Teste: Toyota SW4 SRX 2017
Mesmo superando os R$ 240.000, o modelo ?um sucesso de vendas e nós fomos descobrir os motivos
Chega a ser desproporcional. Basta dar uma rápida olhada em nosso ranking de vendas específico para o segmento dos SUV grandes e você verá a verdadeira lavada que o Toyota SW4 dá em seus concorrentes.
De janeiro a agosto deste ano o utilitário esportivo da Toyota foi a escolha de 8.343 pessoas, enquanto, bem lá para trás, o Chevrolet Trailblazer aparece com 2.234 emplacamentos no período. Em maio deste ano, seu melhor mês até agora, o SW4 somou 1.155 unidades nas ruas. O feito é impressionante, ainda mais levando em conta que sua versão mais procurada, no caso a SRX diesel como a avaliada aqui, é tabelada em altíssimos R$ 244.350.
Se você quiser mais opções no mercado, encontra o já citado Trailblazer na versão LTZ 2.8 turbodiesel com um preço sugerido mais “camarada”, digamos assim, por R$ 205.990. Mas por que o SW4 consegue esse sucesso tão grande por aqui? É inegável que a reputação que a Toyota conquistou por aqui exerce uma influência muito grande, assim como ocorre com o “efeito Corolla” entre os sedãs médios. Mas o próprio histórico do SW4 é muito favorável. É fácil encontrar proprietários do ainda Hilux SW4 muito satisfeitos com seus utilitários, sendo que essa propaganda no boca a boca ajudou a projetar o modelo dentro da categoria e no mercado de uma maneira geral.
No fim de 2016 o Toyota SW4 estreou sua terceira geração com novidades importantes. O motor a diesel passou a ser o 2.8, mais eficiente, e até então o SUV contava com a opção 4.0 V6, que foi descontinuada no Brasil devido à baixa procura. Resta como opção, em especial para quem não precisa de toda a robustez da tração 4x4 ou a maior autonomia do motor diesel, a configuração de entrada SR flex, tabelada em R$ 164.320.
No visual o SW4 melhorou muito em relação à geração anterior, ganhando contornos mais “musculares” e alguns toques de sofisiticação, como dos faróis bem delgados com iluminação por LED para os fachos alto e baixo. Os para-choques bem recortados, os ombros laterais e a grade dianteira bem pronunciada e ostentando um revestimento cromado criam aquele aspecto de “tanque de guerra” para o SW4. Um visual que reitera o apelo de carro todo terreno típico de modelos da categoria do SW4.
Em relação ao SW4 vendido até a linha 2015, a nova geração do SUV cresceu generosos 9 cm no comprimento, 1,5 cm na largura e 0,5 cm no entre-eixos. Mas mesmo com a altura reduzida em 1,5 cm, não se engane: o SW4 exige dos mais baixo uma certa ginástica para acessar a cabine. Nesse ponto, o estribo e as várias alças de apoio ajudam na movimentação.
É curioso que mesmo em um projeto moderno como a nova geração do SW4, algumas peculiaridades como os detalhes imitando madeira são facilmente encontrados pela cabine. Talvez seja algo que o público consumidor desse tipo de veículo não abra mão por isso a Toyota resolveu manter esse padrão mais clássico. Um toque de ousadia vai para o revestimento interno, que foge um pouco da cor preta e aposta em uma tonalidade marrom para o couro usado nos bancos, laterais de porta e até no painel.
Sem opcionais, o SW4 SRX ao menos traz os equipamentos que você espera encontrar quando paga mais de R$ 240.000 em um veículo. Logo no centro do console central você irá encontrar uma central multimídia com tela de 7” capaz de reproduzir DVD e TV digital, controlar as entradas de mídia e ainda exibir as imagens da câmera de ré. Os mais antenados sentirão falta dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto, algo de fato lamentável e que você pode encontrar até em um Fiat Argo Drive 1.0 por menos de R$ 50.000. Seguramente a Toyota já deve estar preparando uma central multimídia mais atual para seus modelos e apta a oferecer os sistemas de conectividade.
