se sente a bordo de um modelo que beira os R$ 140.000.
Apertando o botão de partida, o 2.0 Multijet desperta com o som tradicional dos motores diesel, algo até que bem-vindo (e esperado) por quem compra um carro desse tipo, porém ele capricha em outros aspectos relevantes, como praticamente a ausência de vibração e o funcionamento suave. Rodando na estrada mesmo em velocidades mais altas, quando o limite permite, as 9 marchas da transmissão ajudam a manter as rotações lá embaixo, ajudando no silêncio a bordo e reduzindo o consumo.
Por falar nisso, segundo os dados oficiais o Compass 2.0 diesel alcança parciais de 9,8 km/l na cidade e 11,4 km/l na estrada. Em nosso dia a dia com o modelo, porém, as médias foram bem melhores e não foi difícil alcançar 16 km/l ou mais em trechos rodoviários, números muito bons e que realçam os atributos do diesel, ou seja, baixo consumo e elevada autonomia. Se você roda muitos quilômetros com frequência, o investimento extra para levar um Compass diesel ao invés do flex valerá muito a pena. Com o preço atual do diesel, o custo por quilômetro com diesel é mais vantajoso se comparado com o que você gastaria em um Compass flex utilizando gasolina ou etanol.
Claro que mesmo as 9 marchas não conseguem dar mais elasticidade à tocada do Compass diesel, algo característico desse tipo de motor, contudo, com o torque máximo disponível a menos de 2.000 rpm, você consegue boas acelerações e retomadas. A caixa automática trabalha bem com o 2.0 Multijet, porém notamos que sua calibração é, de certa forma, rígida demais. Uma situação exemplifica bem isso, como, por exemplo, quando trafegamos com o Compass em velocidade constante de 50 km/h. Nesse caso, a transmissão só selecionará a 5ª marcha no exato momento em que você atingir os 51 km/h. O mesmo comportamento é notado na Fiat Toro Volcano, que usa o mesmo conjunto mecânico. Com a excelente densidade de torque oferecida pelo motor 2.0, a caixa automática poderia usufruir disso para calcular com mais precisão que marcha usar. É algo que o S-tronic de dupla embreagem presente no Audi Q3 nacional faz com mais precisão.
Talvez uma contrapartida do sistema de tração 4x4, a sensação para quem dirigir o Compass diesel é de um rodar mais agradável em relação ao Compass flex, que conta com um acerto da suspensão suave demais em especial no eixo traseiro. Nas opções a diesel, quando você passa por uma lombada ou uma valeta não sente a traseira “afundando” como no Compass flex. As rodas de liga leve aro 18” presentes na versão Longitude são tranquilamente acomodadas abaixo dos largos para-lamas do Compass e, graças à boa altura em relação ao solo, elas em nada afetam o conforto ao rodar e ainda melhoram as respostas dinâmicas do SUV.
Colocando tudo na balança, o Jeep Compass Longitude Turbodiesel surge como uma das opções de compra mais interessantes para quem tem até R$ 140.000 para gastar e precisa de um modelo que ofereça boa autonomia e baixo consumo e, sobretudo, aptidão para encarar caminhos no fora-de-estrada. Se esse não é bem o seu caso e o uso que você vai fazer é mais urbano, aí talvez um Audi Q3 se torne mais interessante. De qualquer forma, a bordo de qualquer um dos dois SUVs você fará uma excelente escolha!
Ficha técnica
Jeep Compass 2017 Longitude 2.0 16V diesel automático 4x4 4p | |
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Preço | R$ NaN (09/2017) |
Categoria | SUV médio |
Vendas acumuladas neste ano | 52.973 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1956 cm³ |
Potência | 170 cv a 3750 rpm (diesel) |
Torque | 35,7 kgfm a 1750 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,416 m, largura 1,819 m, altura 1,645 m, entreeixos 2,636 m |
Peso em ordem de marcha | 1717 kg |
Tanque de combustível | 60 litros |
Porta-malas | 410 litros |