Teste: o dia a dia com o Renault Kwid
Saiba como se comporta na cidade o carro não eletrificado mais econômico do Brasil
Já abordamos em algumas oportunidades aqui no Autoo nossa avaliação do Renault Kwid, mas faltava explorar uma característica muito importante do modelo: a convivência diária na cidade, ambiente para o qual ele foi concebido, e a sua frugalidade no consumo de combustível.
Basta você olhar a do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular para constatar que o Renault Kwid é o carro mais econômico do Brasil entre os modelos não eletrificados, ou seja, descontando os automóveis com propulsão elétrica, híbrida ou híbrida plug-in. Esse fato é constatado ao levarmos em consideração o Consumo Energético, dado que é expresso em MJ/km e nos mostra quão eficiente determinado modelo pode ser.
No caso do Renault Kwid, em qualquer uma de suas versões o modelo alcança a ótima marca de 1,39 MJ/km, com médias oficiais de 10,3 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada, ambas com etanol. Trocando o combustível por gasolina, as médias alcançam 14,9 e 15,6 km/l, respectivamente. Graças aos excelente números, mesmo com um tanque bem pequeno, com capacidade para apenas 38 litros, o Kwid consegue uma boa autonomia.
Mesmo na versão mais equipada Intense, que traz central multimídia, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, computador de bordo, câmera de ré e os importantes 4 airbags, o Kwid é um carro extremamente leve. Nessa configuração ele pesa apenas 786 kg, o que lhe confere um desempenho bem adequado ao uso urbano.
Apesar da aceleração de 0 a 100 km/h em 14,7 segundos e velocidade máxima de 156 km/h com etanol, o Renault Kwid não é um carro tão lento quanto os números podem sugerir. No uso cotidiano pela cidade, onde a velocidade das vias costuma ser bem restrita, o hatch atende muito bem o transporte de uma ou duas pessoas.
Ainda falando da convivência diária com o Renault Kwid, um ponto que favorece bastante o compacto é a boa altura livre em relação ao solo, no caso com 18 cm. Para quem precisa enfrentar o rali das ruas e avenidas brasileiras – muitas delas quase sempre longe da condição ideal – esse é um ponto que ajuda bastante.
O acabamento não é um ponto forte do Kwid, uma vez que ele foi pensado para ser barato e busca, em todo o seu projeto, os meios para atingir isso. Claro que você já tem que ter isso em mente ao optar pelo Kwid, mas, graças ao projeto moderno, a ergonomia do modelo é aceitável, com a maioria dos comandos bem posicionados, incluindo a central multimídia em uma localização de destaque no centro do painel como deve ser.
Em termos de espaço interno, podemos afirmar que o Kwid leva com relativo conforto dois adultos. Colocar quatro passageiros grandes no modelo vai exigir um pouco de “compreensão” por parte dos ocupantes. Logo, a aplicação do Kwid é claramente a de um carro para uma pessoa ou um casal sem filhos, de preferência para deslocamentos na cidade. Mesmo assim, o porta-malas do Kwid com 290 litros ajuda bem a comprir algumas tarefas como realizar uma compra maior no supermercado ou até mesmo uma pequena viagem. Mesmo hatches maiores, como o VW Polo e o Fiat Argo, contam com compartimentos para 300 litros, o que mostra como o porta-malas do Kwid é bom considerando seu porte.
Durante a avaliação do Autoo não relatamos problemas como ruídos excessivos ou quaisquer outras falhas, mas é comum encontrarmos do carro reclamando bastante sobre alguns defeitos apresentados pelo Kwid na medida em que os meses avançam. A série de campanhas de recall que a Renault convocou para ele também não caíram muito bem junto à opinião pública, em especial por se tratar de um modelo ainda recente nas lojas.
De qualquer forma, o Kwid preserva um inegável apelo para quem deseja ou apenas precisa de um carro compacto e fácil para o uso urbano. Aliado a isso, a Renault promove um custo de manutenção é peças muito acessível para o Kwid, o que faz dele também uma ótima opção de segundo ou terceiro automóvel da família. Até os 60.000 km, apenas como exemplo, você terá um custo acumulado de R$ 2.320 com revisões, o que é algo muito bom hoje em dia. Isso sem falar na economia com combustível, como mostramos no começo do texto.
Se é um carro para essa necessidade que você está em busca, o Renault Kwid pode (e deve) figurar em sua lista de opções. Ele pode não ter um projeto mais sofisticado que o VW up!, porém custa bem menos e ainda oferece uma carroceria mais ampla e bem mais porta-malas do que um Fiat Mobi. Logo, o Renault Kwid é um bom meio-termo entre esses dois modelos.
Ficha técnica
Renault Kwid 2018 Intense 1.0 12V flex manual 4p | |
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Preço | R$ 39.990 (10/2017) |
Categoria | Aventureiro compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 49.476 unidades |
Motor | 3 cilindros, 999 cm?/td> |
Potência | 66 cv a 5500 rpm (gasolina) |
Torque | 9,4 kgfm a 4250 rpm |
Dimensões | Comprimento 3,68 m, largura 1,579 m, altura 1,474 m, entreeixos 2,423 m |
Peso em ordem de marcha | 786 kg |
Tanque de combustível | 38 litros |
Porta-malas | 290 litros |