Você ainda encontra no SW4 SRX a comodidade da chave presencial, partida por botão, controles de estabilidade e tração, além dos assistentes de descida, subida e reboque, 7 airbags, rodas de liga leve aro 18”, acendimento e nivelamento automático dos faróis, sensor de estacionamento traseiro, ar-condicionado automático digital com saída para os bancos traseiros, dentre outros.
Apesar do espaço interno muito bom na terceira geração do SW4, uma crítica vai para a terceira fileira de assentos. Se você precisa liberar mais espaço no porta-malas, os bancos instalados ali são dobrados e presos nas laterais do compartimento, uma solução muito arcaica. No Chevrolet Trailblazer, a terceira fileira de assentos, quando recolhida, é acomodada no assoalho do porta-malas. Esse é o tipo de solução que se espera de um modelo que custa mais de R$ 200.000.
Ao rodar, o SW4 mostra uma evolução em relação à geração anterior, mas tudo dentro dos limites que sua construção com chassi sustentando a carroceria é capaz de oferecer. Imperfeições no piso são filtradas de uma maneira melhor, mas você não escapa de alguns sacolejos a bordo do SW4 por vias esburacadas. Esse é um comportamento típico de modelos desse tipo, portanto, caso você pensa em adquirir seu primeiro SW4 ou um SUV com essa proposta, é bom levar esse ponto em consideração.
Agora com 6 marchas, o câmbio chega até a oferecer a opção de trocas sequenciais e lida muito bem com o motor 2.8 turbodiesel. Em relação ao SW4 anterior, a nova geração tem um rodar mais suave, com o motor vibrando muito pouco e garantindo um baixo nível de ruído em velocidades de cruzeiro graças à relação mais longa que a 6ª marcha proporciona. Isso sem falar na maior economia de combustível. As médias do modelo ficam em 9 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada, o que não é ruim considerando que estamos falando de um SUV grande com 2.130 kg de massa para deslocar.
Performance no off-road não é problema para o Toyota SW4. Com tração 4x4 e reduzida, diferencial traseiro bloqueável e a eletrônica ajudando nas descidas e subidas íngremes, fica fácil ir aonde você quiser a bordo do SUV. Esse, aliás, é um dos pontos mais interessantes de modelos como SW4, Trailblazer e cia, uma vez que você pode viajar confortavelmente com toda a família sem se preocupar com as adversidades do piso a frente.
Vale a pena investir no Toyota SW4?
Se você comprar um SW4 SRX diesel tenha certeza de uma coisa: você não terá problemas de liquidez na hora de revender o modelo, uma vez que ele é extremamente bem aceito no mercado de usados. Sem dúvida nenhuma o modelo tem muitas qualidades, estando na média do segmento. O que pesa a seu favor é a reputação da marca, algo que muitos consumidores, em especial nesse segmento, levam bastante em consideração.
Particularmente falando, o Chevrolet Trailblazer está alinhado com o SW4 atual em termos de idade de projeto, contudo mostra-se um SUV melhor resolvido. Se você gosta desse estilo de carro e não abre mão dos 7 lugares e do propulsor a diesel, talvez seja interessante considerar a compra de um Land Rover Discovery Sport. De "brinde" você leva um SUV mais refinado e com rodar de carro de passeio.
Na mesma faixa dos R$ 240.000, você coloca na garagem de casa o já brasileiro Discovery Sport com o moderno motor 2.0 de 180 cv (potência maior que o SW4 mesmo com um deslocamento bem menor) trabalhando em conjunto com o câmbio de 9 marchas. Além da mecânica eficiente, o Discovery Sport conta com carroceria monobloco e suspensão traseira do tipo multibraço, dois atributos que conferem bem mais suavidade e conforto ao rodar em relação ao Trailblazer e o SW4.
Ficha técnica
Toyota SW4 2017 SRX 2.8 16V diesel automático 4x4 4p | |
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Preço | R$ 244.350 (08/2017) |
Categoria | SUV grande |
Vendas acumuladas neste ano | 9.129 unidades |
Motor | 4 cilindros, 2775 cm?/td> |
Potência | 177 cv a 3400 rpm (diesel) |
Torque | 45,9 kgfm a 1600 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,795 m, largura 1,855 m, altura 1,835 m, entreeixos 2,745 m |
Peso em ordem de marcha | 2130 kg |
Tanque de combustível | 80 litros |
Porta-malas | 500 litros |