Teste: Nissan Frontier Attack 2019
Versão com visual mais chamativo marca o início da produção da picape na Argentina
Sai ano, entra ano e no mercado de picapes médias uma coisa é certa: a Nissan Frontier sempre é a lanterna da categoria. Isso acontece de forma ininterrupta desde 2013 e mesmo antes disso, com exceção de 2011 e 2012, quando o veículo japonês ficou à frente apenas da Amarok e da Ranger.
Ou seja, a Frontier não é a primeira opção dos consumidores desse tipo de veículo no Brasil. Mas isso não quer dizer que a Nissan faça um veículo ruim e que não tenha tentado mudar esse cenário na última década. Quem não se lembra dos comerciais do “pônei maldito”, que cutucavam a concorrência de uma forma tão velada que logo o Conar proibiu algumas peças de serem veiculadas?
Antes disso, a Nissan já havia decidido apostar no mercado brasileiro ao investir na produção nacional da picape. Mas talvez esteja aí um dos problemas: as gerações fabri cadas aqui sempre estiveram um tanto defasadas em relação a alguns concorrentes. De quebra, trata-se de um público muito fiel que prefere às vezes ficar numa marca (leia-se Toyota) mesmo que ele não tenha em mãos o melhor produto.
Mas a persistência da montadora japonesa não tem fim e desde 2017 a picape passou a ser um produto global e base para um projeto conjunto com a Renault e a Mercedes-Benz que deu origem a modelos derivados da Frontier.
Isso no entanto significou o fim da Frontier nacional. Para não deixar o segmento enquanto preparava sua produção na Argentina, a Nissan passou a trazer a picape do México apenas na versão mais equipada. Mas desde o final do ano passado, a Frontier argentina finalmente chegou às concessionárias brasileiras. E com ela mais versões finalmente estão disponíveis, incluindo a Attack, modelo intermediário que Autoo avaliou num longo percurso de quase 1.500 km.
Visual mais chamativo
O nome Attack já batizou versões mais antigas da Frontier, mas sem um grande impacto nas vendas e no público. A atual Attack, no entanto, surpreende. As intervenções estéticas conseguiram tirar o ar genérico do projeto da Nissan a ponto de o veículo ter chamado a atenção por onde passamos.
São aspectos pontuais e até simples como apliques pretos no capô, máscara negra no faróis e a inscrição “Attack” espalhada pela picape, quebrando um pouco a monotonia dos seus traços.
A Frontier Attack, entretanto, é mais interessante pelo conjunto equilibrado que oferece por um preço mais atraente que outras concorrentes. Em janeiro de 2019, o preço pedido era de R$ 153.590, ou quase R$ 20 mil a menos que a versão XE.
Em compensação, a Attack perde alguns itens de conforto com ar-condicionado digital, bancos de couro, ajuste elétrico do assento do motorista, câmera 360 graus para facilitar o estacionamento, o controle de cruzeiro, partida por botão e a central multimídia sem mapas,
Isso tudo faz falta? Para ser honesto, nem tanto. Talvez a opção de ter os mapas seja algo pequeno e que ajuda em viagens em que o Waze já acabou com seu pacote de dados, mas de resto são itens mais ligados a status do que à praticidade.
Em outras palavras, a Frontier Attack tem equipamentos que suprem essas necessidades como a câmera comum de ré ou o ar-condicionado de ajuste manual. É como se agora enfim a Frontier tivesse uma versão de preço mais acessível e com características mais ligadas ao campo, principal habitat desse tipo de veículo.
O que poderia melhor, sem dúvida, é a impressão de qualidade do acabamento onde imperam peças plásticas de aspecto simplório, mas isso é uma característica de muitos outros Nissans.
Como anda a Frontier Attack
A boa notícia é que a Nissan não mexeu na parte mecânica da Frontier Attack. Estão lá, portanto, o motor 2.3 biturbo a diesel com 190 cv de potência, a transmissão automática de 7 velocidades, a tração 4x4 de acionamento elétrico e a suspensão traseira independente multilink. O conjunto é, além de tudo, econômico: durante nossa avaliação que passou por estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina e diversos tipos de estradas e ruas, a Frontier facilmente rodou 12 km com um litro de diesel.
A picape deve apenas pela direção hidráulica um tanto lenta e pesada, mas compensa por ter um pouco mais de capacidade de carga que suas irmãs – 1.040 kg contra 1.000 kg da topo de linha LE.
Esse pacote se traduz numa picape de dirigibilidade acima da média para a categoria, com pouca inclinação da carroceria e um esforço menor de condução. Numa escala em que a líder Hilux é a mais “rústica” do segmento e a Amarok, a mais próxima de um carro de passeio, a Frontier está mais perto da rival da Volkswagen.
Essa tendência pode ser considerada positiva em um momento em que picapes com chassi monobloco como a Fiat Toro incomodam o reinado das velhas “caminhonetes”. Nesse sentido, a Frontier Attack pode ser considerada uma das melhores opções para quem busca uma picape robusta, capaz, com bom espaço interno e um certo nível de sofisticação – e aqui também com a vantagem de um visual mais atraente.
Agora, se a Frontier feita na Argentina vai quebrar o tabu de cinco anos na lanterna isso só o tempo dirá.
Ficha técnica
Nissan Frontier 2019 Attack 2.3 16V diesel automático 4x4 4p | |
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Preço | R$ 153.590 (12/2018) |
Categoria | Picape média |
Vendas acumuladas neste ano | 8.079 unidades |
Motor | 4 cilindros, 2298 cm³ |
Potência | 190 cv a 3750 rpm (diesel) |
Torque | 45,9 kgfm a 2500 rpm |
Dimensões | Comprimento 5,25 m, largura 1,85 m, altura 1,855 m, entreeixos 3,15 m |
Peso em ordem de marcha | 1985 kg |
Tanque de combustível | 80 litros |
Porta-malas | litros |