Teste: Suzuki S-Cross 4Style-S 2019
Pouco visto nas ruas, SUV compacto reserva boas qualidades; confira avaliação
De janeiro a maio deste ano, somente 209 unidades do Suzuki S-Cross ganharam as ruas, número que o coloca em no discreto 15º lugar no ranking de vendas dos SUVs compactos. Mesmo assim, o modelo reserva várias características positivas e por isso merece a sua atenção, caso esteja de olho em um representante da categoria.
Talvez o principal atributo do S-Cross em sua versão topo de linha 4Style-S (R$ 133.490) resida em seu conjunto mecânico. Ele é um dos raros SUVs compactos a oferecer tração integral, no caso o sistema AllGrip, que conta com fácil operação, é prático e bem completo em suas funcionalidades. O recurso também está presente na versão mais acessível 4Style, que é tabelada em R$ 120.490.
Hoje em dia o S-Cross apenas é oferecido no Brasil com o motor 1.4 turbo de 146 cv e 23,5 kgfm de torque com injeção direta de gasolina, único combustível aceito por ele. Em conjunto com o câmbio automático de 6 marchas, propulsor e transmissão formam uma dupla muito eficiente. O S-Cross convence no desempenho, com aceleração de 0 a 100 km/h na casa de 10 segundos, e respostas animadoras ao volante.
É nítido que a Suzuki optou por não adotar uma calibração mais ousada para o motor 1.4 turbo com o objetivo de não sacrificar o consumo, que é um dos pontos fortes do S-Cross 4Style com tração integral e fica em 11,5 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada.
Com um perfil lembrando mais um crossover do que de um utilitário em si, o S-Cross também vai muito bem na parte dinâmica. O Suzuki entrega um comportamento mais esportivo do que seus concorrentes diretos, o que deverá agradar ao público que prefere um modelo mais agressivo ao volante. Tudo isso é embalado pela maior segurança ativa que a tração integral proporciona, fazendo do S-Cross um carro neutro e altamente controlável nas curvas ou pisos de baixa aderência.
O sistema AllGrip é muito fácil de usar e, basicamente, basta deixá-lo no modo automático para que ele se encarregue da distribuição mais eficaz do torque do motor entre os eixos. Há também a opção de um modo esportivo, que mantém o torque em 60% na dianteira e 40% nas rodas traseiras, bem como, quando for necessário atravessar um piso de lama ou de baixa aderência, acionar a funcionalidade Snow/Mud. Também é possível deixar os dois eixos sempre tracionando o veículo, ao pressionar o botão Lock junto ao seletor rotativo do sistema.
Mesmo com a altura do solo maior em relação a um carro de passeio convencional, como é típico dos SUVs compactos, o S-Cross se destaca pelo equilíbrio de sua carroceria e o conforto ao rodar. A suspensão usa o tradicional layout McPherson na dianteira e eixo de torção nas rodas traseiras, a qual também mostra-se bem robusta no caso do S-Cross.
Com 4,30 m de comprimento e 2,60 m de entre-eixos, o S-Cross oferece uma cabine na média do segmento em termos de espaço – semelhante ao que encontramos em um Nissan Kicks, por exemplo – sendo que o porta-malas de 440 litros é um dos maiores da categoria. O acabamento, de maneira geral, não surpreende pela ousadia, mas as peças e partes plásticas da cabine são montadas com cuidado e não denotam falhas aparentes. A qualidade de fabricação do S-Cross também é notada pela ausência de ruídos ao se rodar com o carro.
Desde a versão 4Style AllGrip, o S-Cross já é bem equipado, com destaque para recursos como o start-stop (desliga o motor automaticamente quando o carro encontra-se parado, para economizar combustível), central multimídia com tela de 9”, rodas de liga leve aro 17”, 6 airbags, revestimento interno de couro, ar-condicionado automático digital, controles de tração e estabilidade, entre outros. A diferença para a versão 4Style-S reside na inclusão do teto solar panorâmico, faróis full-LED com acendimento e nivelamento automáticos, bem como o sensor de chuva.
Nossa única ressalva vai para o funcionamento da central multimídia. Ela não oferece os sistemas Apple CarPlay e Android Auto, mas conta com aplicativos armazenados em sua memória (nativos). Logo, basta você acionar a função de roteamento Wi-Fi do seu smartphone e conectar a central multimídia. A partir daí é só selecionar o aplicativo que deseja usar diretamente pela tela da central. Entre os aplicativos podemos citar o Waze, Spotify, entre outros. O sistema é mais prático na medida em que você não precisa andar todo o tempo com o cabo do smartphone, algo necessário para realizar a conexão via CarPlay (dependendo da versão do sistema) ou Android Auto.
Não gostamos de uma certa lentidão da central multimídia na hora de realizar algumas operações e do fato de não ser possível utilizar um aplicativo de navegação, por exemplo, concomitantemente com o rádio. São pontos, contudo, que a fabricante poderia resolver com algumas atualizações do aparelho, caso julgar interessante.
Olhando para o mercado, hoje em dia também encontramos muitas opções bem competitivas para quem deseja um SUV compacto com tração integral, como é o caso do Ford EcoSport Storm (R$ 108.390), que conta com motor 2.0 flex, além do Jeep Renegade (R$ 127.990 na versão Longitude 2.0 turbodiesel) e do Subaru XV, que parte de R$ 124.900. Dentro da proposta do S-Cross, talvez é o Subaru XV aquele que pode figurar como um concorrente mais direto, até mesmo pela procedência das marcas. O Subaru se destaca pela excelência técnica, como a motorização boxer e seu sistema de tração integral simétrica, e vale a pena ser considerado como uma excelente opção.
Em que pese a pequena capilaridade da rede Suzuki pelo território nacional e o fato de o modelo não aceitar etanol, assim como o Subaru, o S-Cross é um carro que merece ao menos uma visita à concessionária, para que você possa conhecê-lo mais de perto. Se hoje no segmento encontramos o Honda HR-V Touring tabelado na casa dos R$ 140.000, opções como o Suzuki S-Cross e o Subaru XV oferecem um custo-benefício bem mais razoável.
Ficha técnica
Suzuki S-Cross 2019 4Style-S 1.4 16V gasolina automático integral 4p | |
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Categoria | SUV compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 136 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1373 cm³ |
Potência | 146 cv a 5500 rpm (gasolina) |
Torque | 23,5 kgfm a 1700 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,3 m, largura 1,785 m, altura 1,605 m, entreeixos 2,6 m |
Peso em ordem de marcha | 1270 kg |
Tanque de combustível | 47 litros |
Porta-malas | 440 litros |